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No Quadro do ROL, as letras cearenses de Lina Veira!

Engenheira Sanitária e Ambiental, escritora, cronista, contista e romancista: as várias faces de Lina Veira!

Lina Veira
Lina Veira

Lina Veira, como é mais conhecida na área literária Maria Andrelina Oliveira BentoLina Veira, natural de Fortaleza (CE), é formada em Engenharia Sanitária e Ambiental, escritora, cronista, contista e romancista.  

Tem projetos literários no Instagram, como Sábado com Poesia, saraus on-line e presenciais, feiras de livros, lançamentos e divulgação de autores na sua região.

É autora dos livros ‘Um de meus Olhares’, Editora Motres, que explora questões profundamente humanas e deixa a utilidade da motivação e desapego, influenciando homens e mulheres e ‘Outras Flores se Abrem’, pela mesma editora, um livro altamente feminino, que deixa uma proposta calma e consciente do reinventar-se, e marca sua trajetória na escrita, deixando suas crônicas e versos como instrumento de liberdade.

É coautora em algumas revistas e coletâneas literárias.

Lina Veira, que acredita que “Tudo tem a hora certa e o seu tempo”, ingressa nas Letras ROLianas com a crônica ‘No ônibus’.

No ônibus

Ilustração de Lina Veira
Ilustração de Lina Veira

Tudo tem a hora certa e o seu tempo.

O ônibus só demora para quem chega cedo no ponto. 

Para ver poesia na vida, basta abrir os olhos e estar disposto a observar o divino entre nós. 

Passo o cartão e a mensagem ‘liberado’ me condicionam a buscar um lugar para sentar-se.

O som da catraca é o único agora sem assédio nos últimos dias, que relaxa minha mente no mergulhar dos pensamentos, enquanto o trocador realiza a cobrança das tarifas e repassa o troco, prestando informações e observando os passageiros do veículo. 

Ele tem sua importância e não deveria ser trocado por catracas eletrônicas. Sem saber da vida e história de cada um dentro do ônibus vejo que estamos ilhados sobre um asfalto frio e acelerado, alimentando um ciclo vicioso de abrir o celular, colocar fones no ouvido e se tornar rapidamente um estúpido humano sem permitir o despertar da inteligência, do conhecer e amar. 

– Moço

– Desculpe, não ouvi, estava com fones. 

Lembrei das tantas idas e vindas do tempo de Universidade, o nascer e pôr do sol, meu sair e chegar em casa. 

A vida é passageira(o). Mas você precisa pegar o ônibus certo. Toda janela se despede de nós, enquanto outros sobem e descem, ou nos fazem companhia até a próxima parada, sem o interesse da inteligência e vontade de viver, de conviver. Procuro relaxar um pouco entre estranhos olhares, irritados rostos sem lucidez, com uma imagem visual enraizada nas suas preocupações, sonhos, dores e paixões. 

– Onde anda a poesia na vida dessas pessoas? 

O trocador ali sentado, é um   intelecto passivo que representa a paciência com certo entusiasmo sem muito a dizer para o destino de cada um. 

A vida é circulante na despedida e na chegada, no barulho da chuva e dos carros que aceleram o coração com o silêncio de passageiros já acima da capacidade do veículo.

O trocador avisa:

– Tem gente na porta motorista. Enquanto a vida lá fora disfarça o tédio e muitas solidões, eu observo as ações humanas e concluo: nem todas são humanas 

Ali sentada, tenho o melhor tempo para permanecer em mim, lembrar e pensar em você, debruçada nas duas bolsas que sempre carrego, como se fosse tudo que tenho na vida para viver: meu colo.

 Na   realidade inerente e peculiar do sentir o sentido de tudo que tem um sentido sem fazer sentido, os destinos mudam a vida de muitos que estão dispostos a entrar no ônibus, mas ser mais inteligente e humano nas suas relações é um convite. 

– Conecte-se com a vida real. 

Lina Veira

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Sergio Diniz da Costa
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6 thoughts on “No Quadro do ROL, as letras cearenses de Lina Veira!

  1. Que crônica sensacional! Lina. Seja muitíssimo bem-vinda ao nosso Jornal ROL e tenho certeza que sua escrita falará de forma especial a cada coração. Parabéns!!

  2. Lina, espero que muitos leitores tenham a oportunidade de ler esta crônica, pois é uma reflexão oportuníssima!

    O mundo de hoje, cada vez mais virtual, não é, necessariamente, virtuoso. Precisamos retornar aos tempos antigos, em termos de olhos de ver e, sobretudo, de sentir a vida!

    1. Verdade, é preciso olhar e ver, perceber o pulsar da vida . Obrigada pela leitura. Abraço. ADORO ESSE TEXTO TAMBÉM.

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