setembro 16, 2024
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No Quadro de Colunistas do ROL, a Arte Literária de Neusa Bernado Coelho!

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Neusa Maria Bernado Coelho

Abrilhantando ainda mais o ROL, Neusa Bernado Coelho, uma farmacêutica que manipula fórmulas literárias!

Neusa Bernado Coelho, natural de Palhoça/ SC, é farmacêutica, poetisa e historiadora.

Atua no Conselho dos Direitos da Mulher e na ONG Pastoral da Criança.

Procuradora dos Idosos e tesoureira na Ação Social Paroquial Senhor Bom Jesus de Nazaré.

Publicou em 2016 dois livros de Poesias: ‘Além da Imaginação – Família e Amigos’ e ‘Palhoça e Natureza’; em 2019 ‘Tributo a Zilda Arns’ e Organizadora do Livro Infantil ‘A Fadinha Maricela’ das netas Elisa e Sofia, escritoras mirins.

Coautora de aproximadamente 60 Coletâneas e Antologias.

Membro de várias academias nacionais e internacionais: Secretária na ALP- (Academia de Letras de Palhoça); Membro da AJEB (Ass. de jornalistas e escritoras Brasil/SC); Literarte; Luminescense; Cultive Art Littérature Solidarité; N.A.L.A.P;  FEBACLA, com o título nobiliárquico de Marquesa; Embaixadora Imortal da Paz pela OMDDH; cofundadora da ABARS.

Colunista na Revista Mágico de Oz, Cultive e no Portal on-line cidade de Palhoça: https://portalpalhoca.com.br/coluna/historia-em-foco-com-neusa-coelho/hercilio-pedro-da-luz.

Neusa Bernado Coelho é a mais nova integrante da Família ROLiana e colaboradora de Primeira Grandeza do ROL!

Abaixo, sua primeira contribuição.

Nicolau Nagib Nahas: Primeiro Modernista Catarinense

Foto: Acervo família Nahas

Nicolau Nagib Nahas, nasceu em 1898, Rio Janeiro. Filho de imigrantes sírios veio para Florianópolis/SC, ainda criança, onde estabeleceu vínculos culturais e profissionais. Casou-se em 1922 com a palhocense Carmen Hoffmann com quem teve sete filhos (Edson Ruy, Jamille Maria, Talitha Coeli, Gilberto Pedro, Juarez Artur e Hermes D’Alincourt). Em 1934 faleceu com apenas 35 nos de idade na capital catarinense, vítima de tuberculose. Exerceu distintos cargos profissionais na vida pública, mas se dedicava intensamente à vida cultural. Fundador do Centro Catharinense de Letras, destacou-se como produtor literário, poeta e dramaturgo, atividades que lhe deram amigos influentes na sociedade catarinense, entre eles: Antonieta de Barros, Delminda Silveira de Sousa, Ildefonso Juvenal da Silva, Trajano Margarida, Osvaldo Mello, Othon da Gama d’Eça, Índio do Brazil, Altino Corsino da Silva Flores, Leocádio Correia,.. Sua sensibilidade poética enriqueceu colunas de jornais, periódicos, folhetins, livros de poesia e peças de teatro. Além de redator, Nicolau Nagib Nahas foi orador oficial de vários clubes sociais e partidos políticos. Despontou na literatura ainda na juventude, e, aos 18 anos de idade apresentou as obras: “Prelúdios Vespertinos” (1916) e “Hosanas”, esta dedicada ao ilustre catarinense José Arthur Boiteux (1916); “Canções Incultas” (1922), “Boas Festas” (1932). A família publicou post-mortem “Versos de Minha Vida” (1947).

Para o teatro, Nahas compôs “Ilha dos Casos Raros” (Revista -1926), “BemDito Amor” (Melodrama-1932), “A Cruz” (Entreato). Fez diversas apresentações da peça Ilha dos Casos Raros no Teatro Álvaro de Carvalho onde dramatizou de forma crítica e irônica   a realidade econômica, social e política dos habitantes e da capital catarinense. Durante o espetáculo o público compreende a mensagem e retribui com aplausos acalorados.

A poética de Nahas permeia as diversas fases do Modernismo brasileiro, antes estabelecido apenas no eixo Rio/SP, sendo por isso considerado o primeiro modernista catarinense. Um homem à frente do seu tempo, Nicolau Nagib Nahas retratou temas sociais no início do século XX que continuam presentes no cotidiano brasileiro. O poema Noites de Abril, de sua autoria, identifica a dor do abandono, o sofrimento de um povo, a morte no toque dos sinos, a alegria de alguns (quem mandava) e tristeza de outros (quem obedecia).

 Noites de Abril                                                                                  

Noites de Abril… luar de prata… salmo

Que todos cantam: uns rindo, outros chorando,

Na beleza ilusória de um céu calmo.

 

E quanta gente, ó noites enluaradas,

Vai entre dor e mágoa relembrando

As tristes esperanças malogradas!

 

Luar de Abril… noites de prata… encanto

Dos olhos dos que riem satisfeitos

E desconhecem o travor do pranto!

 

Como vos amo, ó noites, e eu quisera

Que o teu clarão chegasse aos tristes leitos.

Onde nunca fulgiu a primavera!

 

Nos leitos tristes dos agonizantes

Para que o teu clarão, ó lua santa,

Sacramentasse os últimos instantes…

 

Noites de Abril… fios de prata… hinos

Que a Natureza em tudo vibra e canta

Na orquestração uníssona dos sinos!

 

Quantas almas que gemem torturadas

Pela dor do abandono e da desdita,

No desespero atroz acorrentadas!

 

Quanta gente que chora e que maldiz

Da vida torpe a sina tão maldita

Porque nunca na vida foi feliz!…

 

Noites de Abril… Sonhos que vão passando

Como fantasmas lívidos cantando

Os encantos da vida e do luar!…

 

São gemidos que fogem torturados

Dos tristes corações dos desgraçados

Que pela vida em flor passam a chorar…

 

Quanta gente que chora amargurada

Ao ver assim uma noite enluarada

Tão cheia de silêncio e claridade!

 

Noites de Abril… luar de prata… mágoa

Dos que vivem com os olhos rasos d’água

E os corações repletos de Saudade!

 

(Do álbum da senhorita Elsa Helm – materiais cedidos para pesquisa pelo bisneto Arthur Nahas Neves e

Familiares )

Por Neusa Bernardo Coelho- Poetisa – Historiadora

 

 

Sergio Diniz da Costa
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