novembro 21, 2024
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Gonçalves Viana: 'Mulheres…'

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A mulher, desde tempos imemoriais, povoa com o seu encanto e a sua graça, o imaginário da mente masculina, enchendo-nos de alegria, de tristeza, de confiança e incertezas.”

Rapto das Sabinas – obra do pintor francês Jacques-Louis David

Mulher, esse ser misterioso, essa criatura diáfana, cercada de uma aura mágica, quase divina. Mulher, sem a qual não haveria a propagação da espécie, a continuidade da raça humana, já que Deus, em sua infinita Sapiência, houve por bem dotá-la do poder de gerar a vida.

A mulher, desde tempos imemoriais, povoa com o seu encanto e a sua graça, o imaginário da mente masculina, enchendo-nos de alegria, de tristeza, de confiança e incertezas.

Guerra de Troia

Ela já foi cantada e decantada em versos e prosa, por toda sorte de escritor, poeta, músico, compositor, trovador, namorado, amante e quejandos e tais.

Quantos conflitos, quantas guerras, já aconteceram em seu nome (Rapto das Sabinas, Guerra de Tróia, Guerra Æsir-Vanir, Centauromaquia, etc.).

Há sempre um vulto de mulher

Sorrindo em desprezo à nossa mágoa

Que nos enche os olhos d’água

Esses versos da canção “Pierrô”, composta por Joubert de Carvalho e Paschoal Carlos Magno, enfatiza bem o papel da mulher como musa inspiradora.

Sílvio Caldas

Só para dar uma pálida amostra (pálida, em face à enorme quantidade de fatos que existem dessa natureza, exaltando a mulher!) da importância dela em nossa vida, quero citar três músicas que ressaltam essa condição.

♦ A primeira é um Fox-canção, composta em 1940, por Custódio Mesquita e Sady Cabral, e gravada por Sílvio Caldas:

 

 

MULHER

Não sei

que intensa magia

teu corpo irradia

que me deixa louco assim

– Mulher –

Não sei,

teus olhos castanhos,

profundos, estranhos,

que mistérios ocultarão

– mulher –

não sei dizer

– mulher –

só sei que sem alma

roubaste-me a calma

e a teus pés eu fico a implorar.

O teu amor tem um gosto amargo…

eu fico sempre a chorar nessa dor

por teu amor… por teu amor…

Mulher…

Essa música foi considerada muito sensual para a época. Imaginem em pleno 1940, alguém falar em “… que intensa magia, ter corpo irradia, que me deixa louco assim…”. Não temos a informação se essa música foi composta para alguma amada.

♦ A segunda é mais recente, é de 1980, portanto demos um salto de 40 anos no tempo e, geograficamente vamos do Brasil para os Estados Unidos, na cidade de Nova Yorque, onde um inglês resolveu homenagear a sua amada – uma oriental – compondo uma canção para ela.

Esse inglês havia pertencido a um dos mais famosos grupos de rock do mundo, o nome desse grupo: The Beatles e o dele: John Lennon e o da sua amada: Yoko Ono, acusada por muitos, de ser o pivô da separação do grupo que estava no auge da fama em 1970.

Isso vem corroborar a nossa afirmação sobre a influência que uma mulher pode exercer sobre um homem. E esse sentimento, que muitos chamam de amor, não se rende às barreiras de tempo, de espaço, de etnia ou de condições sociais. Quando um homem se apaixona por uma mulher, ele é capaz de abandonar tudo (família, amigos, carreira, fama) pelo objeto da sua paixão.

Logo que os Beatles se separaram e cada um foi para o seu lado, cuidar da própria carreira, John e Yoko seguiram juntos gravando vários álbuns solo e participando alucinadamente do “jet-set internacional, até estacionarem em Nova Yorque, onde ficaram por mais ou menos cinco anos sem fazer nada, a não ser, como o próprio John afirmou, aprendendo a viver, cuidando do seu amor, Yoko, e do filho Sean.

Então, em 1980, John voltou às atividades musicais, gravando o álbum “Double Fantasy”, no qual constava a ode composta para Yoko, mas que serve para todas amadas deste mundo.

