As escolhas que fazemos
No decorrer da vida, todos passam por diversas situações que lhes impulsionam a fazer escolhas. Cada circunstância dessa mudará os rumos da vida com maior ou menor intensidade.
E lá estava Beatriz, com pouca idade, entrando no ônibus rumo a uma ‘nova terra’, sem saber que estava apenas ao pé da montanha; mas ela desejava seguir em frente e ver a paisagem do topo. E as escolhas seriam muitas, e os tropeços seriam vários, e as feridas nas articulações seriam diversas, mas ela olhava para o topo.
Eis que um filme breve da vida de Beatriz se passou em pensamentos enquanto os quadrantes da estrada se moviam na janela. Árvores, cercas, vegetações e solidão. Nas ideias: expectativas, sonhos, ‘sementes’, medos e imensidões. E assim aconteceu na vida de Beatriz, naquele momento do tempo. Assim acontece com todos, nos momentos próprios do tempo de cada um.
Depois de tantas escolhas, Beatriz entendeu: cada uma delas ocupa um lugar único nos dias, influenciam a formação humana, familiar e profissional, na intensidade com que foram dispendiosas. Há escolhas que são um caminho sem volta e, no ponto positivo da questão, a busca pelo saber, pelo aprender a aprender, é um desses caminhos. Ocorre uma ‘deformação’ e outra ‘formação’ de um novo sujeito.
É comum ouvir que determinado caminho se seguiu, pois não houve escolha a ser feita. Será mesmo ou foi por ser mais cômodo não abrir mão de algo e simplesmente deixar seguir, do que arcar com as consequências da escolha do próprio caminho?
Não existe um manual que exprima a melhor escolha e que, com certeza, dará garantias desta ou daquela. Isso faz parte da escalada da montanha e do desejo de deslumbrar a cena do topo dela.
Ao optar por não decidir nada, nota-se que uma escolha já foi realizada: a de não se comprometer com a situação. Muitas vezes, a postura é tomada como meio de fuga.
O risco faz parte da caminhada. Ou você acha que aqueles que escalaram grandes montanhas simplesmente contemplaram a paisagem do seu cume, sem que tenham passado por quedas e escoriações ao longo da escalada?
Destino? Para aqueles que utilizam dessa vertente, justificando-se diante da vida, saibam que os traços dele saem das suas mãos, consciente ou não, os rumos é você quem desenha.
Albert Einstein deixou-nos a reflexão: “Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos.”
Martha Medeiros, poetisa brasileira, completa: “Quando fazemos uma escolha, qualquer escolha, estamos dizendo sim para um lado e dizendo não para o outro. Então, algum sofrimento sempre vai haver.”
Enquanto isso, Beatriz estava a passos calmos nos desfiladeiros da montanha, sentando nas pedras encontradas para descansar, desviando delas, retomando o fôlego e seguindo… Ela descobriu que o cume da montanha é simbólico; ele pode até ter um som mudo no dia de vislumbrá-lo em um crepúsculo qualquer. Mas, o que faz você humano é a experiência dos desfiladeiros da montanha; é por meio das quedas e ascensões que se tenta o novo, e isso arquiteta a história de cada um.
Sem esgotar, o artista Vincent Van Gogh, dando a devida pitada da sua percepção disse: “Que a cada dia você tenha paciência para as dificuldades, sensatez para as escolhas, delicadezas para as palavras, coragem para as provas… Ame muitas coisas, porque em amar está a verdadeira força! Quem ama muito conquistará muito! E o que for feito com amor estará bem feito.”
Quem sabe as grandes coisas da vida se resumam a isso?
Gabriela Lopes
gabils3377@gmail.com
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Formada em Direito, escritora, mentora literária e artista plástica. Palestrante da Feira Virtual do Livro da França e dos Estados Unidos. Já participou das feiras do livro do Perú e do Uruguai. Ela é Dra. Honoris Causa em Comunicação Social pela OMDDH, signatária do Pacto Global da ONU; Dra. Honoris Causa em Intercâmbio Cultural Brasil-África; Certificação da Academy do Pacto Global da ONU sobre Igualdade de Gênero; Pós em Direitos Humanos; Direito Constitucional; Bacharela em Direitos Humanos com ênfase em ciências sociais pela OMDDH. Bacharela em Direito pela Faculdade UNIPAC, Campus de Teófilo Otoni. Experiência no Ministério Público de Minas Gerais em estágio de pós-graduação na Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente da Bacia do Rio Doce (Governador Valadares), atendendo 140 municípios. Membro de academias de letras nacionais e internacionais; Presidente do Instituto AMMAR MINAS; Diretora da Editions Cultive de Genebra; Autora de 6 livros literários, Coordenadora da Revista Cientifíca Multidisciplicar do Instituto Nelson Mandela de Angola- África; Participação do V Simpósio de Português como língua de herança do Japão- Realizado pelo Consulado Geral do Brasil em Hamamatsu no Japão e pelo Internacional Institute of Education and Culture; ganhadora de 34 premiações nas esferas literárias, acadêmicas e artísticas no Brasil e no exterior.