outubro 05, 2024
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BEIJA-FLOR REBAIXADA!!!

Por Celso Lungaretti, no seu blogue

O placar moral do carnaval carioca de 2015 é: campeã, Salgueiro, 269,5 pontos; última colocada e merecidamente rebaixada, Beija-Flor, com 239,9 pontos.

Porque os 30 pontos recebidos pela escola de Niilópolis no quesito “enredo” são totalmente nulos e deveriam ser desconsiderados, caso De Gaulle não estivesse corretíssimo em sua análise do Brasil: nosso país não é sério.


Quem, a pretexto de  enaltecer a África erige em exemplo edificante uma ditadura tão longeva quanto sanguinária, agride o Direito internacional, desrespeita a História e ofende os povos africanos, que têm tanto a ver com o tirano da Guiné Equatorial quanto os europeus tinham a ver com Hitler.


O regime de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo é considerado um dos piores do mundo em direitos humanos e o pior de todos em direitos políticos e civis. 


Por um punhado de reais, a Beija-Flor jogou sua história e sua imagem no lixo, tornando-se Beija-Horror. 

Por crassa ignorância ou sei lá o quê, os jurados jogaram o carnaval carioca no lixo, tornando-se cúmplices da desumanidade. 

APOLLO NATALI: “STALIN MORA NA CANTAREIRA”

Estátua de Stalin derrubada pelo povo húngaro em 1956

Cantareira é um abençoado aglomerado de água próximo a São Paulo que abastece 6 milhões de moradores. Recebe o nome da prazerosa serra em que se situa, a Serra da Cantareira. Para os outros 6 milhões a água vem de reservatórios das periferias desta terceira maior metrópole do mundo em número de habitantes.

A bela Cantareira secou. Está com 5% de sua capacidade. Os reservatórios que atendem aos outros 6 milhões de habitantes da metrópole, fora Cantareira, igualmente estão com seus volumes reduzidíssimos. A situação é idêntica em todo o Estado de São Paulo, com seus reservatórios minguando.

Vejam no mapa. Entre os 26 Estados em que se divide o Brasil, o de São Paulo é um dos vários que têm o tamanho de uma Espanha, uma Alemanha, uma Itália. Como é grande o Brasil!

E o que Stalin tem a ver com isso? [Já escrevi cartas aos principais jornais do Brasil mas fere seus interesses publicá-las.] Vejamos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está há 16 anos no poder e não se preocupou nesse tempo todo em realizar uma mísera obra  para a gigante São Paulo se prevenir da mais do que prevista falta de água.

Agora é Stalin. Eis a carta que enviei a órgãos de comunicação e eles não publicam, com cópia para o governador Alckmin e o prefeito Haddad:

Vou dizer até morrer. Falta de chuvas, falta de água, principalmente falta de obras do governo para prevenir a situação. De quem a culpa? Do povo! Pois lá vêm os governantes, leia-se Alckmin e Haddad, punindo a população, impondo multas, criminalizando o uso da água, como se fosse maconha.

Tivessem ambos um grão de mostarda de educação democrática em seu sangue confiariam no ímpeto honesto do bom povo em economizar água e não ressuscitariam o modo stalinista de patrulhar os cidadãos, como nos processos de Moscou, onde uns apontam o dedo para os outros, pais denunciam os filhos, vizinhos denunciam vizinhos.

A pergunta que não cala: a quanto chegaria a multa aos dois, Alckmin e Haddad, pelo desperdício por vazamento nas deterioradas tubulações das ruas, de 40% da água produzida em São Paulo?

Prova da atual atmosfera stalinista da água: estava eu jogando água de chuva na entrada de carro da minha calçada de 1metro por 4 metros para eliminar o cheiro de mijo de cachorro que entra pela minha janela do quarto de dormir e eis que um cidadão desconhecido me abordou agressivamente ameaçando denunciar-me à polícia. O limite do meu gasto nas contas de água em minha residência com jardim, 3 quartos, sala, copa, cozinha,  banheiro, 4 moradores e um enorme terreno é de 25 reais. Chegou à porta da minha casa o modo Alckimista, ops, stalinista, desencadeado para patrulhar os cidadãos

Enquanto isso, nessa mesma São Paulo, por exemplo, uma empregada doméstica que está a lavar a calçada inocentemente porque desprovida de informações sobre os acontecimentos que varrem o mundo, corre o risco  de linchamento por qualquer maluco desastrado, ao modo de Stalin, em um momento mais aflitivo da crise.

Embora sejam as indústrias junto com a pecuária e a agricultura as responsáveis por 94 por cento do consumo de água, e isso no mundo inteiro, Alckmin, conhecido por sua ideologia de extrema direita, volta-se contra os fracos, isto é, multa os lares que usam água minimamente para lavar roupa, louça, tomar banho.

Minha definição de fascismo: o forte bater no fraco. Sou repetitivo: Já no quarto mandato sem nunca ter se preocupado com o antigo prenúncio da crise hídrica em São Paulo, Alckmin faz o mais fácil disponível, criminaliza o consumo de água domiciliar como se fosse maconha. Ele e Haddad conversaram desde o inicio do agravamento da crise decidindo por multas e ameaças contra quem se excede no consumo.

A parte de Haddad no acordo é cumprida com a autoria do projeto 529/2014, já aprovado em primeira votação pela câmara. O projeto prevê multa de mil reais para quem usar água tratada da rede da Sabesp para lavar calçada ou carro. No plenário, os vereadores declararam constrangimento por aprovarem a multa e pretendem amenizar o texto durante a segunda discussão.

