O Embuste da Crise Hídrica
Maquiavel, no auge de sua vida pública, preconizou ser o embuste e o sobressalto, um importante mecanismo de controle de massas.
Manter-se no poder e acalmar o povo, parecendo que se está fazendo alguma coisa é desejável e necessário. Assim se conduz a balela da crise hídrica.
Não que não haja crise… é claro que há, mas a razão da crise não é o propalado “desperdício de água”.
Eu tenho dito desde o começo dessa patifaria que efetivamente não existe e nem pode existir “desperdício de água”. Se você joga ao chão um copo de água ele será absorvido pela terra, cuja umidade será absorvida pelo lençol freático ou então evaporará e retornará em forma de chuva.
A questão é milagrosa. porque mesmo a água que bebemos será expelida como urina ou como suor.
Assim… pelo amor de Deus, e de uma vez por todas, acreditem em mim: não existe e não pode existir “desperdício de água”!
Mas algum pseudo intelectual que não gosta de pensar e acha que o governo está sempre certo, vai me corrigir dizendo assim: “Poxa, Carlos… você não entendeu… o que a propaganda do governo está dizendo é que temos que economizar água tratada, que vem dos reservatórios’.
Esse puxa-saco erra irritantemente também, porque é verdade que a água vem do reservatório, mas também é verdade que no reservatório não tem água e essa é a razão da falta d’água nas torneiras e não o desperdício.
Também, senhoras e senhores, é burrice dizer que vamos guardar ou economizar água do reservatório.
Vou aproveitar e fazer uma revelação fantástica: “A água é volátil”.
Explico aos puxa-sacos que “volátil” quer dizer que evapora. Sim… amigos… a água evapora!
Fantástico não é?
Mas os puxa-sacos não sabem disso, ou se sabem, não querem considerar isso em sua política de enganação.
Assim, claramente você pode fazer um pequeno experimento científico: coloque em uma bacia dois copos de água e deixe ao sol.
Veja que a água vai evaporar.
Marque em um papel o tempo que levou para esses dois copos de água evaporarem.
Feito isso, agora coloque duas bacias iguais às anteriores ao sol e você vai observar que não apenas uma, mas as duas bacias que continham dois copos de água secaram. A água evaporou das duas bacias.
Portanto, ao invés de secarem dois copos de água, houve o secamento do dobro da água disponível.
O que quer dizer isso?
Quer dizer que se temos um ou dois reservatórios de água, isso não é relevante porque se vai secar um deles, o outro também secará simultaneamente, se for construído sob o mesmo sol e no mesmo lugar. Como as duas bacias, os dois reservatórios sofrerão o mesmo processo.
O problema, evidentemente, é a falta de chuvas e a falência dos mananciais, decorrente dessa mesma escassez pluvial.
Não há o que fazer a não ser rezar e rever não o consumo de água, mas rever a sociedade que construímos; rever as modificações que fizemos no mundo que herdamos e achamos que estava muito ruim.
Por observarmos tantos erros na criação original, asfaltamos milhares de ruas onde um cavalo, por exemplo, sofre restrições para pisar e tem então que usar ferraduras que são colocadas a prego e martelo em seus cascos.
Mas quem vai se preocupar com um cavalo quando precisamos asfaltar rua para o seu substituto, o carro, passar sem balançar?
O casco do cavalo pouco importa, mas a suspensão do carro custa caro e não pode estragar; melhor então pregar ferros no defeituoso casco do cavalo se, por acaso, a gente resolver andar a cavalo.
Que loucura! Estamos sendo forçados a examinar nossa existência; examinar nossa sociedade. Ainda é tempo? Aceitaremos rever nossa conduta?
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.