outubro 05, 2024
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Texto de Geraldo Bonadio publicado no Facebook é uma verdadeira aula de História

Geraldo Bonadio revela fatos importantes sobre a família do humorista Agildo Ribeiro, recentemente falecido

Em artigo publicado no Facebook, o jornalista e historiador sorocabano Geraldo Bonadio, presidente da Academia Sorocabana de Letras, Mestre, Especialista em Planejamento e Desenvolvimento Regional e Mestre em Teoria da Comunicação (na foto ao lado do escritor Jairo Valio, ambos colaboradores do jornal cultural ROL – Região On Line), teceu comentários sobre a família do humorista Agildo Ribeiro, falecido dia 28 último no Rio de Janeiro. O texto mereceu vários comentários importantes que ressaltaram a qualidade da mensagem de Bonadio, entre eles o do presidente da Academia Cruzeirense de Letras, o escritor Eduardo César Werneck, também colunista do ROL, que faz referências em seu livro ‘O Marquês de Paraná’ a Cipriano Barata “um personagem instigante e controverso”. A seguir o texto postado pelo jornalista Geraldo Bonadio. (HR)

 

Um outro O Tempo e o Vento

A trajetória do ator Agildo Ribeiro (1932/2018), que morreu sábado no Rio de Janeiro, agrega pessoas e incidentes em quantidade suficiente para um ciclo de romances aos moldes de O Tempo e o Vento.
Seu bisavô, Cipriano Barata (1762/1838), formado em filosofia, matemática e cirurgia pela Universidade de Coimbra, foi um dos mais importantes jornalistas dos tempos da independência.
Uma de suas filhas, Veridiana Barata Ribeiro, casou-se com um pintor de paredes, enviuvou precocemente e migrou, com os filhos Cândido e Atanagildo, para Rio de Janeiro, fixando-se num casebre da ilha do Governador. Na madrugada, os meninos cruzavam a baia, de carona com os pescadores que iam vender peixes no centro da cidade. Ali passavam o dia, trabalhando em ocupações as mais humildes, para ajudar no sustento da casa.
Monges do Mosteiro de São Bento na corte, comovidos com as duras condições e vida das crianças, as matricularam, de graça, em seu Externato e permitiram que pernoitassem no claustro. Do ponto de vista humanitário foi um excelente investimento: Atanagildo formou-se engenheiro naval e Cândido formou-se médico. Durante o curso, veio para Sorocaba, tratar-se uma doença pulmonar (nossa cidade era famosa pela boa qualidade do ar), aqui conheceu o paranaense Ubaldino do Amaral, de quem se tornou amigo e se casou com uma jovem de uma das melhores famílias locais.
Em parceria com Ubaldino, escreveu um drama, encenado em 1869, de cuja apresentação participou como ator.
Republicano de primeira hora, veio a ser um apagador de incêndios do presidente Floriano Peixoto: nomeado prefeito do Rio, num recesso da Câmara de Vereadores, resolveu, por decreto, dezenas de questões que ali se acumulavam, inclusive a da planta cadastral da cidade. O resultado agradou o marechal de ferro que a seguir o designou – ainda que médico e não advogado – Ministro do Supremo, com o fim de destravar julgamentos que nunca eram realizados. Aceitou, com a condição de que nada lhe fosse pago por isso.
Médico e cirurgião infantil incansável, a morte surpreendeu-o no trabalho. A família, desamparada, precisou pleitear uma pensão à Câmara de Vereadores para subsistir.
Atanagildo, avô de Agildo, foi engenheiro naval. Enviuvando, voltou a se casar. Do enlace nasceu o pai do ator, o futuro capitão Agildo Barata (1906/1968), que ficou órfão de pai aos seis anos. A mãe, sem condições de sustentar a prole com a modesta pensão por ele deixada, passou, com a ajuda dos enteados, a realizar trabalhos domésticos e de confeitaria e encaminhou o filho mais novo para Camaquã (RS), onde vivia seu meio-irmão Francisco, médico recém-formado, que dele se encarregou.
Militar, Agildo Barata participou de todas as revoltas tenentistas, a partir de 1924, com destaque para as de 1930 e 1932. Na Revolta da Aliança Nacional Libertadora, em 1935, no Rio de Janeiro, comandou um dos quartéis sublevados. Cumpriu sentença de dez anos de prisão e, posto em liberdade, em 1947 elegeu-se Vereador pelo Partido Comunista à Câmara do Rio. Cumpriu pequena parte do mandato, pois, logo a seguir, a Justiça Eleitoral cassou o registro do PCB e, a seguir, os mandatos dos que por ele haviam se elegido.

Helio Rubens
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