“Havia no banhado um sapão enorme que engolia insetos sem parar até sua pança ficar inchada de tanto comer…”

Havia no banhado um sapão enorme que engolia insetos sem parar até sua pança ficar inchada de tanto comer.
Depois, se arrastando, deixava um rastro onde a perigosa cotiara ou a brava jararacuçu do brejo poderiam seguir o sapão, pois era um apetitoso petisco para essas cobras tão peçonhentas.
No entanto o sapão tinha suas artimanhas. Quando percebia que estava sendo seguido, enchia o seu papo como se fosse uma bexiga quase estourando e a cobra cotiara, traiçoeira, escondida no meio das plantas aquáticas, dava seu bote, pensando que iria engolir aquele rechonchudo sapão, cheio de muita carne, ainda mais depois que comeu insetos e ficou gordão e poderia então encher seu bucho e ficar dias e mais dias sem comer, tomando o sol tão quentinho naquele banhado que era seu habitat.
Paft, deu seu bote, abocanhando a boca enorme do sapão untanha.
Nisso, o sapo sabido espirrou nos olhos da cobra cotiara um leite leitoso, que ardia como fogo e era sua arma secreta . A cobra apavorada soltou suas presas daquele corpão de pele dura, onde seu veneno não conseguiria penetrar e se mandou entrando no brejo para aliviar o ardume que queimava seus olhos e assim, a caça apetitosa venceu a batalha contra o terrível predador.
De seu papo saiu então o som que todos os animais daquele banhado ouviram e se formou um coral que tinha todos os sons, desde a rãzinha pimenta até os sapos menores e o sapo untanha, o maior entre todos, comandou a afinada orquestra:
– Foi gol, não foi, foi gol, não foi, foi gol, não foi, foi gol, não foi, foi, foi, não foi, não foi, não foi, foi gol, não foi.
Assim são os sapos, que comem os insetos danosos que dão prejuízos às lavouras e trazem doenças, sendo benfeitores da natureza.
Não devemos fazer as malvadezas, como colocar sal em suas costas, pois isso tira suas vitalidades e eles não podem mais saltar, meio que desengonçados e aí morrer de inanição.
Devemos deixar eles ficarem nos beirais das casas, comendo as baratas, as aranhas e todos os insetos nocivos ao homem e, quando as chuvas vierem, ouvirmos o seu coaxar:- Foi gol, não foi, foi gol, não foi.
Jairo Valio – valio.jairo@gmail.com
28-02-2012
Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia - ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda - Angola - NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil - AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,

Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,