SEBASTIAN GACHET E AS PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS
Os Suíços perdem a cidadania e se tornam súditos de Portugal
Quando Gachet oficialmente foi recebido por D. João VI, ficou acertado que os colonos suíços deveriam ser católicos e viriam ao país para cultivar terras na região serrana do Rio de Janeiro. No contrato estava prevista a instalação da nova colônia agrícola em terras do governo português.
As famílias imigrantes receberiam uma porção de terra e teriam suas despesas de viagens para o Brasil pagas pelo governo imperial. Elas seriam ainda isentos do pagamento de impostos por um período de dez anos, assumiriam a nacionalidade portuguesa e jurariam fidelidade ao rei de Portugal. Poderiam inclusive pleitear a nacionalidade brasileira, mas apenas uma década após sua chegada, e também utilizar a mão-de-obra escrava da mesma maneira que os portugueses o faziam.
O pagamento das despesas com a viagem dos colonos e os depósitos, acrescidos de juros de 6% ao ano, referentes ao pagamento das despesas, estariam a cargo de dois estabelecimentos comerciais, em Marselha e em Anvers, na França, através do principal sócio de Nicolas Gachet, Louis Bremond.
Gachet era o responsável tanto pela agência de imigração como pela sociedade de colonização buscando, assim, nas duas pontas do negócio, auferir altos lucros.
O ACORDO OFICIAL, 11 DE MAIO DE 1818
No dia 11 de maio de 1818 foi firmado no Rio de Janeiro o acordo oficial entre a Corte Real Portuguesa e o Governo de Friburgo. A viagem de Gachet para o Brasil foi financiada por Jean Baptiste Bremond, novo Cônsul de Portugal na Suíça, tio milionário do sócio de Nicolas Gachet, Louis Bremond.
Gachet e o seu sócio, entretanto, desconsideraram os termos exatos do contrato assinado com o governo brasileiro e até exigiram mais dinheiro para o que chamavam de gastos imprevistos. Ambos viam a emigração para o Brasil como uma maneira de conseguir altos lucros, muitas vezes, descuidando totalmente do bem-estar dos suíços. Por outro lado, algumas pessoas que vieram ao Brasil eram vistas, em sua maioria, com maus olhos pela sociedade helvética, pois lá recebiam ajuda financeira do governo para sobreviver.
Waldir Freitas Oliveira em “A Saga dos Suíços no Brasil (1557 – 1945)”, diz: “não se podendo, contudo, em todo esse conjunto de emigrantes, esconder um certo interesse por parte, principalmente, dos Cantões de Friburgo e Berna se aproveitaram da ocasião para livrarem-se dos Heimatlosen, aqueles que não gozavam desses cantões dos diretos dos burgueses e eram considerados apátridas, mas que recebiam de seus governos subvenções para o seu sustento, o que os tornava uma carga incomoda, da qual procuravam então libertar-se; e ainda não se haja apurada, com precisão, a proporção em que participaram os Heimatlosen dessa leva de imigrantes, tem-se a presunção de que foi significativo”.
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024