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Não é aceitável que pratiquemos um esporte, religião, ou manifestação artística sem que sejam levantados questionamentos sobre o benefício dessa prática

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ESTUDAR A MÚSICA PELA MÚSICA – POR QUE A ARTE PRECISA SEMPRE DE UM VALOR PRÁTICO

Sempre buscamos um valor pragmático para nosso lazer. Não é aceitável que pratiquemos um esporte, religião, ou manifestação artística sem que sejam levantados questionamentos sobre o benefício dessa prática. Mas a função da música está nela mesma. Na busca pelas sonoridades e no contato com histórias e ritmos.

“Música é antes de tudo diversão e alimento para alma.
Não precisamos de nenhum retorno para montar nossa playlist no celular, cantar no chuveiro, ou arriscar umas batidas na mesa de bar.”

“Sempre se busca um porquê para estudar uma forma de arte”. Quem pronunciou a frase que instigou essa matéria foi a professora Teca Alencar Britto, da Escola de Música da USP. Como todos nós, a docente está habituada a ler diversas matérias jornalísticas e estudos científicos que visam a conferir um valor pragmático à música e a outras formas de arte. Mas porque temos a necessidade de sempre atribuir uma utilidade para nosso lazer?

O mesmo ocorre com a pratica de esportes, com a religião, ou com nossas relações familiares. Tudo tem sempre que caminhar para uma utilidade e trazer benefícios para nossa produtividade, ou para nossa saúde. Manchetes com o poder da música para aumentar a concentração, ou os benefícios da prática musical para idosos enchem os jornais.

O valor da música está nela mesma.

A importância para o aluno de música deve estar na busca da musicalidade em si mesma. “Primeiro de tudo deve-se ter a música pela música: o conhecimento de mundo, o ritmo, a sensibilidade. Depois, os benefícios que ela traz, como maior atenção, coordenação motora e disciplina”.

Nada contra matérias jornalísticas e estudos científicos sobre os benefícios da música. Porém, eles acabam por desfocar aquilo que é primordial no estudo musical, “a paixão pela sonoridade”.

Quem afirma é o multi-instrumentista Flávio Emanuel, que é especialista em ensino musical e professor da Melody Maker Escola de Música. Com 37 anos de atuação na área, Flávio domina instrumentos como bateria, teclado e guitarra. O músico afirma que o que determina se o aluno seguirá ou não na prática musical é o amor pelo instrumento e pela música. “Música é antes de tudo diversão e alimento para alma. Não precisamos de nenhum retorno para montar nossa playlist no celular, cantar no chuveiro, ou arriscar umas batidas na mesa de bar. E é essa paixão que faz com as pessoas de fato se dediquem a estudar música e consequentemente obter qualquer benefício”.

Como disse o grande Millôr Fernandes sobre o Xadrez, “Jogo chinês que aumenta a capacidade de jogar xadrez”. E é para isso mesmo que o jogo deve servir.

Helio Rubens
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