novembro 21, 2024
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Celso Ricardo de Almeida: 'Casa do Caralho'

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Celso Ricardo de Almeida

“Necessitamos conhecer o nosso idioma com suas gírias e expressões regionais para evitarmos constrangimento ou informações errôneas”

Recentemente, em uma daqueles episódios ocorridos no trânsito, entrei em uma vaga de estacionamento e um motorista que estava atrás de mim, praguejando e mostrando o ‘dedo do meio’, vociferou aquela famosa frase: “Vai para a casa do caralho!”.

Atônito e revoltado, pois não tinha feito nada que pudesse merecer a ira daquele motorista, saí para fora do carro já resolvido responder àquela agressão verbal da qual tinha sido vítima; todavia, por um momento hesitei e refleti, e depois de um breve déjà vu, lembrei-me de minhas aulas de gramática e até mesmos das brincadeiras de escola, e a sensação colérica que havia sentido deu lugar a uma sensação de compaixão pelo meu agressor que havia proferido aquelas palavras no intuito de denegrir-me, mas que, no entanto, usou a expressão errada, por ter se enganado, ou mesmo por falta de conhecimento. Isso porque a expressão “vai pra casa do caralho!”, não é uma agressão verbal como alguns pensam, e no intuito de colaborar com a elucidação desta expressão ‘aterrorizadora’, tentarei explicar o seu significado.

Casa do caralho seria aquela plataforma acima do mastro das antigas embarcações à vela, que também pode ser chamada de gávea. Era o lugar mais alto e pior da caravela para se ficar, balançava muito, o sol queimava e era solitária. Quando os marinheiros se comportavam mal eram mandados para a ‘casa do caralho’, ou seja, para a pequena cesta no alto dos mastros das caravelas onde, dali, os marujos observavam o horizonte. Mas era um lugar muito instável, repercutia qualquer balanço do navio com maior intensidade; portanto era um local no qual ninguém queria ir, e servia como castigo.

Retornando ao meu incidente de trânsito, achei melhor cogitar que o motorista estava querendo me impor qualquer castigo pelo fato de ter pegado a vaga de estacionamento que ele pretendia e não me ofender. Assim, voltei aos meus afazeres mais calmo e sem estresse, restando-me a lição de que necessitamos conhecer o nosso idioma com suas gírias e expressões regionais para evitarmos constrangimento ou informações errôneas, como a que aconteceu comigo e o outro motorista.

Celso Ricardo Almeida
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