Ivan Fortunato: ‘ACADEMIA ITAPETININGANA DE LETRAS: UM ORGULHO’
Pela qualidade da escrita, pelo conteúdo exemplar e pelo exemplo de amor à cultura, o discurso do novo secretário da AIL-Academia Itapetiningana de Letras, professor doutor Ivan Fortunato emocionou a todos quando foi lida durante a cerimônia de transmissão de cargo da diretoria da entidade, dia 2 de fevereiro último.
Por Ivan Fortunato, doutor em geografia pela UNESP, professor do Instituto Federal em Itapetininga, membro do IHGGI e secretário da Academia de Letras de Itapetininga (2017/2018)
Poucas são as cidades que podem contar com uma Academia de Letras própria. Itapetininga, aqui no sudoeste paulista, é uma dessas cidades.
Bem, desta constatação decorrem algumas perguntas, tais como: o que faz uma Academia de Letras? Qual a sua importância? Quem são seus membros?
Neste momento em que assumo um cargo na diretoria da Academia Itapetiningana de Letras, quero esboçar algumas respostas. Mas, estas, estão longe de serem os melhores argumentos. Isso porque minha intenção é apenas apresentar ideias supostamente organizadas, pois deixei a emoção guiar este discurso.
Assim, não vou retomar a história das Academias, cujo início provavelmente remonta ao iluminismo francês e, no Brasil, à entidade fundada no ano de 1897 por ilustres literários, como Machado de Assis, Olavo Bilac e Ruy Barbosa. Ainda assim, é importante anotar que seu início foi espontâneo, gestado por um grupo de escritores que bem queriam sua língua pátria. Em princípio, é isso a que se propõe uma Academia de Letras.
Em princípio apenas, pois, com o passar do tempo, o óbvio foi observado, e outras vertentes culturais foram sendo incorporadas nas reuniões, publicações e ações das Academias. Por isso, uma Academia de Letras pode levar o nome de Letras e Artes, porque ela deve oferecer à população um rol de atividades que vão da publicação de pequenos contos, a grandes eventos culturais, com música, dança, pintura, escultura e tantas outras formas de conhecimento, com destaque para sua atividade principal: promover a Literatura e agir em defesa da língua pátria.
Ao mesmo tempo em que apresento o que faz uma Academia, busco explicar sua importância. Afinal, uma cidade que tem uma instituição organizada por pessoas apaixonadas pela cultura, pode esperar nada menos que uma aproximação regular e constante das mais diversas manifestações artísticas. Não obstante, é preciso trazer à tona algo que é ululante: uma Academia de Letras nada faz. Não é a Academia que promove saraus, rodas de conversas literária, exposições, teatros e momentos de boa música.
Não!
Quem faz isso são as pessoas que ocupam suas cadeiras e que aceitaram a honra de ser tornar um imortal, pois, uma vez tendo sentado em uma das 40 cadeiras, seu nome fica eternamente registrado na história da cidade.
Por isso, quando eu, um jovem forasteiro, tomei ciência de que meu nome havia sido apresentado à academia itapetiningana e meu ingresso aprovado pela assembleia geral, fui tomado de grande contentamento. Júbilo que veio acompanhado de certo receio: afinal, tal láurea só pode ser ufanada se a responsabilidade de fazer a diferença pela cultura desta cidade for assumida em sua plenitude.
Eis, então, que neste momento de tomar parte da diretoria da Academia Itapetiningana de Letras, fica a esperança de conseguir retribuir à altura a prerrogativa de ser um dos 40 a ocupar tão distinta cátedra. E, para encerrar, aceno a todos os confrades e confreiras, advogando para que nos acompanhe nesta jornada, tratando com apreço sua cadeira – que é tão rara!
É isso!
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.