Sônyah Moreira:
‘A DECREPITUDE DA DEMOCRACIA’
“Exercer o poder corrompe, submeter-se ao poder degrada”
(Mikhail Aleksandrovitch Bakunin, pensador russo – (1814-1876)
Do grego demos “povo” e kratos “autoridade”, surgiu na antiga Grécia a “Democracia”.
Segundo o dicionário Aurélio, é o governo do povo, para o povo, pelo povo! Aristóteles, filósofo grego, do século V a.C., chamou demokratia, (democracia) de injusta, e de justa a (politeia) república, que seria uma democracia representativa.
Alguns fundadores dos EUA usaram de forma parecida, segundo eles, a “república” que seria uma democracia representativa sendo a única maneira capaz de proteger os direitos do cidadão. De acordo com eles a “democracia direta seria sinônimo de tirania e injustiça”.
Para os comunistas, a democracia não é democrática, visto que a classe dominante é que exerce o poder; segundo eles, somente o socialismo contemplaria a verdadeira democracia.
Ao aprofundar nossa pesquisa, nos deparamos com incoerências na forma do uso deste e de outros modelos de governo existentes pelo mundo.
Algumas características da democracia estão sendo aos poucos modificadas; segue alguns exemplos:
1- “Igualdade perante a lei, sem distinção de sexo, credo, raça”. Atualmente o que temos assistido nos noticiários de nossa republica democrática, deixa claro que não há igualdade; qualquer um de nós, meros mortais, com um terço das provas, (malas, áudios, vídeos e alguns depósitos bancários no exterior) já estaríamos vendo o sol nascer quadrado.
2-“Direito ao voto”. Que direito? Somos obrigados a votar, mesmo que sem candidatos confiáveis, o direito ao magnífico voto é obrigatório; este item, em especial, nada mais é que um resquício da ditadura.
3-“Liberdade individual”. Onde? Estamos cada vez mais aprisionados em nossas casas, cercadas por grades e cercas elétricas. Diante da desigualdade social que assola nosso país, e que conseqüentemente aumenta a violência!
4-“Educação”. De berço, nem pensar; de intelecto, muito menos!
5-“Direito ao livre exercício de trabalho e profissão”. Com 13 milhões de desempregados? Melhor pular esta parte!
A decrepitude da democracia está às portas da falência múltipla de todos os órgãos. Falta-nos apenas a morte cerebral para constatar o óbito. A democracia subiu no telhado!
O que o povo precisa, urgente, é ter consciência política cotidianamente, não somente em dia de eleição e em campanhas eleitorais.
Somente assim nossa democracia capenga poderá melhorar e, quem sabe, sair da UTI em que se encontra.
Os políticos somente valorizam o voto na época em que o poder está em nossas mãos; todavia, alguns o vendem por mil réis.
Democracia! O povo com a autoridade! Descrita pela constituição! Apesar de ser um direito obrigatório. Este mesmo povo obrigado a votar, deveriam se posicionar de maneira a buscar sabedoria para exercer tal poder, e delegá-lo com extrema responsabilidade.
Nossa democracia está decrépita, talvez por falta de pensadores e filósofos que pudessem remodelar o estado. Quem dera surgisse entre a plebe um Clístenes, (565 a.c – 492 a.C), considerado um dos pais da democracia, para de novo reformar e, quem sabe, criar um novo modelo de governar.
Podemos sonhar com mudanças, entretanto, somente com a volta de valores morais e éticos, para se ter uma verdadeira democracia.
Os políticos eleitos, com responsabilidade e sabedoria, deveriam começar a cumprir seu dever, honrar sua palavra, tão somente com um fio do bigode!
Decrepitude da democracia, feita por políticos, em sua maioria, decrépitos, senhores sexagenários e septuagenários, e sem nenhuma vergonha na cara!
Estou pensando seriamente em aderir à ideologia anarquista! Sem hierarquia e nenhum tipo de dominação. Porém, este é um assunto para uma próxima crônica!
Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024