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Leitura recomendada principalmente para historiadores: artigo de Geraldo Bonadio

Geraldo Bonadio: Os persistentes frutos da intolerância

Antonio José Ferreira Braga (Macaé-RJ 1845/ São Paulo 1908) e Francisco de Paula Rodrigues Alves (Guaratinguetá -SP 1848/ Rio de Janeiro 1918), foram contemporâneos na Faculdade de Direito da USP, em que ambos estudaram, formando-se, respectivamente, em 1869 e 1870.
Um e outro fizeram sua iniciação política durante o Império, e chegaram a ser governadores de Província: Alves, em São Paulo (1887) e Braga no Pará (1889). Proclamada a República, a ela aderiram, por razões fáceis de entender. O país passou de monarquia a república em razão de um golpe militar. A nova realidade somente poderia se consolidar pela integração, aos quadros do novo regime, de lideranças políticas monárquicas, pois o Partido Republicano não teria condições de fornecê-las.
À primeira vista, Ferreira Braga, que fora republicano e socialista quando acadêmico, deveria ter sido facilmente absorvido pela nova situação, diferentemente de Alves, conservador e escravagista. Deu-se exatamente o contrário: Rodrigues Alves, no novo regime, foi ministro da Fazenda de Floriano Peixoto, elegeu-se duas vezes governador de São Paulo e outras tantas Presidente da República. Ferreira Braga, rejeitado pelos republicanos de Sorocaba, sob a liderança do coronel Benedito Pires e seus descendentes, foi posto à margem da vida política.
Ruim para ele e muito pior para Sorocaba.
A força política de Rodrigues Alves manteve-se no Vale do Paraíba.
Seu sobrinho neto, Carlos Alberto 𝐀𝐥𝐯𝐞𝐬 de Carvalho Pinto foi secretário da Fazenda de Jânio Quadros na Prefeitura de São Paulo e governo do Estado, sucedeu-o como governador (1959/1963), teve uma rápida passagem pelo Ministério da Fazenda, em 1963, e foi senador entre 1967/1974.
Este ano, outro integrante do clã, Geraldo José 𝐑𝐨𝐝𝐫𝐢𝐠𝐮𝐞𝐬 Alckmin Filho, depois de governar São Paulo pela terceira vez, concorre à Presidência da República por uma aliança liderada pelo PSDB.
Antonio José Ferreira Braga faleceu em São Paulo, esquecido e pobre, sustentando-se, em seus últimos anos de vida, com o parco salário de inspetor federal junto ao Colégio de São Bento. Seu grupo político teve um continuador no filho, Joaquim Marques Ferreira Braga, advogado como o pai, casado com Celisa Fonseca, filha do industrial Manoel José da Fonseca e assassinado em 1911, ao que se disse à época, por instigação de seus adversários políticos. A família nunca mais voltou a ter presença na vida política da cidade.
Sorocaba, por seu turno, em quase 150 anos de República nunca chegou a ter um Ministro, um Governador de São Paulo, um Senador ou mesmo um Presidente da Assembleia Legislativa.

Geraldo Bonadio

Helio Rubens
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