outubro 05, 2024
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Célio Pezza: 'A magia dos dias de verão'*

Célio Pezza: Crônica # 387: ‘A magia dos dias de verão’

Essa crônica não é de minha autoria, mas eu gostei muito. É de uma pessoa muito querida, que me permitiu sua publicação

Era uma linda tarde de verão e a jovem Alice conversava com seu namorado na calçada, em frente à sua casa. Enquanto isso, Nick, seu cãozinho inseparável, dormia tranquilamente no degrau da casa.

Alice sempre foi apaixonada pelo verão. Quando era criança, chegava a fazer pedidos para os dias de verão, acreditando que existia uma magia nesses dias capaz de atendê-los.

Muitas vezes, quando caminhava para o colégio sob o céu de verão, pedia para conseguir a nota necessária na prova que faria naquele dia, ou para fazer um certo passeio sonhado nas férias e, como sempre era atendida, acreditava nessa magia. Ela nunca compartilhou essa ideia com ninguém; era um segredo entre ela e o verão.

Nessa tarde, a jovem estava especialmente feliz, sentindo o calor no rosto e admirando o reflexo dourado que ela enxergava em tudo. Tudo ficava especialmente bonito, até Nick, que era um cão idoso, parecia jovem, segundo os olhos de Alice, sob o efeito desse reflexo.

Tudo transcorria muito bem, mas um detalhe perturbava a jovem; seu namorado não gostava do calor. O rapaz reclamava o tempo todo, com um lenço enxugava o suor da testa fazendo cara de sofrimento, reclamava tanto que interferia no encantamento que o dia transmitia para Alice. Nem com as mãos dadas eles podiam ficar, porque as mãos dele ficavam molhadas de suor, o que motivava mais reclamações.

Por um breve momento, Alice desejou que ele desaparecesse para não perturbar o encanto daquela tarde. Porém, a jovem afastou o mau pensamento, olhando para o lado, atraída pelo perfume da casa vizinha. Era a casa mais bonita do bairro e tinha um jardim sempre impecável, muito colorido e perfumado.

No entanto, quando voltou a olhar para a frente, ela estranhou, pois parecia que o rosto do rapaz estava se deformando. Em seguida, o jovem arregalou os olhos, fitando apavorado as próprias mãos, que, líquidas, escorriam para o chão. E num instante, tudo muito rápido mesmo, o rapaz se transformou numa poça de um líquido viscoso que escorria para o bueiro levando roupas e tudo o mais. Não sobrou nada, apenas um rastro molhado na calçada que o calor se encarregava de evaporar bem depressa.

Nick correu até lá latindo muito e abanando velozmente o rabinho, entre curioso e assustado, mas, sem entender nada, logo voltou ao degrau, onde se sentia mais seguro. Alice ficou ali, parada, olhando incrédula, atônita, perplexa, sem saber o que fazer. Pensou: e agora? Quem vai acreditar em uma coisa dessas? E agora?

A tarde prosseguiu linda, morna, dourada, mágica e sem nenhuma interferência…

Célio Pezza – escritor @celiopezza.com

Setembro, 2018

 

 

Sergio Diniz da Costa
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