O 13 e o 24
Número é uma expressão que indica quantidade. Muitas são as derivações, como o binomial, cardinal, ordinal, comercial, abstrato, abundante, complexo, composto, deficiente, além do número de ouro (utilizado na arquitetura) e muitas outras. Entre vários números, dois se destacam: são o 13 e o 24.
Na cultura da civilização ocidental, de natureza cristã, o número 13 indica mau agouro, porque aponta para Judas Iscariotes, discípulo que traiu Jesus ao entregá-lo aos príncipes dos sacerdotes por 30 moedas de prata (Mt, 26, 14-16; Mc, 14, 10-11; Lc, 22, 3-6); posteriormente arrependeu-se e suicidou-se (Mt, 27, 3-5).
Após a ascensão de Jesus ao Céu, os onze discípulos se reuniram em assembleia e, ouvindo o discurso de Pedro, oraram ao Senhor para que escolhesse um dos seguidores a ocupar o espaço do apóstolo traidor. O escolhido foi Matias e passou a ser o décimo segundo apóstolo (At, 1, 15-26).
Tempos depois, o soldado romano Saulo, da cidade de Tarso, estava incumbido de perseguir os cristãos. No caminho para Damasco, uma luz resplandecente vinda do Céu ofuscou sua vista e o fez cair do cavalo. Era Jesus, que o escolheu para difundir o nome d’Ele às nações, aos reis e aos filhos de Israel (At, 9, 1-19).
Batizado de Paulo por Jesus, veio a ser o décimo terceiro apóstolo e foi o maior difusor da Palavra – as mensagens de Jesus – ao mundo antigo. O número 13 representa o apóstolo, convertido em Santo após seu martírio (foi decapitado por um soldado romano) e é ele, São Paulo, quem empresta o nome ao Estado de São Paulo, à capital deste Estado-membro e à Universidade de São Paulo (USP).
No contravencional “jogo do bicho” o número 24 representa o animal silvestre denominado “veado”, que muitas pessoas de má índole atribuem outra designação, costumeiramente ofensiva, à sexualidade alheia. Impropério gravoso, também é causa de crime contra a honra por tipificar a conduta prevista no artigo 140 do Código Penal (Injúria).
Aludido número, todavia, tem origem bíblica. Ele consta expressamente do Livro do Apocalipse, o último da Bíblia Sagrada e indica a Corte Celeste, constituída de 24 anciãos vestidos de vestes brancas, a qual acompanha o Ser Supremo, sentado em Seu trono (Ap, 4, 1-4).
Eles se prostraram diante do Cordeiro após este receber o Livro Selado das mãos do Ser Supremo (Ap, 5, 8). Após o toque da sétima trombeta, os vinte e quatro anciãos adoraram o Criador (Ap, 11, 16) e, depois d’Ele derrotar a grande prostituta que corrompia a terra com sua prostituição, os vinte e quatro anciãos prostraram-se e O adoraram (Ap, 19, 2-4).
A natureza do número 24 é mais antiga do que a designação dada a ele no “jogo do bicho”; tem origem bíblica e representa a Corte Celeste que acompanha o Ser Supremo ao longo do Livro do Apocalipse.
Conclusivamente, os números 13 e 24 são bíblicos e representam passagens do Novo Testamento, que trazem a Palavra difundida por São Paulo e a Corte Celeste, que acompanha o Criador nos flagelos (contra os ímpios) e na batalha do Har-Magedon (contra o maligno e seus seguidores). Em suma, não indicam mau agouro nem os impropérios ofensivos à sexualidade alheia. Nada a mais.
Marcelo Augusto Paiva Pereira
secondo.appendino@gmail.com
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Natural de São Paulo (SP), Marcelo Augusto Paiva Pereira é arquiteto e urbanista