Persona non grata
Integro o grupo de risco
Guardo ogivas nos dedos
Aciono temíveis pesadelos
Nos disparos do meu grito
Integro o grupo de risco
Ao bombardear quimeras
Fissão nuclear de ideias
Calor e energia e conflito
Participo do grupo de risco
Ecoo saberes acumulados
Deixo mais ameno o fardo
E leio as linhas do sorriso
Componente do grupo de risco
Intérprete do canto-passarinho
Suspirando as luas, devagarinho
A vida nua despe o meu eu-lírico
Componente do grupo de risco
Teço as manhãs com fios de sol
Conspiro no esplendor do arrebol
Preencho de orquídeas o caminho
Participo do grupo de risco
Derrubo muros e castelos
Religo pontes, edifico elos
Convirjo a lucidez e o delírio
Isolados deveriam ser os cretinos
E a quarentena, para todo sociopata
Os espaços de poder viraram circos
As tragédias, vistas da arquibancada
Nessa sociedade vil, enfermiça,
O poeta é persona non grata
Pois atiça o fogo da cidadania
E dissipa a crença infundada
Nessa sociedade vil, enfermiça,
É crucial toda forma de poesia
Contra tudo que nos anestesia
A favor do que nos sensibiliza.
Persona non grata
Traductora: Damelis Castillo
Integro el grupo de riesgo
Guardo ojivas en los dedos
Acciono temibles pesadillas
en los disparos de mi grito
Integro el grupo de riesgo
Al bombardear quimeras
Fisión nuclear de ideas
Calor, energía y conflicto
Participo del grupo de riesgo
Ecuo saberes acumulados
Dejo más ameno el fardo
y leo las líneas de la sonrisa
Componente del grupo de riesgo
Intérprete del canto pajarillo
Suspirando las lunas, despacito
La vida desnuda desviste mi yo-lírico
Componente del grupo de riesgo
Tejo las mañanas con hilos de sol
Conspiro en el esplendor del arrebol
y relleno de orquídeas el camino
Participo del grupo de riesgo
Derrumbo muros y castillos
Religo puentes, edifico elos
Converjo la lucidez y el delirio
Aislados deberían ser los cretinos
y la cuarentena, para todo sociópata
Los espacios de poder viraron circos,
las tragedias, vistas desde las gradas
En esa sociedad vil, enfermiza,
el poeta es persona no grata
pues atiza el fuego de la ciudadanía
y disipa la creencia infundada
En esa sociedad vil, enfermiza,
es crucial toda forma de poesía
contra todo lo que nos anestesia
a favor del que nos sensibiliza.
Pietro Costa
pietro_costa22@hotmail.com
Clipe poético, com recitação em espanhol da multiartista venezuelana Damelis Castillo:
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30.06.1981, Brasília/DF, Brasil. Formado em Direito pela Upis. Pós-graduação lato sensu em Globalização, Justiça e Segurança Humana pela ESMPU em parceria com a Ruhr Universitat de Bochum/Alemanha. Assessor Jurídico de 2ª Instância do MPU. Escritor. Poeta. Comendador. Ativista Cultural. Ex-Presidente da Academia Cruzeirense de Letras (2018-2020, 2020-2022). Membro de Academias Literárias e Entidades Culturais no Brasil e no exterior. Membro da Literarte. Membro VIP da Rede Sem Fronteiras. Membro do IICEM. Chancellor of the Arts – International Arts Committee. Membro da ALSPA. Preceptor do Instituto Baronesa de Ensino e Desenvolvimento Humano. Embaixador da Paz da OMDDH. Dr. Honoris Causa em Literatura, Ciências Jurídicas, Direitos Humanos e Humanidades. Autor de 8 obras literárias (Entre a Caneta e o Papel, 2018; A Rosa dos Ventos, 2019; Juras de Poesia Eterna, 2020; Urbanos, 2020; Lua a Pino, 2021; Autopoiesis, 2022; Nos Labirintos da Palavra, 2022; Sol Ridente, 2023). Coautor de mais de 300 coletâneas. Várias honrarias, prêmios e títulos.
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