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Carlos da Terra: 'Mais uma…'

Carlos da Terra

Mais uma…

(“uma coisa são os nossos desejos e

outra coisa, o que julgamos provável”)

Carlos da Terra

 

O povo brasileiro pode ir se preparando para mais uma decepção.

Elegeu (esse povo) o presidente Bolsonaro, sob as promessas de conter vigorosamente a violência e a corrupção.

Por incontáveis vezes o então candidato à presidência propalava, aos quatro cantos, seu bang bang assustador, contra os bandidos de todas as espécies. Arvorou-se em paladino da moralidade, e o povo, cansado de ver a crueldade e a banalidade vigorando, votou em massa no candidato.

Mas surpreendentemente (pelo menos para mim) o Bolsonaro  na TV, ao ser questionado por um repórter sobre a pena de morte, responde com o mesmo vigor das antigas propalações que “Não há projeto de pena de morte no meu governo” e ainda acentua com todas as letras que “enquanto eu for presidente, não haverá pena de morte no Brasil”.

Meu Deus do céu! Quanta incoerência e que perspectiva sombria está aí contida…

É incoerente ele ser contra a pena de morte, uma vez que propalou o combate irrestrito à corrupção e criminalidade em geral, embora seja coerente com o que fazem os políticos, que geralmente: ‘não seguram sentados o que disseram em pé!’

Mas ainda dá os ares de bang bang, ou Durango Kid!

Ora… eu suponho que o povo, assim como eu, admitiria o bang bang pelo desespero e pela ineficácia das atitudes tomadas pelos governos anteriores no combate aos delitos, mas, suponho também que é preferível a pena de morte, situação na qual o indivíduo tem a oportunidade de se defender e assim, quem sabe, evitar-se um erro judicial. E o bang bang? Tudo bem, vá lá se for melhorar para o povo sofrido, mas estará sujeito ao despreparo dos policiais que efetuam  (como se vê frequentemente na TV) disparos contra pessoas inocentes sem ou com intenção de matar. Dessa forma se joga a vida do povo em mãos de soldados absolutamente instáveis para o cumprimento da tarefa. Recentemente uma mulher grávida deu à luz após ser espancada e atirada ao chão por policiais.

Em somatória a isso, uma ministra disse que vai catequizar os índios (para mim pareceu como fez José de Anchieta) e que malogrou por razões contidas  nas incontáveis explicações de arqueólogos, psicólogos e outros intelectuais que concluíram, através de estudos muito bem fundamentados, que o melhor, o mais humano e o mais justo seria não mexer com o índio e deixá-lo viver a sua cultura, já que ele, o índio, já estava aqui quando os então descobridores chegaram.

Preparem-se… teremos problemas e a violência não será contida. São fartos os exemplos de que a violência não resolve o problema da violência. É o clássico “jogar gasolina para apagar o incêndio”.

Um exemplo popular do malogro pela tentativa de controlar pela rigidez ou violência foi o cangaço de Lampião. Bastava que não se concordasse com uma opinião e o o infeliz já estava condenado a morrer. Outros foram o Hitler, o Mussolini, Stalin e tantos outros.

Sadam Hussein cortava a mão de batedores de carteira. Fazia isso em praça pública em grandes aglomerações, para servir de exemplo. No entanto, nessas aglomerações, outros batedores de carteira, também compareciam para, aproveitando o clima de distração e despreocupação, roubar carteiras.

Podemos nos fazer algumas perguntas de facílimas respostas para esclarecer se é melhor um regime duro ou rígido ou um regime mais brando, embora, claro, não permissivo.

De um modo geral, nos primeiros anos de vida de uma criança, é melhor um professor “bravo” ou um professor “bonzinho”?

Quem apresenta maior fidelidade ao sistema que o gerou: o militar, saídos dos quarteis, ou o religioso saído do seminário?

O militar, frequentemente, ao cumprir seu período em que obrigatoriamente tem que servir o exército, passa longe dos quartéis e não quer sequer ouvir falar sobre isso, não comentando nunca com seus filhos e esposa. É, a rigor, um episódio de sua vida que ele quer esquecer. Enquanto isso, o seminarista, se apresenta como tal, sempre orgulhoso de si e confiante na sua tarefa.

Pode-se ensinar alguém de modo eficiente a tocar piano usando “ficar bravo”, ameaçar ou bater no aluno?

Um atleta habilidoso poderia ser produto de um sistema violento? Ou será mais um produto de alguém que lhe dedicou especial atenção e carinho?

E assim, depois de tantas decepções, acho que o melhor é irmos nos preparando para mais uma!

Helio Rubens
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