Woman

                                                (For the other half of sky)

Woman I can hardly Express

My mixed emotions at thought lessness

After all I’m forever in your debt

And woman I Will try to Express

My inner feelings and thankfulness

For showing me the meaning of sucess

Ooh, well, well

Doo, doo, doo, doo, doo

Ooh, well, well

Doo, doo, doo, doo doo

Woman I know you understand

The little child inside of the man

Please remember my lige is in your hands

And woman hold me close to your heart

However distant don’t keep us apart

After all it is wrttten in the stars

Ooh, well, well

Doo, doo, doo, doo, doo

Ooh, well, well

Doo, doo, doo, doo, doo

Ooh, well, well

Doo, doo, doo, doo, doo

Well

Woman please let me explain

I never meant to cause you sorrow or pain

So let me tell you again and again and again

I love you, yeah, yeah

Now and forever

I love you, yeah, yeah

Now and forever

I love you, yeah, yeah

(John Lennon)

 

MULHER

                                               (Para a outra metade do céu)

Mulher, eu quase não consigo expressar

Minhas emoções confusas na minha negligência

Afinal de contas, estou eternamente em dívida com você

E, mulher, eu tentarei expressar

Meus sentimentos interiores e gratidão

Por me mostrar o significado do sucesso

Ooh, bem, bem

Doo, doo, doo, doo, doo

Ooh, bem, bem

Doo, doo, doo, doo, doo

Mulher, eu sei que me compreende

A criança dentro do homem

Por favor, lembre-se minha vida está em suas mãos

E, mulher, mantenha-me próximo do teu coração

Por mais que distantes, não nos mantenha separados

Afinal de contas, está escrito nas estrelas

Ooh, bem, bem

Doo, doo, doo, doo, doo

Ooh, bem, bem

Doo, doo, doo, doo, doo

Bem

Mulher, por favor deixe-me explicar

Eu nunca tive intenção de te causar tristeza ou dor

Então, deixe-me te dizer de novo e de novo e de novo

Eu te amo, sim, sim

Agora e para sempre

Eu te amo, sim, sim

Agora e para sempre

Eu te amo, sim, sim

(John Lennon)

Erasmo e Narinha

♦ Para a terceira música, voltemos ao Brasil, porém, um ano depois, em 1981 com mais um ídolo da juventude de então, o cantor e compositor Erasmo Carlos e a homenagem que ele ofereceu para sua amada esposa, Narinha:

MULHER (Sexo Frágil)

Dizem que a mulher é o sexo frágil

Mas que mentira absurda!

Eu que faço parte de uma delas

Sei que a força está com elas

Vejam como é forte a que eu conheço

Sua sapiência não tem preço

Satisfaz meu ego, se fingindo submissa

Mas no fundo me enfeitiça

Quando eu chego em casa à noitinha

Quero uma mulher só minha

Mas pra quem deu luz não tem jeito

Por que um filho quer seu peito

O outro já reclama a sua mão

E outro quer o amor que ela tiver

Quatro homens dependentes e carentes

Da força da mulher

Mulher, mulher!

Do barro que você foi gerada

Me veio a inspiração

Pra decantar você nesta canção

Mulher, mulher!

Na escola em que você foi ensinada

Jamais tirei um dez

Sou forte, mas não chego aos teus pés.

(Erasmo Carlos)

Sobre John Lennon, depois daquele disco, ele gravou mais um, o Milk and Honey. Para logo em seguida ser tragicamente assassinado em frente ao Edifício Dakota, onde morava, em Nova Yorque, por um fã mentalmente perturbado.

Já Erasmo, acabou por separar-se de Narinha, que veio a falecer posteriormente.

Mas, de uma forma ou de outra, eles, os autores dessas músicas, acabaram eternizando o amor que sentiam por suas queridas esposas através de suas poesias e canções, para sempre gravadas no cancioneiro mundial.

Pois sim, as coisas, as pessoas passam, pois somos efêmeros, mas o sentimento por esses seres tão especiais, as MULHERES, não passarão, jamais. Porque enquanto houver pelo menos um casal no mundo, o homem estará lá entoando loas em louvor à mulher!

                                                                               Gonçalves Viana – viana.gaparecido@gmail.com

 

 

Sergio Diniz da Costa
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