Pedro Israel Novaes de Almeida: ‘FALTA EDUCAÇÃO’
O maior problema da humanidade é, sem sombra de dúvidas, a falta de educação.
A falta de educação não pode ser confundida com a falta de cultura. O cidadão não precisa entender diversos idiomas, nem haver lido os clássicos da literatura universal, para ser educado.
Existem, conheço muitas, pessoas de grande cultura, capazes de brilhar nos mais sofisticados ambientes, verdadeiros poços de conhecimento, mas dotadas de pouquíssima educação. Em regra, não respeitam os semelhantes e tampouco os animais, comportando-se de maneira indelicada e descompromissada.
Corruptos, em geral, possuem bons graus de cultura e, necessariamente, alguma inserção social. Contudo, só praticam o crime por falta de educação e ausência de bons princípios.
No entendimento popular, a educação costuma ser medida como a capacidade de dizer “obrigado”, “desculpe” e “por favor”. Nada mais enganoso !
A boa educação envolve a civilidade, capacidade de interagir de maneira útil e construtiva. Tão presentes em nossa sociedade, os vândalos constituem exemplos de pouca educação e civilidade.
Vândalos adoram causar prejuízos e infernizar a vida alheia, sem qualquer vantagem pessoal. Danificam orelhões, quebram vidros, destroem jardins, arrancam placas de sinalização, causam incêndios e desfiguram estatuas e monumentos.
Pichadores são vândalos, enquanto grafiteiros são artistas. Não raro, ativistas políticos, quando pouco educados, agem como vândalos.
Vândalos prejudicam toda a sociedade, que acaba suportando os custos da destruição, tanto no patrimônio público quanto no privado. Deseducados, os vândalos tentam figurar no contexto político, mas pertencem, em verdade, ao contexto criminal.
É a falta de educação que agrava nossa primariedade sanitária, que corrobora a desequilíbrio ambiental, que conturba o ambiente social e torna cada vez mais custosas as iniciativas públicas e privadas de melhoria da vida em sociedade.
Embora as escolas dediquem-se a informar, também atuam na educação dos alunos, na exata dimensão da maneira como estimulam ou reprimem atitudes pessoais. Dizem, com razão, que a educação vem do berço, mas as famílias, atualmente, são apenas uma das tantas influências que atuam sobre a criança.
Todos conhecemos pessoas educadas, criadas por pais deseducados, e crianças- problemas, criadas por pais exemplares. Tudo indica que o ser humano não nasce vazio, à espera das informações e exemplos que serão depositados.
Podemos até incrementar a educação escolar, mas é dificílimo aumentar a civilidade. A civilidade depende também de bons exemplos, que andam raros.
O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.