“Já passou, é verdade! Fiz questão de aguardar manifestações das escolas, digo, de seu pessoal profissional e seus estudantes. É por isso que começo com esta pergunta: em qual escola todos pararam, interromperam a rotina e fizeram alguma coisa boa por ela?”
Já passou, é verdade! Fiz questão de aguardar manifestações das escolas, digo, de seu pessoal profissional e seus estudantes.
É por isso que começo com esta pergunta: em qual escola todos pararam, interromperam a rotina e fizeram alguma coisa boa por ela?
Aqui, um problema aparece. Ele nunca se escondeu, e por isso, é preciso mostrá-lo: a escola revela estar engessada quando não aceita mudar sua rotina para tratar dela mesma!
Então, o problema está na rotina?
Mais às vezes, menos outras. O certo é que a rotina é mais um dos muitos problemas enfrentados pela escola. Um outro é a terceirização que tantas famílias fazem quanto à educação e ao ensino que a elas cabem e que são repassados para a escola.
Quando a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – nº 9.394/96, trata de educação e ensino, já no artigo 1º, estabelece que ambos acontecem “(…) na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.” Note, leitor(a), que a escola – como instituição de ensino – aparece depois da família, da convivência e do trabalho. Mas, a ela se terceiriza muito mais do que pode dar conta. Com isso, os problemas se multiplicam e o resultado já é sabido.
Não por isso deixaremos de tratar da rotina escolar: se ela não foi mudada para dar lugar à comemoração, conversa, ações e planos que valorizem os espaços escolares como educativos e de ensino, então, a escola foi engolida pela própria rotina. E de rotina eu posso falar, conheço muito bem o ambiente!
Agora, para retomar a comemoração e retirar a rotina do “trono” que não lhe pertence, quero fazer pedidos:
– valorizar os ambientes sociais dentro do ambiente escolar;
– convidar agentes comunitários, das diversas áreas do Saber, para enriquecer a educação e o ensino dos estudantes;
– preparar seus espaços para que sejam prazerosos, confortáveis, agradáveis e estéticos, visualmente provocadores de imaginação e de criatividade;
– apresentar para sociedade de seu entorno, tudo o que nela é produzido, dos cadernos dos alunos aos diários de seus professores; descobertas, registros, expressões artísticas, de cálculos, enfim, tudo o que nela acontece como educação e ensino…
Enfim, para comemorar o Dia da Escola – 15 de março – é preciso valorizá-la naquilo que é o seu ser, a sua razão de existir e de continuar produzindo cultura: o ensino, a convivência, a educação, o saber e a busca pela compreensão do maior desafio não solucionado – a VIDA.
Porque a morte é só uma outra forma de existir!
ÉLCIO MÁRIO PINTO
16/03/2018
Imagem: Condephaat
CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
(Homenagem à Escola Estadual “Dr. Fortunato de Camargo”, de Angatuba/SP, terra natal do autor, pelas tantas mudanças na rotina, enquanto valoriza os eventos literários dos quais seus estudantes participam)
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024