Marcelo Augusto Paiva Pereira: ‘O ANTICRISTO’
Da divindade é seu adversário, representado em vários momentos desde o Antigo Testamento, também atua contra os fiéis ao Criador para conquistar a eles e o mundo, impondo os caprichos próprios com os quais quer governar a todos e a tudo.
Quando da conquista do reino de Judá por Nabucodonosor (597 a.C.), os profetas Ezequiel e Daniel previram o anticristo: inicialmente sob a forma de Gog (Ez, 38), personagem representativa de algum futuro rei hostil aos hebreus, a eles causará vários conflitos e provocações; em seguida, sob a forma de quatro feras (Dn, 7, 1-14) – leão com asas, urso, leopardo com quatro cabeças e asas, e a última, diferente das outras, com dentes de ferro e dez chifres – (em alusão aos impérios dos babilônios, medos, persas e de Alexandre), foi derrotado pelo Filho do Homem.
No Novo Testamento o anticristo surge sob as pessoas dos falsos messias e profetas, como consta do Evangelho de Mateus (Mt, 24, 5.23-26) e Marcos (Mc, 13, 21-23). O apóstolo João, entretanto, referiu-se ao anticristo com essa designação – assim o rotulando – nos textos da Primeira (1Jo, 2, 18.22; 4, 3) e da Segunda Epístola (2Jo, 7).
No Livro do Apocalipse o anticristo surge como bestas procedentes do abismo (Ap, 11, 7-13), do mar profundo (Ap, 13, 1-10) e da terra (Ap, 13, 11-15): a primeira é Nero (54-68 d.C.), a segunda é o Império Romano e a terceira é o falso profeta (imitação de Cristo), o qual ilude as pessoas, fazendo-as adorar a primeira, cujo número 666 assim a identifica (Ap, 13, 16-18).
Em todas as passagens bíblicas o anticristo surge como inimigo do Criador, querendo d’Ele o trono, o poder e a glória por obras as quais não lhe pertencem, em razão de não ter poderes escatológicos (destinação final da humanidade e do mundo), ainda que os primeiros cristãos acreditassem nesses poderes em Nero, no período de domínio romano da Judéia. Sob a égide doutrinária e teológica cristã, as bestas do Apocalipse também conspiram contra a Santíssima Trindade: do Pai é antípoda a primeira, do Filho o é a terceira e do Espírito Santo o é a segunda.
O anticristo é hábil em subverter as ideias, opiniões, sentimentos e o caráter das pessoas, criar conspirações entre elas, trair amizades, fazer mau juízo das boas vontades, acusar falsamente alguém da autoria de crimes ou de imoralidades, atribuir virtudes aos ímpios, violar e expor a privacidade individual e familiar, causar perdas patrimoniais, estimular intrigas e hostilidades e tudo o quanto puder para tumultuar a vida alheia com situações sinistras, embaraçosas, perniciosas e criminosas. Ele adora destruir vidas alheias.
O anticristo simboliza fraquezas humanas não resolvidas e contidas no íntimo de cada pessoa sem forças morais e espirituais para delas se livrar, a elas se entrega de corpo e alma e atinge as pessoas que se aproximarem ou, por qualquer modo, cruzarem seu caminho. Em suma, anticristo é quem pratica a maldade contra os outros e quer assumir o lugar de Deus. Desse indivíduo, QUE DEUS NOS SALVE E NOS PROTEJA!!! AMÉM!!!!
Marcelo Augusto Paiva Pereira
(o autor é advogado)
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.