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Pedro Novaes: 'Quase sem solução'

colunista do ROL

Pedro Israel Novaes de Almeida: ‘ QUASE SEM SOLUÇÃO’

 

A cracolândia é a expressão maior dos malefícios do crack, desafiando há décadas Estado e Município.

Ali, traficantes sempre agiram com grande desenvoltura, lucrando e nutrindo o vício de uma multidão de zumbis, que perambulam perigosamente pelas imediações. Vez ou outra, sofrem alguma repressão, com episódicas batalhas campais.

A população que mora ou transita pela região, assim como o comércio estabelecido, amargam a triste realidade de um território sem lei, onde a violência e o saque já fazem parte da paisagem. O postulado de que a segurança é um direito de todos e dever do Estado, pouco ou nada vige.

Os zumbis envolvem avós, pais e filhos, cuja dependência parece falar mais alto que os acenos desesperados da família e amigos. Religiosos, assistentes sociais, psicólogos, médicos e um batalhão de profissionais tentam reconduzir os viciados à normalidade.

Cada governo, a seu modo, tentou resolver a situação, sem contudo alcançar seu objetivo. A maioria das ações gerou resultados de curto prazo, e a cracolândia segue imutável.

Recentemente, uma grande operação policial prendeu traficantes e desalojou viciados. Traficantes são imediatamente substituídos, e a multidão desalojada segue peregrina, até encontrar um novo ninho ou constituir dezenas deles.

As discussões a respeito do tema costumam opor humanistas inveterados e inspirados adeptos da ação policial. Ambos focam em diferentes facetas do problema.

Soa lógico que a ação policial é necessária, e salta aos olhos que devemos, sempre, incentivar o abandono das drogas, pelos viciados. A menor preocupação parece ser com as pessoas e comércios do entorno.

São poucos os viciados que aceitam a internação voluntária, e só uma pequena parcela deles chega ao livramento do vício. Enquanto isso, os não viciados vivem os horrores do inferno, vivendo na terra.

Nessa toada, vamos percorrer séculos, até percebermos que a internação compulsória, que causa calafrios a parcela dos estudiosos, deve necessariamente figurar como parte da solução.

Viciados que fazem uso da violência e coação não podem permanecer livres, sob pena de desrespeitarmos os sagrados direitos da população do entorno.    São doentes, necessitam de ajuda, mas são perigosos e nocivos ao ambiente.

Manter livres pessoas sem consciência, capazes de tudo para nutrir o vício, é decretar a completa falência de nossas instituições, e abolir por completo o Estado de Direito. Precisamos de menos discursos e mais ações efetivas.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado..

Helio Rubens
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