O 1º Concurso de Poesia Junina 2018 teve concorrentes de várias cidades e estados brasileiros e até do Japão!
Com o tema ‘Bolo de Milho’, o 1º Concurso de Poesia Junina 2018 atraiu concorrentes de várias cidades e estados do Brasil e até brasileiro que fez do Japão sua segunda Terra Natal.
Os poemas evocaram as fogueiras e bandeirinhas, os santos, os cheiros e gostos das comidas típicas, destacando, evidentemente, o bolho de milho, e a relação com parentes queridos, em especial, as avós, em uma saudosa viagem à infância, com momentos de eterna lembrança.
Em relação à premiação, o Regulamento previa apenas um vencedor. Todavia, a brasilidade quanto às festas juninas falou mais alto e o Coordenador do concurso, Eliseu FCampos, juntamente com os jurados, decidiram também premiar o 2º e 3º lugares, bem como eleger uma Menção Honrosa.
Os vencedores, além dos Certificados, receberão, como presente-surpresa, livros: o 1º lugar, ‘Mariposas e Borboletas’ (crônicas), do escritor Sergio Diniz da Costa, ‘Hai-Kais’, de Millôr Fernandes e ‘Livro de Sonetos, de Vinicius de Moraes; o 2º lugar, ‘Mariposas e Borboletas’ e ‘Vivendo no automático’, da escritora e poetisa Ana Cristina Rodrigues Henrique e o 3º lugar e a Menção Honrosa, o livro ‘Mariposas e borboletas’.
Abaixo, os vencedores e respectivos poemas:
1º LUGAR:
Carlos Carvalho Cavalheiro, de Sorocaba/SP, concorrendo sob o pseudônimo Caipira da Terra, com o poema
O cheiro de bolo de milho conquista o ambiente
Como uma horda impetuosa de bárbaros!
O café coado na hora complementa o quadro de odores.
Quanta lembrança despertada, quanta memória reativada.
Lembro-me de minha mãe fazendo o bolo…
Parece a descrição do Gênesis, quando Deus cria o homem
Daquilo que parecia ser apenas pó e mais nada.
Bolo de milho lembra também festa junina:
Recriação das antigas religiões da natureza.
Divindade, lembrança, mãe, bolo e natureza…
Tudo mesclado, amalgamado como a massa de farinha e ovo.
E milho, dourado como o precioso metal, metáfora do sol.
E da terra que brota o milho, milagre da fertilidade,
Mais uma vez o divino se manifesta na simplicidade,
Uma mesa de madeira, um bolo e um café!
Ao fundo, um acorde de viola caipira.
2º LUGAR
Sílvia Regina de Oliveira, de Piracicaba/SP, sob o pseudônimo Vasili e o poema
Sobre a mesa de madeira
da casa antiga da vó costureira,
cozinheira de mão cheia,
espalhadas as espigas…
A vó, nos dois ofícios,
tirava a palha das espigas
costurava todas elas
pra embalar suas pamonhas.
Parte do milho já ralado
Ia pro bolo que ficava
úmido, áspero, misturado,
bem aspecto de suas mãos
tão rurais, naturais…
E o aroma, o sabor,
o amor daquilo tudo
embalado na lembrança
agora me embola o âmago
no bolo mais doce da vida.
3º LUGAR
Charlene dos Santos França, do Rio de Janeiro/RJ, sob o pseudônimo Gabriela Dias e o poema
Um calor dourado, dançante e perfumado
Um sabor de casa cheia, entardecer delicado
Ou gosto de festa e fogueira
De beijo quente e enluarado.
Tem receita fácil e medida acostumada
Um pouco mais de açúcar e simplicidade retomada,
É mistura, pura fartura
É risada quadriculada.
A erva, é doce, a canela, dosada e discreta
A palavra é solta, envolta
Em música dedilhada, em melodia seleta.
O resultado é aprovado, molhado
É fumaça aromática, colorida
Um bocado compartilhado, cantado
Um pedacinho de vida.
MENÇÃO HONROSA
Cláudia Cristina Martins Lundgren, de Teresópolis/RJ, sob o pseudônimo Semente do Outono e o poema
Junho, sempre me lembro
Eu era bem pequenina
Fazíamos todo ano
Uma linda festa junina
No quintal de minha casa
Meu pai a fogueira acendia
Em meio ao céu estrelado
Noites de nostalgia
Minha mãe fazia quitutes
Diversas comidas típicas
Saiam de nossa cozinha
Direto para as barraquinhas
Quão lindo tudo ficava!
Bandeirinhas de todas as cores
Bolo de milho assando
Amigos confraternizando
Meninas de trancinha
Batom e pintas no rosto
Meninos, chapéus de palha
Calça curta, bigode e barba
O que comer? Meu preferido!
Cachorro quente, espetinho
Salsichão ou um caldinho?
Nada disso! O bolo de milho!
Música caipira
Todos dançando quadrilha
O padra, a noiva e o noivo
Todos se alegrando
Meu pai já não está entre nós
Mas disso sempre me lembro
Junho era mês de alegria
Por causa da festa junina!
- Vernissage de exposição artística - 20 de novembro de 2024
- Renascimento verde - 18 de novembro de 2024
- Mário Mattos, 100 anos de puro talento - 11 de novembro de 2024
Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024