Reminiscências
Na secreta solidão, adentro a minha dor
deixando morar em mim a saudade do que
nunca fui, talvez por distração ou esquecimento
do destino.
No remanso das horas pego-me oriunda das
promessas que fiz ao tempo, que não se
esquivou em levá-las ao vento, deixando apenas
resquícios de minhas lembranças.
Sustento-me pois, nos pilares da tormenta,
ascendendo em mim o álibi da promessa que fiz
e, que subitamente se perdeu na curva abstrata
do infortúnio.
Patenteio pois, as minhas dúvidas, brotando em
mim a esperança de nunca estar só, mas
acompanhada desta névoa que sou,
neste emaranhado leito de procura.
Nos pilares da saudade reverbero a ânsia de ser
o que não fui, o que não sou e, ainda desejo
porvir, na minha vã
reminiscência.
Leila Alves
leila.alvesmlc@gmail.com
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