Competências. Técnicas. Características
A sociedade humana, globalmente considerada, os povos das diferentes nações, as comunidades regionais e locais, os grupos, as famílias e as pessoas, vivem num mundo em permanente transformação, com uma aceleração impressionante, que é difícil acompanhar, mas que é necessário não perder de vista, sob pena de, a muito curto prazo, ficar-se envolto nas malhas da desatualização, sem condições de competir, de assegurar uma estabilidade mínima, com um futuro incerto e, eventualmente, sem condições de se retomar novas atividades.
Quaisquer que sejam as ocupações de cada pessoa: amadoras, associativas, lazer, desportivas, profissionais, políticas, religiosas, culturais e outras, a competência é essencial para bem desempenhar as tarefas inerentes às respetivas posições hierárquicas, considerando-se fundamental uma que é própria de quem deseja vencer – a automotivação. Esta competência, ou capacidade de se manter firme e otimista, quanto a objetivos a atingir, faz toda a diferença entre quem se conforma com o que tem, e quem, permanentemente, vai à “luta”.
Exigir de um colaborador que seja apenas, e exclusivamente, competente na área da sua profissão, descurando outras vertentes das diferentes dimensões da pessoa humana, poderá revelar-se uma péssima estratégia, porque até se pode ser muito bom numa determinada diferenciação, todavia, se um trabalhador nestas condições tiver de trabalhar em equipa, os resultados a alcançar, eventualmente, serão menos bons, exceto se o funcionário-especialista possuir uma formação integral, no domínio dos restantes saberes: ser, estar e conviver-com-os-outros.
Conjugar, na mesma pessoa, competências, técnicas e características é um processo complexo: quer para o colaborador; quer para o gestor de avaliação das capacidades dos trabalhadores, sabendo-se, todavia, que algumas estratégias, metodologias e objetivos se podem alavancar, em concordância com as partes envolvidas, na organização.
Sendo desejável que, em todas as atividades da vida, as competências, em diversos domínios, possam valorizar o desempenho, a produtividade, a qualidade de tudo o que é realizado, a verdade é que é no trabalho profissional que as pessoas permanecem mais tempo, ao longo da vida, e se relacionam com mais frequência, umas com as outras, se geram amizades e conflitos, relacionamentos que perduram ou nunca se consolidam, com verdadeira solidariedade, amizade e lealdade.
Pelo menos, mais de metade da existência humana, gira à volta do trabalho contínuo, profissional e sempre cada vez mais exigente, considerando uma sociedade de consumo, também ela fortemente reivindicativa no que se refere: a preços, à qualidade, à inovação, ao aparecimento de produtos, bens e serviços que despertem novas e excitantes necessidades. Organizações e seus colaboradores têm de estar preparados para este novo mundo do consumo imediato.
Entrar no mercado de trabalho, para a maioria das pessoas, pelas vias ditas: normais, legais, legítimas e/ou por mérito próprio é cada vez mais difícil, uma lotaria, ou então uma aventura, cujo final se desconhece. Para além de certas restrições impostas por algumas organizações, paradoxalmente, por vezes, o próprio Estado (idade, ideologia, orientação sexual, género, entre outras “aberrações” consideradas inconstitucionais), colocam-se, à partida, exigências que, num ou noutro caso, se destinam a impedir a maioria de concorrer, porque não se pode exigir aos vinte e poucos anos: habilitações elevadas, experiência, domínio de conhecimentos polivalentes, ainda que, alegadamente, essenciais, tais como: especializações, domínio de vários idiomas, informática, estágios profissionais, entre outros.
É de considerar, portanto, que todas as competências possíveis, técnicas para bem trabalhar uma determinada função e contribuir para atingir objetivos predeterminados, conjugados com diversas características próprias, são essenciais para se vencer profissional e socialmente, quer em contexto laboral, quer em diversos âmbitos da vida pessoal, familiar, associativa, institucional e de lazer.
Competências, técnicas, características, formação ao longo da vida, princípios, valores, sentimentos e emoções, tudo é necessário, porque a pessoa humana é dotada de todas estas, e muitas outras, dimensões, que nenhuma máquina possui.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
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Natural de Venade, uma freguesia portuguesa do concelho de Caminha, é Licenciado em Filosofia – Universidade Católica Portuguesa; Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea – Universidade do Minho – Portugal e pela UNICAMP – Brasil; Doutorado em Filosofia Social e Política: Especialização: Cidadania Luso-Brasileira, pela FATECBA; autor de 14 Antologias próprias: 66 Antologias em coedição em Portugal e no Brasil; mais de 1.050 artigos publicados em vários jornais, sites e blogs; vencedor do III Concurso Internacional de Prosa – Prémio ‘Machado de Assis 2015’, Confraria Cultural Brasil – Portugal – Brasil; Prêmio Fernando Pessoa de Honra e Mérito – Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas do Brasil’ 2016; Vencedor do “PRÊMIO BURITI 2016”; Vencedor do Troféu Literatura – 2017, ‘ZL – Editora’ – Rio de Janeiro – Brasil, com o Melhor Livro Educacional, ‘Universidade da Vida: Licenciatura para o Sucesso’; Cargos: Presidente do NALAP – Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa; ; Condecorações: Agraciado com a ‘Comenda das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker, Brasil’ (2017); Título Honorífico de Embaixador da Paz; Título Nobiliárquico de Comendador, condecorado com a ‘Grande Cruz da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral’ pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística; Doctor Honoris Causa en Literatura” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.