Jurera é grande e importante porque ama o que faz
Fabio Jurera é uma pessoa humilde, apesar de seu talento acima do normal, Ele se destaca na vida teatral pela sua formação e experiência no teatro. Sincero e idealista, como todo ser humano bem intencionado, e sempre divide os louros dos sucessos com seus parceiros. Como diretor teatral é mais um abnegado servidor da cultura. Nesta entrevista ele se mostra o que pensa e como é que ‘a coisa’ funciona, em termos de manutenção financeira. Vale a pena conhecer melhor esse grande artista. Acompanhe a entrevista: (HR)
ROL: Você é bastante conhecido no meio teatral e revela-se um diretor muito qualificado. Onde e quando V. aprendeu essa arte?
Fabio Jurera: Eu sou ator desde 1994 e me profissionalizei nessa área em 2002, na Escola de Teatro Ewerton de Castro em São Paulo. No mesmo ano, após minha formação, voltei pra Itapetininga onde, já no mesmo ano e em parceria com minha esposa Lucy Villar (também atriz formada na mesma escola ) fundamos o Grupo Teatral Tapanaraca (há 17 anos). A partir de então focamos nos festivais estudantis e amadores de teatro do Estado de São Paulo e atualmente fazemos parte de outros festivais como o ‘Festival Nacional de Teatro’, realizados nas nas cidades mineiras de Conselho Lafaiete e Araguari.
A profissionalização (DRT) de diretor foi através da SATED, o Sindicato dos Artistas em São Paulo no ano de 2005. De lá pra cá atuo como diretor e ensaiador usando vários métodos e processos de criação.
Também me formei|em Comunicação Social pela FKB Fundação Karnig Bazarian no ano de 2000 e formado em ‘Produção Cultural’ pelo SESI de Sorocaba em 2015.
Ser Diretor de Teatro é um ofício sem molde; cada espetáculo é um espetáculo diferente; cada discussão é uma discussão! Não diria exatamente que é algo que se aprende; devo dizer que é algo que se vive, pois tudo depende das pessoas com as quais você trabalha (elenco). É esse\grupo de pessoas qie determina ‘o resultado final’, pois teatro é a arte do ator e não do diretor.
Acho que Paulo Autran disse algo assim kkkk
ROL: Dá para viver de teatro em Itapetininga. Caso não, porque não?
Fábio Jurera: Excelente pergunta. Diria que é relativo! Pois depende do tipo de vida que a pessoa está habituada a levar! Quem tem poder aquisitivo maior, mira em um estilo de vida diferente do que o que busca outras referências de vida. Parece meio poético, mas para mim são 25 anos dedicados à arte ! Já trabalhei na ‘Fundação Casa’ , em projetos sociais de diversos segmentos, na ‘Escola da Família’, em centros de convivência, escolas particulares. E todos esses trabalhos foram dedicados ao indivíduo e não necessariamente ao dinheiro! O dinheiro se torna uma consequência subjetiva!
Eu vivo de teatro em Itapetininga por que tenho uma família e uma equipe que sabem, tanto quanto eu, a importância da inserção da arte na vida de um indivíduo. Só quem vivência um processo humano de desenvolvimento pessoal, de caráter e de diversos outros valores que só o teatro pode dar, entende o que é ser dedicado a uma idéia. Não é um emprego ‘formal’; é uma/várias idéias que se personificam todos os dias.
Ministro há três anos um Curso de Teatro aqui em Itapetininga chamado C.I.N.A. – Curso de Iniciação para Novos Atores. O curso também é também um complemento da minha renda. Além de várias outras atividades ligadas a áudio visual / cinema independente (minha outra profissão).
Também tenho um Grupo de Teatro em Guarei (não posso esquecer…)
ROL: Se alguém quiser encomendar uma apresentação, isso é possível? Como alguma pessoa física ou jurídica deve proceder? É muito caro? O seu grupo atua somente em Itapetininga?
Fabio Jurera: Se é caro ? Creio que não! Depende do número de atores! Um espetáculo menor, menos gente, menos custo é assim que vejo. Lembrando que os atores precisam se deslocar – então condução e alimentação são fatores importantes – além do cachê propriamente dito. Possuímos o MEI – Micro Empreendedor Individual, isso torna tudo muito mais fácil pra emitir nota fiscal, etc. Não tem muito segredo na hora de pagar cachê por um espetáculo. Isso quando pagam…!: às vezes (por ignorância, no sentido de ignorar mesmo) a pessoa apenas pede: “Faz uma apresentação aqui pra mim? Isso vai ajudar a divulgar seu grupo…!”
!A associação a entretenimento e a falta de vivência gera um tipo de ‘consumidor’ que não valoriza o trabalho que é feito..
Simmm! É muito possível encomendar um espetáculo! Sempre!
Temos um Tapanaraca em Guarei e atuamos em qualquer cidade ou local que nos dê condições de atuar. Viajamos por todo o interior paulista desde 2004 e j[á participamos de diversos eventos e festivais.
ROL: Como uma apresentação teatral como a do seu grupo pode beneficiar comercialmente uma empresa?
Fabio Jurera: Pois então! É uma questão de perspectiva. Se uma empresa nos contrata – como já aconteceu com a Sabesp, a Sul Paulista e outras – damos a elas o que ela pede, s eja uma SIPAT ou um espetáculo para o dia das crianças, o natal, etc. . Neste sentido atendemos plenamente a necessidade do cliente. Agora, como ela vai usar isso a seu favor é algo do planejamento dela.
ROL: Deixe um recado final para nossos leitores, por favor.
Fabio Jurera: Ainda me referindo ao caso do interesse comercial. Talvez a questão melhor fosse ‘o que uma empresa que não possui o hábito de apoiar um segmento teatral espera de um Grupo de Teatro?’. Eu respondo dizendo que essa é uma excelente ferramenta, sem dúvida! Apenas recomendo que a empresa esteja bem esclarecida para quer se associar a um Grupo de Teatro.
Aproveito para deixar o link do programa da minha filha, que faz parte do meu grupo e é uma boa amostra do nosso trabalho: https://youtu.be/C4qBnKZS-mk. Obrigado! Se puderem se inscrever no canal dela eu agradeço.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.