Guaçu Piteri: ‘Comentário da prof. Deosdédite ao post Pelegos da CUT’
Maria Deosdedite Giaretta Chaves
Guaçu,
eu ia dar aulas de Francês em Carapicuíba e, ao passar pelo 18, via lá em cima, acesas as salas de aula da Faculdade de Administração que inaugurou a FITO.
Não demorou muito, ela mudou de endereço, cresceu, ganhou qualidade, nome e fama.
Nessa época eu jà era professora de Língua e Literatura do ITO, que fazia parte da FITO, o ITO, o melhor colégio Técnico, não só de Osasco, mas também de São Paulo e do Brasil.
Havia alunos que vinham de todos os bairros paulistas, alguns muitos longínquos , como o do Tatuapé, movidos pelo desejo e pelo sonho de cursar escola de renome que lhes garantiria trabalho e êxito no trabalho.
Houve um tempo em que tivemos de alugar escolas estaduais vizinhas para poder compor a imensa demanda por vagas, nos famosos vestibulitos, em que eram oferecidas 800 vagas para os cursos de Agrimensura, Eletrônica, Eletrotécnica, Edificações e inscreviam-se 10 mil candidatos.
Levávamos o nome de Osasco para as alturas e para muitos rincões,porque também vinham para Osasco, para o ITO, jovens do interior de São Paulo.
Eu própria fui professora de milhares de osasquenses e de jovens de outras regiões; jamais passar-me ia pela cabeça que essa Instituição um dia chegasse ao fim. mesmo porque ia crescendo, crescendo com novas ofertas dos cursos básicos, nos quais também lecionei.
Vamos ser verdadeiros.
Má administração pública, substituição de excelentes professores que não eram do partido, o partido que se dizia o mais democrático de todos os demais, falta de manutenção, ausência total do verdadeiro olhar voltado para a Educação, sindicato constituído pelos professores da instituição que eram partidários, o que garantia à Instituição segurança, mesmo nas injustiças, tantos outros desmandos, foram criando, no cerne da FITO, uma espécie de cancro sem remédio e sem cura.
Estruturas abaladas, um dia desmoronam e nós, que fizemos parte de um áureo período, que sempre acreditamos ser a Educação a única redenção do homem, a grande dádiva que Deus nos legou, hoje derramamos lágrimas de constrangimento,porque nada pudemos fazer para salvar a escola; e de dó, muito dó;,ao mesmo tempo, também choramos de temor de que em Osasco só se pense em poder e não se pense em governo.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.