Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com – ‘Hora de sair de cena!’
Esses dias assistindo a um filme que relata a substituição de um grupo de homens experientes por outros mais jovens, e como sempre pensando e divagando no contexto. Não tem jeito uma hora teremos que sair de cena, passar o bastão, pendurar a chuteira, e outros tantos adjetivos que podemos encontrar. Vejam, mas não é tarefa fácil, afinal temos que encontrar discípulos, coisa rara nos dias de hoje, ora por não quererem aprender, pois acham que sabem tudo, ora pelo egoísmo exacerbado da maioria das pessoas em não dividir o que aprendeu pela vida. Na antiguidade era extremamente comum as pessoas preocuparem-se com a continuidade do conhecimento, passavam de geração em geração. Estatisticamente falando dentro de uma organização o funcionário ao ensinar outra pessoa, passa apenas 30% do seu conhecimento, isso se ele dominar plenamente suas funções imaginem então um que sabe menos ainda o que poderá ensinar? Não passará nada, pois o que menos sabe é ainda mais egoísta, é o cara que sofre só em pensar que outro pode ocupar seu espaço, mal sabe ele que quanto mais distribuímos o que aprendemos, mais aprenderemos, pessoas solidarias com as outras tendem a ter ajuda para subir e serem promovidas com maior rapidez, o tão afamado trabalho em equipe, não se restringe somente a dividir tarefas, e sim conhecimento. A verdade é que temos sim que sair de cena, não poderemos ficar eternamente em nossos papéis de protagonistas, obviamente não estou dizendo para que ninguém se isole, existem diversas maneiras de continuarmos atuando, porém, podemos aplicar nossos conhecimentos nos bastidores, deixar as luzes da ribalta para aqueles cuja sua jornada está ainda nos primeiros passos, e com certeza chegará como nós ao ápice. Vamos torcer para que esses futuros substitutos encontrem com mais facilidade sucessores, pois somente chegará a mestre quem souber encontrar discípulos para que seu legado seja levado por gerações. Ao sair de cena deixemos as cortinas prontas para um novo ato, lembre-se que o espetáculo tem que continuar mesmo sem você, e torça para que seja com menos erros e mais acertos.
O sair de cena que exemplifiquei nessa crônica, não significa de maneira alguma no sentido de deixar de viver, e sim distribuir sua vivência, compartilhar suas experiências, seus acertos e seus erros que com certeza foram muitos, e que serviram para te elevar, para te impulsionar, dizer ao mundo e aos mais jovens que tudo é válido, os acertos e os erros, cada minuto da vida, e aproveitar para eternizar o seu legado.
O sair de cena, é deixar o egoísmo de lado, é acreditar que tem pessoas tão ou melhores que você, é perceber que na vida tudo tem um ciclo, uma duração, um limite, um começo, um meio e um fim.
Curve-se diante do novo, aceite as mudanças necessárias, agradeça as conquistas, e comece tudo de novo, aprendendo mais do que ensinando, percebendo que a roda da vida não para, recomece quantas vezes for preciso.
Portanto, ensine, compartilhe, ajude com sua experiência a melhorar o mundo a sua volta, lembre-se que por mais insubstituível que você acha que é não ficará para semente, não será eterno, querendo ou não, você terá que dizer adeus!
Aplausos a todos que sabem sair de cena com o glamour de uma estrela de Hollywood.
Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.