BRIZOLA AGORA É HERÓI DA PÁTRIA. FOI GRANDE. MAS LAMARCA E MARIGHELLA FORAM MAIORES
Rede da legalidade: uma vitória épica. |
A presidente Dilma Rousseff sancionou lei incluindo no Livro dos Heróis da Patria o político Leonel Brizola que, quando era governador do RS, liderou a resistência ao golpe de estado tentado pela direita em 1961, quando da renúncia do presidente Jânio Quadros.
Infelizmente, a conspiração militar acabou sendo vitoriosa na oportunidade seguinte, dois anos e meio depois. Mas não por omissão do Brizola: ele bem que pretendeu confrontar os fascistas, só que o presidente João Goulart era de outra têmpera e preferiu escafeder-se com o rabo entre as pernas para o Uruguai, deixando o governo acéfalo.
Honraria merecidíssima. Brizola estará em boa companhia, ao lado de Anita Garibaldi, Chico Mendes, Frei Caneca, Tiradentes e Zumbi dos Palmares, bem como de líderes da Conjuração Baiana, das Guerras Guaraníticas, da Insurreição Pernambucana de 1624-1654, da Revolução Acriana e da Revolução Federalista; de heróis da Revolução Pernambucana de 1817; e dos estudantes MMDC, mortos em praça pública pela ditadura de Getúlio Vargas.
A lei que acaba de ser sancionada alterou também o prazo necessário, após sua morte, para que um cidadão possa ter seu nome acrescentado ao Livro. Era de 50 anos, passou a ser de 10.
Com o lenço vermelho dos socialistas |
Este outro tipo de pedalada permitiu à Dilma antecipar em quase quatro décadas a homenagem ao seu ídolo, morto em 2004.
Já os comandantes Carlos Lamarca e Carlos Marighella —assassinados covardemente pela ditadura militar quando estavam sem a mínima possibilidade de reação, o primeiro combalido e já rendido, o segundo surpreendido por uma tocaia– não mereceram de Dilma idêntica demonstração de respeito. No entanto, eles compõem, com Tiradentes, a trinca dos maiores heróis que este País já produziu.
O casuísmo da presidente permite, contudo, que não precisemos esperar 2019 nem 2021 para prestar-lhes o merecido tributo. Desde que ousemos lutar para que isto aconteça, ousando vencer a resistência dos inimigos e dos desafetos de outrora.
“Em 2016, com o apoio do Congresso, persistiremos pelos necessários ajustes orçamentários, vitais para o equilíbrio fiscal. Em diálogo com os trabalhadores e empresários, construiremos uma proposta de reforma previdenciária, medida essencial para a sobrevivência estrutural desse sistema que protege dezenas de milhões de trabalhadores.”
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(presidente Dilma Rousseff, nas pessimamente traçadas linhas que enviou à Folha de S. Paulo, aquele mesmo jornal que a acusou de responsável por um plano de sequestro do Delfim Netto e que qualifica a ditadura militar de branda)