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Praças

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Sergio Diniz da Costa: Crônica ‘Praças’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
Uma praça, com muitas pessoas em trânsito
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Estou no centro da praça central de minha cidade. Manhã fresca de setembro. Céu de Brigadeiro.

E ali parado, sou um mero e curioso observador. Algumas pessoas cruzam por mim como que desenhando um ‘Jogo da Velha’ em direção a seus afazeres. Outras, prestam atenção à pregação de um evangélico. Outras fazem uma roda, em torno de um artista de rua. Algumas, sentadas nos bancos, simplesmente parecem tão somente descansar ou ‘jogar conversa fora’.

A praça central de minha cidade, naquele momento, me faz recordar de outra, que decantei em versos nos anos 80, quando estive na cidade de Santos, a trabalho.

Era a praça ‘Ruy Barbosa’. E inspirado nela, também como um mero e curioso observador, o papel deu à luz ao poema ‘Impressões da Praça’:

Velha praça de imortal nome!/ Encruzilhada de destinos/ Que correm paralelos/ Ou se entrecruzam/ Em eventuais encontros./ Velha praça de imortal nome! Onde os pássaros sufocam gorjeios/ Ao alarido de veículos céleres;/ Onde o trágico e o cômico se revezam/ Aos olhos transfixos dos transeuntes./ Velha praça,/ De novas emoções! Em seu solo vicejam/ Plantas e flores,/ Pegadas e frases/ Que Éolo mistura/ Em algaravias/ Que somente a brisa entende./ Os homens se esbarram,/ Mas não se tocam;/ Trocam ideias/ Ou falam a si mesmos./ As árvores cumprem seus destinos:/ Sombreiam, farfalham,/ Tingem a paisagem cinza citadina/ Com cores vivas;/ Mantêm colóquios misteriosos entre si;/ Brincam com anciões/ Recostados em alvos brancos,/ Derramando-lhes folhas soltas./ Velha praça de imortal nome!/ Ao dia, é vida e burburinho;/ À noite, é escura e melancólica;/ É abrigo de aves gárrulas;/ É repasto de pombos…/ E de sonhadores!

Volto o pensamento à praça de minha cidade. Observo seus frequentadores e aqueles que por ela apenas transitam de passagem. E sinto que tanto ela quanto a de todas as cidades de todos os lugares deste planeta têm uma espécie de ‘alma’. Uma alma em comum. E essa alma representa um emblema, um símbolo: o símbolo da alma humana. No seu ir e vir, de um lado a outro, pelos caminhos da vida, em busca de algo.

Talvez, em busca de si mesma.

Sergio Diniz da Costa


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