CELSO LUNGARETTI: DURO GOLPE NAS ILUSÕES POPULISTAS DA ESQUERDA BRASILEIRA: A ECONOMIA ESTÁ SAINDO DA UTI. A VOLTA À PRESIDÊNCIA EM 2018 SE ESFUMA. É HORA DE VOLTARMOS A PRIORIZAR A LUTA CONTRA O CAPITALISMO! É HORA DE SEPULTARMOS DA CONCILIAÇÃO DE CLASSES!
Vai ser, claro, uma recuperação de fôlego curto, assim como o suposto milagre brasileiro pouco durou. Mas, que haverá, haverá. Tudo aponta em tal direção.
É que a situação estava pior ainda do que deveria estar, por culpa das patetadas e ziguezagues da Dilma na condução da política econômica. Então, quando os loucos deixassem de dirigir o hospício, era previsível que a queda acelerada desse lugar à subida lenta.
Jogamos várias décadas no lixo |
Dito e feito. Transcrevo abaixo um artigo de Vinícius Torres Freire, atestando ser exatamente o que está ocorrendo neste instante.
E por que eu me preocupava tanto com isto? Porque os brasileiros votam com os bolsos e, se no segundo semestre de 2018 estiverem menos agoniados na parte financeira, será um candidato de direita que eles vão eleger, tornando inútil a insistência do PT em tentar dar a volta por cima com Lula e as velhas práticas populistas que desembocaram no desastre de 2016.
A esquerda majoritária deixou de lado a contestação ao capitalismo acreditando que, em contrapartida, os capitalistas lhe permitiriam gerir indefinidamente o estado burguês para eles.
Ledo engano; quando lhes foi conveniente, descartaram-na num piscar de olhos com um piparote parlamentar.
Então, o mínimo que ela pode fazer agora é resgatar sua antiga identidade combativa, confrontando os poderosos da economia ao invés de a eles associar-se como acionista minoritária, pois o resto (nacos menores do poder, mordomias e boquinhas destinadas aos serviçais palacianos da burguesia) já perdeu e não vai recuperar tão cedo, provavelmente nunca.
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BRASIL, ALGUMAS BRISAS A FAVOR
Caíram umas migalhas no prato da economia. Faz alguns meses, não tínhamos nem prato.
Houve a surpresa dos empregos com carteira assinada. O governo conseguiu vender bem quatro aeroportos. Investidores estrangeiros importantes começam a inventar modas, “teses de investimento”, que favorecem o Brasil. Empresas devem voltar a abrir capital, o que não se via desde 2013, na prática.
Depois de quase dois anos, o número de empregos com carteira assinada aumentou (35 mil), segundo dados do Ministério do Trabalho para fevereiro. Era muito raro encontrar quem previsse resultado positivo para antes de abril.
O que houve? Contratações no setor de serviços, quase todas em empresas de educação (38,5 mil) e saúde. Administração pública, agropecuária e indústria vieram a seguir na lista das melhorias. A ruína continua assustadora na construção civil e no comércio. No mais, despioras.
O resultado nacional apenas não foi melhor porque a crise do emprego no Nordeste é aterradora. A região perdeu quase 78 mil empregos, dois terços deles em Pernambuco e em Alagoas.
Além de escolas, a melhoria do bimestre parece vir da agropecuária e, no caso da indústria, da recuperação mais notável das fábricas de calçados, têxteis e vestuário, em parte por exportações e/ou substituição de importações. Mais difícil de compreender, a indústria de alimentos e bebidas ainda afunda.
A fim de temperar animações excessivas, é preciso lembrar que o número de empregos formais caiu 2,8 milhões desde fevereiro de 2014, o início da recessão. Em relação a fevereiro do ano passado, 1,15 milhão de carteiras assinadas a menos.
Apesar do sucesso e das contribuições enormes da agricultura para a queda de preços, para as exportações e, agora, até para o emprego formal, o setor sozinho não pode carregar nas costas esta economia quase deprimida. Nem deve manter tal desempenho no resto do ano.
Melhor, ainda assim. Também foi boa notícia o resultado melhor do que esperado da privatização dos aeroportos. Empresas estrangeiras estão dispostas a colocar dinheiro mesmo neste país arrasado.
Da finança mundial, além do mais, pode cair outra migalha no prato do Brasil. Fundos grandes começam a inventar a tese de que vale a pena a investir em países que “se recuperam de populismos”. Em suma, países como o Brasil, que ainda estão “baratos”, em liquidação na bacia das almas, e que podem ter uma recuperação grande, dado o fundo do poço onde caíram.
As empresas daqui estão com ideias semelhantes. A recuperação dos preços na Bovespa estimulou entre 10 e 20 companhias a planejar abertura de capital (vendas de ações, novos sócios). De 2014 a 2016, tais negócios haviam morrido. É um sinal objetivo de confiança, embora pequeno.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.