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Marcelo Paiva Pereira: 'Como ser vazio'

Marcelo Augusto Paiva Pereira – ‘COMO SER VAZIO’

Se você quiser crescer socialmente e ser feliz sem fazer qualquer esforço para tanto, siga as instruções abaixo elencadas:

1 – Escolha uma pessoa para servir de “bode expiatório”. Como opção, atribua esse rótulo à pessoa por quem você mais odeia, guarda rancor ou tem inveja;

2 – Comece a falar muito mal do seu desafeto; atribua a ele a autoria das mais grosseiras opiniões sobre autoridades e personalidades locais. Questione os atributos intelectuais e profissionais do seu desafeto. Suje à vontade a imagem dele;

3 – Minta à vontade em relação ao seu desafeto: narre os mais diversos fatos, caluniosos, injuriosos e difamadores em total prejuízo do nome e da honra objetiva dele;

4 – Quando seu desafeto manifestar qualquer espécie de pensamento ou opinião, interprete-o sempre em prejuízo dele, mostrando aos outros o quanto é incompreensível e inconsequente o seu odiado desafeto;

5 – Produza ojeriza coletiva e rancor público contra o seu desafeto: ele perderá todas as amizades anteriormente conquistadas; decepcione todas as pessoas, fazendo-as crer, ser o seu desafeto, o causador intencional de todas as decepções;

6 – Lentamente destrua todos os valores morais e sociais do seu desafeto, transformando as virtudes dele em defeitos imorais, insanos e devassos. Faça dele uma pessoa sinistra, abjeta, desprezível, enigmática e de condutas duvidosas; massacre a vida do seu desafeto;

7 – Nunca se esqueça do seu desafeto: guarde rancor e sinta muito ódio e inveja dele por ser preenchido de virtudes as quais você não tem. Suje o nome e destrua a reputação dele perante todos, principalmente às mais importantes autoridades políticas e públicas do local onde ele estiver. Você se sentirá muito feliz com isso;

8 – Não deixe seu desafeto crescer socialmente por mérito próprio; se conseguir isso, ele estará no lugar devido e merecido, mas você não admite que isso ocorra. Continue perseguindo-o e sujando o nome e a reputação dele. Não se esqueça: você só consegue ser feliz e crescer socialmente se destruir a vida de alguém para tanto;

9 – Crie a fantasia de ser superior ou melhor do que seu desafeto. Com essa ilusão, sinta-se possuidor do “direito” de destruí-lo, exigindo dele as desculpas pelos “erros” os quais “sempre deu causa”. Afinal, somente seu desafeto comete erros e merece ser punido publicamente pelos “erros” cometidos (você, ao contrário, é lindamente perfeito, puríssimo). Se questionarem você, diga possuir experiência pessoal, ter “fontes fidedignas” ou “provas cabais” que o “legitimam” a dizer e a fazer tudo o quanto quiser contra seu desafeto;

10 – Se porventura for do seu interesse, pragueje contra seu desafeto: conclame todas as forças sinistras que você conhece e use-as em prejuízo total para destruir o nome e a vida de quem você não gosta (o seu desafeto).

CONCLUSÃO:

Se você acolher, no todo ou em parte estas instruções, estará confessando por todos os modos ser intimamente vazio, porque preenchido das mais graves e agressivas fraquezas. E, nada tendo por dentro, só consegue o pretendido se destruir quem possui as virtudes e qualidades que você não tem nem é capaz de tê-las. Por isso você é vazio: não se esforça para crescer por dentro e, então, destrói quem é intimamente valioso. Mas, não se preocupe: você tem um ótimo modo de se preencher sem destruir o nome (ou a vida) de alguém. Aproveite a virtude de ter uma língua de dimensões descomunais e, em vez de usá-la para destruir os outros (como você faz), introduza-a na mais profunda intimidade fisio-orgânica do seu intestino, absorvendo prazerosamente todo o volume de matéria fecal nele contido, pois não há nada mais adequado para preencher sua intimidade (também da alma), senão a sua própria imundície. Assim, num suculento exercício de auto-sodomização você estará nutrindo-se de si mesmo, preenchendo-se de matéria apropriada a você e, também, estará estimulando sua lascívia peristáltica.

SEGUEM QUATRO OBSERVAÇÕES:

1 – O presente texto é dirigido a qualquer pessoa, pois qualquer pessoa pode lê-lo (inclusive você);

2 – Como você é qualquer pessoa, os outros somente o conhecerão se você apresentar-se por iniciativa própria;

3 – O presente texto somente o ofenderá se você identificar-se com o teor nele contido;

4 – Não se esqueça:

a – uma pessoa de valor se orienta ao longo da vida pelas virtudes e méritos próprios; e nunca pelas fraquezas que possui (ódio, rancor ou inveja, por exemplo);

b – o valor que você tem está na sua alma e na ponta da sua língua!!!

Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira

(o autor é advogado)

Marcelo Paiva Pereira
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