
Bastidores de um escritor
Aí você vê o escritor lançando seu livro, recebendo um prêmio, ocupando uma cadeira numa Academia de Letras…Muitos imaginam a escrita como um hobby, quando na verdade, é um misto de prazer indescritível com uma árdua profissão.
Para um livro ser publicado, antes ele precisa ser escrito. Precisa ser revisado. Custeado. Muitos autores revisam seus próprios livros. Por amor a arte, dormimos tarde, lendo página por página. Revisamos uma, duas, três ou mais vezes, antes de dar o sinal verde para a editora. Muitos de nós temos outros ofícios, e o trabalho com a escrita com certeza é o nosso segundo ou terceiro turno.
O escritor sofre se não escreve. Ele tem necessidade de transbordar. Uma linha, um pensamento, um verso, alguma coisa, por favor! A escrita e o escritor possuem um caso de amor. Eles precisam de silêncio, de momentos a sós, de tempo.
O escritor tem sonhos. Sonha em ter seu trabalho reconhecido. Sabe que o leitor é parte essencial no seu trabalho. Não existimos sem ele. Sabe que está sendo observado. Vida de escritor é vida de sacrifícios, simplesmente porque ele respira arte. Economizamos de um lado, para realizar o sonho de publicar nossos livros, poder estar em eventos literários. Só quem vive tudo isso, compreende. Quando sua arte é apreciada por pelo menos uma pessoa, já está valendo a pena. É gratificante demais a sensação de que alguém apreciou algo que emanou de você. Inexplicável!
O público vê o escritor aparecendo, mas não faz a mínima ideia de que, quem é comprometido com a arte, trabalha muito mais nos bastidores. Quem vê uma academia virtual ou física, não imagina que por trás, existem aqueles que revisam textos, auxiliam, orientam outros autores, corrigem eventuais erros, confeccionam cards, diplomas, fazem serviço de secretariado. Alguns administram grupos poéticos, e têm o dever de serem cordiais e amáveis, respeitando os demais escritores e as diversas formas de escrita, dando suporte a uma melhor produção da arte. O escritor é, nesses casos um agente de literatura, um pouco professor, um pouco amigo, alguém que divide com o outro aquilo que sabe. O escritor precisa, para isso, estar sempre estudando, se atualizando. Ele ensina, e ao mesmo tempo aprende. Ele é um eterno aprendiz. Ele erra, apaga, faz, desfaz e refaz.
O escritor, por amor, abdica-se de muitas coisas. Parte do seu tempo é ocupado com ideias, histórias, flashes, versos e rimas. É muitas vezes, incompreendido. É preciso trabalho, muito trabalho, e dedicação, assim como em qualquer forma de arte.
Hoje, quando leio um livro, quando vejo colegas sendo reconhecidos, entendo o quanto ele trabalhou, se dedicou e se sacrificou, para que tudo aquilo acontecesse. E principalmente, o quanto ele colocou de amor em tudo que realizou.
Claudia Lundgren
tiaclaudia5@hotmail.com
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Natural de Teresópolis (RJ), é escritora, professora e educadora infantil. Duquesa e Princesa Consorte da Augustíssima Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente; Delegada Cultural e Chanceler da Embaixada Cultural da Paz FEBACLA e Doutora Honoris Causa Mult pelo Centro Samarthiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos. Membro de diversas instituições culturais, dentre as quais, recebeu diversas premiações, dentre elas a ‘Melhores do ano 2025 Teresópolis’, na categoria ‘Escritor’, participou de diversas antologias, e é autora de dois livros: ‘Alma de Poeta’ e ‘Simplesmente Poemas’

