novembro 21, 2024
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Rejane Nascimento: 'Nossas idealizações'

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Rejane Nascimento

Nossas idealizações

Neste texto quero trazer uma breve reflexão sobre nossas idealizações. Vou tentar explicar um pouco sobre este assunto incluindo o mundo virtual.  Sabemos que o mundo virtual é um ambiente imersivo, simulado através de recursos computacionais, destinado a ser habitado e permitir a interação dos seus usuários através de avatares, que são representações personificadas do usuário dentro do ambiente digital, possuindo o conceito de persistência, isto é, quando o estado de seus objetos se preserva independentemente da presença do usuário. Conceitualmente, existem níveis distintos de virtualidade. Não há dúvida que representa uma grande evolução. Esta experiência onde podemos personalizar, até certo ponto é benéfica, trazendo saberes e conhecimentos importantes, mas quando ultrapassa os limites, entramos em um mundo de fantasias e corremos o risco de deixarmos de ser nós mesmos, ou seja, podemos imergir em uma idealização que nos deixa alheios ao real.

Vou fazer uma pequena explicação sobre este ideal.  O ideal representa aquilo que não é, mas gostaríamos que fosse. Falamos de um desejo que muitas vezes nos move em direção aos nossos sonhos, porém quando não temos um conhecimento suficiente, podemos deixar o real e viver em um lugar  onde não existimos de verdade. É neste lugar que considero estarem presentes alguns malefícios do mundo virtual, onde observo os riscos que corremos com a questão das idealizações.

Analisando sobre as idealizações e entendendo que dessa forma podemos estar ‘alheios à vida e a nós mesmos’, então a minha interrogação é: Até onde é benéfico ou maléfico ao ser humano viver na ‘idealização’, no que diz respeito ao virtual? Não tenho dúvidas que o mundo virtual é um lugar envolvente e com infinitas possibilidades, onde tentando muitas vezes replicar a realidade, criando uma espécie de ‘cópia’ da vida real ou do nosso eu ideal. Meu questionamento é: Até onde é possível criar uma cópia de uma vida humana?  Não quero que pareça que não sou adepta a este mundo virtual ou que não considero que seja uma evolução. Meu interesse é questionar onde nós, seres humanos, estamos e como utilizamos estes meios.

Nosso “eu real” é o que somos, assim como somos, e isso determina nossa essência. No real temos noção da nossa verdadeira lógica existencial e para conseguirmos essa consciência, o autoconhecimento é o primeiro caminho a ser seguido. Assim, podemos pensar no ideal como uma busca constante, que vai se alterando e se moldando na tentativa de sermos aceitos no meio social enquanto indivíduos, ou seja, há a possibilidade de estarmos usando máscaras com ideologias contrárias às nossas para sermos vistos e aceitos. Sabemos que uma parte de nós é inata, por outro lado estamos sempre em construção e somos frutos do meio em que vivemos;  naturalmente somos modificados ao longo do tempo, porém, reconheço que buscamos insaciavelmente o ideal. Todavia, até onde este ideal pode existir?

Neste ponto entramos novamente nas questões virtuais que sugerem a replicação da realidade como se tivéssemos um ‘simulador de nós mesmos’ ou um ‘simulador de vidas’. Até onde é possível simular nossas vidas? Será que realmente estamos conscientes o suficiente para fazer estas distinções sobre o real e o ideal? Será que sabemos o suficiente sobre nós mesmos, a ponto de não confundirmos o que é real e o que é uma idealização maléfica, onde podemos deixar de ser o que somos?

Quero deixar estas interrogações para refletirmos.

 

Rejane Nascimento

rejane.d@hotmail.com

 

Rejane Nascimento
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