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Artigo de Celso Lungaretti

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NÃO ADIANTA TENTAR VENCER NO FRONT DA COMUNICAÇÃO UMA GUERRA QUE ESTÁ SENDO PERDIDA NO FRONT ECONÔMICO

Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia

Meu artigo deste sábado (01/08), previsivelmente, foi mal recebido em espaços petistas, pois não entrou no espírito da autêntica tempestade em copo d’água que eles estão fazendo a partir de um episódio menor –principalmente se comparado ao terrorismo que já grassou por aqui.

Nos anos de chumbo, a direita executou atos de terrorismo duros, que chegaram a causar danos de monta e a ferir/assassinar pessoas. Houve sequestros e torturas praticados por paramilitares, houve invasão de teatro para espancar atores, houve envio de cartas-bombas para instituições e figuras notórias de esquerda (uma delas matou  Lyda Monteiro da Silva, senhora de 59 anos, funcionária da OAB/RJ), houve incêndios de bancas de jornais em plena luz do dia, etc. O pior de todos, se não malograsse, teria sido o do Riocentro, pois pessoas em pânico, num recinto com as portas trancadas, morreriam pisoteadas aos milhares.

Os atentados de então partiam de ferrabrases organizados. Na década de 1960, principalmente do CCC, cujos quadros não integravam oficialmente o esquema de repressão, mas tinham suas atividades toleradas e até estimuladas pela ditadura. Na de 1970, dos agentes do DOI-Codi que, por baixo do pano, sabotavam a abertura  política do déspota esclarecido Ernesto Geisel.

Já os atentados ao Instituto Lula e ao Sintusp não provieram necessariamente de profissionais; o contrário é bem mais plausível.

Bombas caseiras, até as torcidas organizadas de futebol sabem fabricar. E os que invadiram o Sintusp podem haver sido meros fascistinhas da USP à cata de documentos comprometedores, que na saída teriam aberto as torneiras do gás sem se darem conta dos riscos inerentes.

Nunca devemos magnificar episódios desse tipo sem termos certeza de que sejam parte de uma verdadeira escalada terrorista e não ações isoladas de aloprados de direita. Lembremo-nos da fábula do menino que gritava lobo!

O chocante é que o atentado ao Instituto Lula esteja sendo tão superdimensionado (inclusive pela Dilma) e o do Sintusp haja sido totalmente ignorado (inclusive pela Dilma). Ambos se equivalem quanto aos resultados (poucos danos, ninguém ferido), mas no da USP o prédio poderia ter ido pelos ares exatamente quando os funcionários estivessem entrando para mais um dia de trabalho. Qualquer cidadão imparcial haverá de convir que a periculosidade foi imensamente maior em 2012.

Os petistas então não deram a mínima, como de costume. Se não houvessem sistematicamente negado solidariedade aos outros agrupamentos de esquerda em tais situações, estariam recebendo mais solidariedade agora, quando tentam desesperadamente evitar o impeachment presidencial. A empáfia é péssima conselheira.

De resto, torno a repetir, chegou a hora de os governistas desistirem de tentar romper o isolamento político tirando da cartola os mesmos coelhos de sempre: encontros engana-trouxas com governadores, alarmismo para poderem posar novamente de mal menor, promessas enganosas de que a recuperação econômica começará já neste semestre quando até as pedras sabem que a coisa vai piorar muito antes de melhorar, etc.

Não adianta tentar vencer no front da comunicação, com factoides e retórica fantasiosa, uma guerra que está sendo perdida no front econômico, por um motivo bem concreto, o péssimo momento da nossa economia. Nem mesmo Goebbels conseguiria…

O que está afundando cada vez mais o Governo Dilma é o empobrecimento dos brasileiros. E não será a partir de uma posição de absoluta fragilidade que ele conseguirá implantar pra valer o arrocho fiscal –o qual, aliás, não tem dado certo ultimamente em lugar nenhum do mundo, mas sim destruído as nações que caem nessa arapuca.

O alvo correto: MST protesta no Ministério da Fazenda.

A contagem regressiva está em curso e a única forma de Dilma conservar o mandato é começando a acertar, depois de tantos erros cometidos.  Antes de mais nada, há um bode óbvio a ser retirado da sala. Exonerando Joaquim Levy e descartando o receituário neoliberal, Dilma teria, pelo menos, o apoio da esquerda, ponto de partida para uma reversão do quadro atual, adverso ao extremo.

Se a teimosia e a arrogância a continuarem cegando, morrerá abraçada com ele.

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Helio Rubens
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