“Gabriela era o nome do Anjinho sapeca,/ Parecendo uma criança que queria brincar,/ E diante de tantas reclamações que ouvia,/ Deus lhe deu tarefas para na terra cumprir/ E com as criancinhas que sofrem fazê-las sorrir.”
O Anjinho que queria brincar
Gabriela era o nome do Anjinho sapeca,
Parecendo uma criança que queria brincar,
E diante de tantas reclamações que ouvia,
Deus lhe deu tarefas para na terra cumprir
E com as criancinhas que sofrem fazê-las sorrir.
Tomou com sua irreverência uma estrela cadente,
Que num xispa qual flecha ligeira disparada,
Despencou do Céu e suavemente aqui aportou,
Deixando o Anjinho Gabriela perto de um Hospital,
Pois lhe disse que ali tinha criancinhas sofrendo.
Chegou até um quarto onde viu uma linda criança,
Dormindo para atenuar o rostinho crispado por dores,
E que a mamãezinha cuidadosa lhe fazia carinhos,
Dizendo então suavemente para Heleninha acordar,
Pois teria que se alimentar para sua casa voltar.
Psiu, psiu, o Anjinho sussurrou para não lhe assustar,
E viu nos olhos com lágrimas que Heleninha sofria,
E para que delas esquecesse começou então a brincar,
Fazendo gracejos e mostrando todas suas arteirices,
Até que a linda criança então começou a sorrir.
Falou para a mamãezinha que estava brincando,
Com um Anjinho do Céu que lhe fazia gracejos,
E as dores que tanto sofrimento lhe trazia,
Foram embora pois nada mais estava sentindo,
E na despedida Gabriela lhe deixou uma flor.
Foi então em busca das criancinhas das periferias,
Pobrezinhas que não tem espaços nem sabem sorrir,
E encontrou Juliana que desejava ser bailarina,
Ensaiando passinhos num corpinho tão maltratado,
Pela fome que naquele barraco sempre existiu,
Mostrou para a pequena garotinha cheia de sonhos,
Que poderia ser uma bailarina como gostaria de ser,
E num passe de mágica lhe calçou lindas sapatilhas,
E no corpinho que precisava de alimentos para se recompor,
Um lindo vestidinho logo apareceu e seu cabelinho arrumou.
Um palco tão bonito cheio de lindas garotinhas ensaiando,
O Anjinho lhe presenteou e deu-lhe até as virtuosidades,
Pois logo foi deslizando e despertando incredulidades,
E todos que presenciavam ficaram atônitas com o que viam,
Pois aquela menininha pobrezinha era a melhor das bailarinas.
Assim cumprida sua missão onde se sentiu tão gratificada,
Gabriela, o Anjinho sapeca que gostava de travessuras,
Voltou para o Céu embarcando num Cometa que passava,
E sorridente enquanto seguia para com Deus dialogar,
Conversava com Heleninha e Juliana agora crianças felizes.
Jairo Valio – valio.jairo@gmail.com
29/01/2011
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É natural da cidade de Pilar do Sul, mas foi para Sorocaba com apenas 14 anos, onde formou-se Técnico em Contabilidade. Trabalhou em diversas Instituições Financeiras durante 38 anos como Gerente, aposentando-se no Banco Safra S/A. É membro efetivo da Academia Sorocaba de Letras, ocupando a cadeira n. 14 e da Academia Poçoense de Letras e Artes de Poções, Bahia, ocupando a cadeira n. 25. Escritor, pesquisador e poeta, é autor do livro ‘Nascente das Águas’, livro autobiográfico e histórico, contando a história da cidade onde nasceu, e de Sorocaba. Participou de 2 edições da coletânea ‘Roda Mundo’, da coletânea ‘Um Olhar sobre Sorocaba’; de 4 edições da coletânea do Sorocult e 04 do Sorocultinho, livrinhos de literatura infantil. Fez parte do Grupo Literário Coesão Poética, participa do site literário Recanto das Letras e tem uma página no Facebook com o título “Vovô Poeta” com muitas postagens de poesias de amor. É membro fundador do Clana- Clube Literário e Artístico Nascente das Águas de sua cidade natal. Escreveu crônicas em jornais de Sorocaba e Pilar do Sul. Trabalha em projetos sociais como voluntário na Pastoral do Menor e no Lar São Vicente de Paulo. Por sua atuação em projetos sociais, foi agraciado em 21-06-2002 com o título de Cidadão Sorocabano, conferido pela Câmara Municipal de Sorocaba. Em 2021 foi agraciado com o título de Acadêmico Nacional de Grande Honra pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes.