“A mulher, desde tempos imemoriais, povoa com o seu encanto e a sua graça, o imaginário da mente masculina, enchendo-nos de alegria, de tristeza, de confiança e incertezas.”
Mulher, esse ser misterioso, essa criatura diáfana, cercada de uma aura mágica, quase divina. Mulher, sem a qual não haveria a propagação da espécie, a continuidade da raça humana, já que Deus, em sua infinita Sapiência, houve por bem dotá-la do poder de gerar a vida.
A mulher, desde tempos imemoriais, povoa com o seu encanto e a sua graça, o imaginário da mente masculina, enchendo-nos de alegria, de tristeza, de confiança e incertezas.
Ela já foi cantada e decantada em versos e prosa, por toda sorte de escritor, poeta, músico, compositor, trovador, namorado, amante e quejandos e tais.
Quantos conflitos, quantas guerras, já aconteceram em seu nome (Rapto das Sabinas, Guerra de Tróia, Guerra Æsir-Vanir, Centauromaquia, etc.).
Há sempre um vulto de mulher
Sorrindo em desprezo à nossa mágoa
Que nos enche os olhos d’água
Esses versos da canção “Pierrô”, composta por Joubert de Carvalho e Paschoal Carlos Magno, enfatiza bem o papel da mulher como musa inspiradora.
Só para dar uma pálida amostra (pálida, em face à enorme quantidade de fatos que existem dessa natureza, exaltando a mulher!) da importância dela em nossa vida, quero citar três músicas que ressaltam essa condição.
♦ A primeira é um Fox-canção, composta em 1940, por Custódio Mesquita e Sady Cabral, e gravada por Sílvio Caldas:
MULHER
Não sei
que intensa magia
teu corpo irradia
que me deixa louco assim
– Mulher –
Não sei,
teus olhos castanhos,
profundos, estranhos,
que mistérios ocultarão
– mulher –
não sei dizer
– mulher –
só sei que sem alma
roubaste-me a calma
e a teus pés eu fico a implorar.
O teu amor tem um gosto amargo…
eu fico sempre a chorar nessa dor
por teu amor… por teu amor…
Mulher…
Essa música foi considerada muito sensual para a época. Imaginem em pleno 1940, alguém falar em “… que intensa magia, ter corpo irradia, que me deixa louco assim…”. Não temos a informação se essa música foi composta para alguma amada.
♦ A segunda é mais recente, é de 1980, portanto demos um salto de 40 anos no tempo e, geograficamente vamos do Brasil para os Estados Unidos, na cidade de Nova Yorque, onde um inglês resolveu homenagear a sua amada – uma oriental – compondo uma canção para ela.
Esse inglês havia pertencido a um dos mais famosos grupos de rock do mundo, o nome desse grupo: The Beatles e o dele: John Lennon e o da sua amada: Yoko Ono, acusada por muitos, de ser o pivô da separação do grupo que estava no auge da fama em 1970.
Isso vem corroborar a nossa afirmação sobre a influência que uma mulher pode exercer sobre um homem. E esse sentimento, que muitos chamam de amor, não se rende às barreiras de tempo, de espaço, de etnia ou de condições sociais. Quando um homem se apaixona por uma mulher, ele é capaz de abandonar tudo (família, amigos, carreira, fama) pelo objeto da sua paixão.
Logo que os Beatles se separaram e cada um foi para o seu lado, cuidar da própria carreira, John e Yoko seguiram juntos gravando vários álbuns solo e participando alucinadamente do “jet-set” internacional, até estacionarem em Nova Yorque, onde ficaram por mais ou menos cinco anos sem fazer nada, a não ser, como o próprio John afirmou, aprendendo a viver, cuidando do seu amor, Yoko, e do filho Sean.
Então, em 1980, John voltou às atividades musicais, gravando o álbum “Double Fantasy”, no qual constava a ode composta para Yoko, mas que serve para todas amadas deste mundo.
Woman
(For the other half of sky)
Woman I can hardly Express
My mixed emotions at thought lessness
After all I’m forever in your debt
And woman I Will try to Express
My inner feelings and thankfulness
For showing me the meaning of sucess
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo doo
Woman I know you understand
The little child inside of the man
Please remember my lige is in your hands
And woman hold me close to your heart
However distant don’t keep us apart
After all it is wrttten in the stars
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Well
Woman please let me explain
I never meant to cause you sorrow or pain
So let me tell you again and again and again
I love you, yeah, yeah
Now and forever
I love you, yeah, yeah
Now and forever
I love you, yeah, yeah
(John Lennon)
MULHER
(Para a outra metade do céu)
Mulher, eu quase não consigo expressar
Minhas emoções confusas na minha negligência
Afinal de contas, estou eternamente em dívida com você
E, mulher, eu tentarei expressar
Meus sentimentos interiores e gratidão
Por me mostrar o significado do sucesso
Ooh, bem, bem
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, bem, bem
Doo, doo, doo, doo, doo
Mulher, eu sei que me compreende
A criança dentro do homem
Por favor, lembre-se minha vida está em suas mãos
E, mulher, mantenha-me próximo do teu coração
Por mais que distantes, não nos mantenha separados
Afinal de contas, está escrito nas estrelas
Ooh, bem, bem
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, bem, bem
Doo, doo, doo, doo, doo
Bem
Mulher, por favor deixe-me explicar
Eu nunca tive intenção de te causar tristeza ou dor
Então, deixe-me te dizer de novo e de novo e de novo
Eu te amo, sim, sim
Agora e para sempre
Eu te amo, sim, sim
Agora e para sempre
Eu te amo, sim, sim
(John Lennon)
♦ Para a terceira música, voltemos ao Brasil, porém, um ano depois, em 1981 com mais um ídolo da juventude de então, o cantor e compositor Erasmo Carlos e a homenagem que ele ofereceu para sua amada esposa, Narinha:
MULHER (Sexo Frágil)
Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda!
Eu que faço parte de uma delas
Sei que a força está com elas
Vejam como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego, se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça
Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas pra quem deu luz não tem jeito
Por que um filho quer seu peito
O outro já reclama a sua mão
E outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher
Mulher, mulher!
Do barro que você foi gerada
Me veio a inspiração
Pra decantar você nesta canção
Mulher, mulher!
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um dez
Sou forte, mas não chego aos teus pés.
(Erasmo Carlos)
Sobre John Lennon, depois daquele disco, ele gravou mais um, o Milk and Honey. Para logo em seguida ser tragicamente assassinado em frente ao Edifício Dakota, onde morava, em Nova Yorque, por um fã mentalmente perturbado.
Já Erasmo, acabou por separar-se de Narinha, que veio a falecer posteriormente.
Mas, de uma forma ou de outra, eles, os autores dessas músicas, acabaram eternizando o amor que sentiam por suas queridas esposas através de suas poesias e canções, para sempre gravadas no cancioneiro mundial.
Pois sim, as coisas, as pessoas passam, pois somos efêmeros, mas o sentimento por esses seres tão especiais, as MULHERES, não passarão, jamais. Porque enquanto houver pelo menos um casal no mundo, o homem estará lá entoando loas em louvor à mulher!
Gonçalves Viana – viana.gaparecido@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024