“… Coincidência ou não, o fato de nas cidades de nosso estado não vingar nome do ditador Vargas para quase nada…”
Nas gélidas paisagens paulistas (ao sul, ao norte, a leste ou a oeste), e amparadas sobre o manto do inverno, o Brasil escreveu uma triste história, que muito se esforçam em esquecê-la!
1932… aconteceu queiram ou não…
E muitos (nela) morreram!
Na noite de ontem, em um curto tempo tentei mostrar isto a uma boa plateia, presente no Museu Major Novaes. Disse no momento que o respeito deve existir sempre, principalmente, pela população que abraçou a causa, representada nos mais de 100 mil voluntários que se apresentaram, nos diversos fronts de guerra, além do sem número de pessoas que na retaguarda fizeram de tudo para que a causa pudesse persistir.
Aos políticos, o papel sempre subalterno… os de ontem são iguais aos que conhecemos hoje (só de curiosidade, nem prefeito, presidente da Câmara, e NENHUM vereador se fizeram presentes!). Em nada mudaram…
Claro, que ao olhar atento não escaparão as terríveis falhas no planejamento militar, bem como, à má costura política engendrada, a tal ponto, que São Paulo se viu só. Abandonada pelas demais unidades da federação, enfrentará um adversário com um arsenal de guerra mais completo, e em várias frentes de guerra.
Não à toa, desde o primeiro momento, a geografia dos movimentos desta guerra evidenciará a série de recuos necessários para prosseguir na luta. Do outro lado, um ditador – Getúlio Vargas – e seus sequazes (sempre existem) utilizando-se de todo tipo de manobra (às vezes criminosa…) e informação maldosa (ainda há quem acredite na tese separatista…) com o objetivo de vencer uma guerra a qualquer custo.
Vencerão, mas não levarão…
Coincidência ou não, o fato de nas cidades de nosso estado não vingar nome do ditador Vargas para as grandes avenidas e outros tantos mais logradouros públicos. Como recomendado á época, não esquecemos.
Foi o maior movimento militar da história recente no Brasil, com as maiores perdas para ambos os lados, e se não conseguiu atingir plenos objetivos de interromper a carreira ditatorial, então em construção, do chefe do “governo provisório”, ao menos, serviu para que ficasse bem claro: 1930 foi um golpe, e se 1932 não existisse o tal “provisório” estaria até hoje…
Na atualidade há plena consciência de que algo precisava mesmo ser realizado. O “carro da revolução” não deve ser constantemente movimentado, porém há momentos na vida de uma nação, que alguma coisa precisa ser feita!
Ficaram os heróis em nossa memória… MARIA SAGUASSÁBIA, ALDO CHIORATTO, ROMÃO GOMES, PAULO VIRGÍNIO, EUCLYDES FIGUEIREDO, OCTACÍLIO DE SOUZA WERNECK, DR. FRANCISCO NOGUEIRA DE LIMA, DURVALINO DE TOLEDO, NATAL MEIRA BARROS, além de tantos outros; como também figurarão os controversos, assassinos, traidores (e até ladrões), como Adriano Marrey Jr., Raul Pacheco Chaves, Neves da Fontoura, Herculano de Carvalho, Ascendino d’Ávila, Flores da Cunha, Ayrton Teixeira Ribeiro, Juvenal Bezerra Monteiro, Raymundo Gerônimo Monteiro, Roque Eugênio de Oliveira e Ascendino Gomes da Silva Dantas, e ENORME lista…
Afinal, cada qual escreve sua biografia como deseja, e a história apenas registra para a eternidade seus atos…
Eduardo César Werneck – drwerneck@uol.com.br
Durante apresentação do livro – A Guerra de 1932 – no Museu Major Novaes
A bela plateia presente
Ao lado dos amigos Gui Machado e Rogério Martins antes da reunião
Com a diretora do Museu Major Novaes, a profa. Claudia Ribeiro
Com o livro – A GUERRA DE 1932 – em mãos
Visão panorâmica da plateia durante a apresentação de ontem (06/07)
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024