Enquanto Houver Fôlego
São tantas as montanhas que levantam-se à nossa frente. Quantas são as vezes que nos encontramos nos vales da vida, sozinhos, e tudo parece não ter solução. E é exatamente nesses momentos de grandes dificuldades, que a criatura se aproxima do Criador, clamando por aquilo que necessita, almejando causas muitas vezes, aos olhos humanos, impossíveis.
A nossa existência, como peregrinos na Terra, é mesmo assim: como uma roda gigante; ora estamos embaixo, ora estamos em cima. Um misto de tempestades e bonanças. Períodos em que temos que estar vigilantes e armados, preparados para enfrentarmos guerras, de onde muitas vezes saímos feridos e traumatizados; períodos de paz e prosperidade. Escassez ou abundância. Viver é um constante paradoxo.
Há momentos em que ondas altíssimas nos engolem, e quando conseguimos nos reerguer e pôr a cabeça fora d’água para respirar, surge outra, e outras. E muitos se cansam, desistem. Perdem a esperança.
Nem sempre as coisas acontecem como esperamos. Nem sempre o mar se acalma quando queremos. E as vezes questionamos e esbravejamos: ‘Não tenho motivos para agradecer! As coisas não estão acontecendo.’
Clamamos por grandes milagres, mas muitas vezes deixamos de enxergar o quão abençoados somos. Quando conseguimos vencer o Coronavírus ( digo pela minha experiência pessoal ), por exemplo, o simples fato de respirar já é motivo de imensa gratidão; o amanhecer. Sentir o ar entrar livre e completamente em nossos pulmões, sem bloqueio ou dor, é maravilhoso. Sentir o cheiro da flor, o sabor dos alimentos, ou ter apetite novamente, é divino; dormir tranquilamente. As pequenas coisas da vida, que na verdade são as mais essenciais, tornam-se as maiores. Porque elas são.
Você está respirando? Agradeça! É sinal que o sonho ainda não acabou, que nem tudo está perdido. É sinal que você deve continuar enfrentando o mar bravio, porque em algum momento ele se tranquilizará.
Você está respirando? É sinal que você deve continuar indo à luta, que ainda não é hora de parar. Nade, corra, ande, engatinhe; seja como for, mas continue. Porque enquanto houver fôlego, haverá esperança.
Claudia Lundgren
tiaclaudia05@hotmail.com
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Claudia Lundgren, natural de Teresópolis (RJ), é poetisa, escritora e Educadora Infantil. É Acadêmica da ACILBRAS, da AIL e da FEBACLA; é Acadêmica Correspondente da Academia Caxambuense de Letras e da Academia de Letras de Teófilo Otoni, e Membro Efetivo da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas (SBPA). Também pertence à ALB e a ABC, ambas virtuais. Recebeu Menção Honrosa no I Concurso de Poesia Junina e obteve o 9º lugar no XXXIV Concurso de Poesia Brasil dos Reis, (Ateneu Angrense de Letras e Artes). Foi homenageada com a Comenda Acadêmica Láurea Qualidade Ouro, a mais alta comenda da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes e com o Prêmio Cidade São Pedro de Aldeia de Literatura. Participou de dezenas de Antologias Poéticas. No início de 2019 lançou seu primeiro livro solo, ‘Alma de Poeta’ (Editora Areia Dourada), que recebeu o Troféu Monteiro Lobato como o melhor livro de poesia, no evento ‘Melhores do ano 2019’ (LITERARTE), e recentemente, lançou seu segundo , ‘Simplesmente Poemas’, com o selo AIL.