A par do desgoverno tipo Cantareira, transita no Palácio dos Bandeirantes o desgoverno tipo Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo e AES Eletropaulo, empresas que respondem ao governo Alckmin. Encaminhei carta ao governador há algum tempo denunciando cobranças indevidas de serviços aos consumidores e a tirania dos medidores de água da Sabesp e da Eletropaulo. Sugeri, em vão, que o governador envie jornalistas de sua confiança para fazerem um levantamento, nos Procons da vida, das principais queixas registradas pelos cidadãos contra essas duas empresas.

Recentemente, serviços da Eletropaulo tornaram as ruas de São Paulo num sombrio emaranhado de fios elétricos dependurados perigosamente em postes e espalhados pelas calçadas. Às minhas reclamações contra o desgoverno na Sabesp e na Eletropaulo, o Palácio respondeu que a questão foi encaminhada à autoridade competente. Me engana que eu gosto.

Meu mestre de Direito, Gofredo da Silva Telles, dizia que Estado deve ser escrito com maiúscula. O Estado com maiúscula é o carrasco do povo, digo eu.  Tenho sido o cuidador de algumas de suas vítimas. Sou freqüentador dos bancos de espera do Procon. Assim, testemunhei, entre outros, um caso da Sabesp em que foi cobrado 3.500 reais de serviço por vazamento na rua, em que o morador não tem culpa, e outro em que o medidor registrou consumo de água que encheria duas piscinas, numa residência que eu conheço há 40 anos, onde vive apenas uma mulher idosa e lá nunca houve vazamento nenhum. Entre meus talentos, sou também encanador, o chamado bombeiro.

Nesse caso, a Sabesp mandou o carteiro de volta, não quis receber a intimação do tribunal e só compareceu com um representante porque o próprio governador a enviou. Eu estava no tribunal. A idosa perdeu a causa. Como não considerar o governo Alckmin um jab de direita nos cidadãos?

Faz 3.600 anos que a democracia surgiu no mundo mas Alckmin e Haddad parece que não dedicaram tempo para aprender  sobre esse regime de o povo se governar a si mesmo, maravilha de vida global, estupenda prática possível de liberdade e justiça. Surgida como combate à tirania, a própria Atenas se debatia em vão para impedir, como ainda acontece hoje, que cada representante do povo no governo também se tornasse um ditador, cada um deles um ditadorzinho à parte, instalados nas instituições públicas, palácios, balcões, portarias, parlamentos.

Atenas cresceu e representantes do povo no governo foram necessários. Vem ainda de lá esse embrião da democracia representativa. O que restou da democracia neste nosso planeta azul, após tanto sangue derramado pelos que a amam, que pena, é a contemporânea tirania democrática fragmentada.

Para finalizar, olho no olho, Alckmin e Haddad: a democracia não foi uma invenção grega. É falsa a concepção de que Atenas criou a ideia e a prática da democracia. Não é inovação grega a prática democrática de assembleias autônomas. Surgiu pela primeira vez há quase quatro milênios no Oriente, na região da Síria, Irã e Iraque, então habitada pelos hebreus.

O Velho Testamento, livro da saga dos hebreus, é farto em citações sobre assembléias e seus anciãos. O costume de autogoverno popular, a democracia, migrou para o leste, no subcontinente indiano, 1.500 anos antes de Cristo. Depois para o oeste, entre as cidades fenícias como Bíblos e Sidon e finalmente para Atenas. Ao chegar ao Ocidente, alterou radicalmente o mundo. Menos a Cantareira, a Sabesp e a Eletropaulo, onde o teimoso Stalin instalou residência(por Apollo Natali, 71 anos, jornalista  e cronista)

“ASSIM É O BRASILEIRO: UM INSPETOR DE QUARTEIRÃO EM POTENCIAL.”

Quando surgiram as primeiras notícias sobre cidadãos paulistas pondo-se a patrulhar o (suposto ou real) desperdício de água por parte de seus vizinhos, a minha indignação foi a mesma do velho companheiro de batente na Agência Estado, o Apollo Natali, no artigo  que acabo de publicar. E também reagi com um post contundente, no último dia 19 de outubro. Eis o trecho principal:

Assim é o brasileiro: um inspetor de quarteirão em potencial, doidinho para ter uma chance de exercer sua otoridade sobre os iguais.

Nunca lhe ocorre que tais paliativos podem, no máximo, atenuar um tiquinho o problema.

Como São Paulo não é nenhum território independente, cabe ao Brasil encontrar uma solução real, obviamente desviando água de Estados dela menos carentes para socorrer os paulistas.

Mas, a terrível obtusidade e pequenez dos governantes faz com que o elástico seja esticado ao máximo, com risco de arrebentar na cara das criancinhas, dos idosos e dos inválidos. A racionalidade só virá depois da eleição. Até lá, os brasileiros de São Paulo estarão sendo tratados como reféns, pois seu desespero serve aos objetivos da mais ignóbil politicalha.

Os patrulhadores de vizinhos nunca direcionam seu olhar para o alto. Sempre vão preferir aporrinhar e fustigar outros coitadezas, pois assim sentem-se menos coitadezas.

E, tão valentes quando se trata de baterem boca ou partirem para arranca-rabos com idênticos zé-manés, borram-se de paúra ante a perspectiva de confrontarem os poderosos e os governantes, sempre os maiores culpados pelos infortúnios que se abatem sobre estes tristes trópicos(Celso Lungaretti)

ADM
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