Jorge Facury:
‘A força da oração e a força de quem a tem’
Na interiorana Itaporanga viveu um personagem que fez história e se eu morasse lá teria buscado resgatar sua história de vida através de testemunhos. Chamava-se Joaquim Vaz, era um homem muito simples, filho de agricultores e que andava a cavalo.
Vaz nasceu com o dom da oração que traz efeito imediato. Se havia uma criança com vermes, a família chamava e ele vinha orar. No mesmo momento da oração a criança botava os vermes para fora.
Um velho amigo, o professor e doutor Célio Fagundes é testemunha disso, pois foi curado por força de oração do velho Joaquim.
Qualquer coisa, ele simplesmente resolvia assim, picada de cobra, moléstias várias… e nunca cobrou nada de ninguém, no máximo aceitava um prato de comida, sentava-se à mesa dos que o chamavam, depois montava no cavalo e seguia embora pelas estradas poeirentas dos sítios.
Curava animais também, quer dizer, ele mesmo dizia que não curava ninguém, que apenas pedia a Graça. Quando havia doença em rebanhos ele se sentava num banquinho e ficava tempo orando, e os animais saravam. Célio conta e há muitos outros testemunhos disso: que quando uma vaca tinha muitos bernes, estes caíam todos no chão durante a oração, ficava aquele monte de bichos acumulados; dava nojo.
Quando raramente havia alguém descrente, que supunha ser a cura uma indução psicológica do doente pela presença de Joaquim, efeito placebo etc., o caso dos bichos desfazia as dúvidas, afinal, quem poderá psicologicamente induzir uma vaca? Depois de uma vida de absoluta caridade, um dia Joaquim sentou na poltrona de sua sala, cochilou e não acordou mais…
Itaporanga perdeu uma querida alma. Isso foi pelos anos 60, 70…
Pra terminar: os filhos do valoroso Joaquim lhe davam sérios aborrecimentos: bebiam, brigavam em bares, faziam arruaça. Certo dia ele passava em seu cavalo e alguém lhe disse: – Seu Joaquim, seus filhos brigaram no meio da rua ontem!
Resposta dele, que encerrou o assunto: “Quem briga na rua é cachorro!”.
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024