A HISTÓRIA CONTADA POR UM IDIOTA ESTÁ CHEGANDO AO PREVISÍVEL, INEVITÁVEL E DEPRIMENTE FINAL
Celso Lungaretti |
“A vida é uma história
contada por um idiota,
uma tempestade
de som e fúria
significando nada”
(William Shakespeare)
Quem acompanha meu trabalho sabe que há muito considero Dilma Rousseff condenada ao afastamento do poder: voluntário, imposto ou por meio de uma barganha com as forças de centro e direita que a mantenha fazendo figuração enquanto outros governam no seu lugar.
Ou seja, as opções à sua escolha são:
- renunciar;
- ser impedida pelo Congresso Nacional;
- ter sua chapa cassada pela Justiça Eleitoral; ou
- tornar-se uma rainha da Inglaterra.
Ele é a última esperança de o PT dar a volta por cima… |
Descarto a do suicídio, pois não enxergo nela a fibra de um Vargas.
E minha preferência é pelo xeque-mate aplicado pelo Tribunal Superior Eleitoral, por implicar a realização de novo pleito, livrando-nos do pesadelo Temer.
Para mim, as únicas dúvidas são quando chegaremos a uma dessas soluções e qual delas prevalecerá.
O que me dá tanta certeza? O fato de que, enquanto prosseguem as escaramuças na Praça dos Três Poderes, a penúria não cessa de aumentar.
Se dependesse dos canastrões que, em Brasília, encenam uma tempestade de som e fúria significando nada, a paralisia governamental talvez perdurasse por meses e meses, com um sem-número de marchas e contra-marchas.
Mas, as lições históricas são todas no sentido de que há, sim, um fim da linha: no Brasil, quando as recessões começam a causar desespero e convulsão social, a classe dominante concerta uma solução qualquer, pois tem como prioridade máxima manter-se dominante.
…após a queda de Dilma. |
Trata-se de um espetáculo que, além de previsível, é deprimente ao extremo. Caberia melhor na página policial do que na editoria de Política.
Só escrevo sobre ele porque assumi o compromisso de manter meu público informado. Preferiria estar comentando futebol ou cinema. (Celso Lungaretti)
Ao contrário das três sequências caça-níqueis, o primeiro filme da série Rambo (First blood, 1982) é muito bom, ao mostrar um veterano da guerra do Vietnã como homem psicologicamente em parafuso e que, agredido, continua recorrendo às suas habilidades de sobrevivência nas piores circunstâncias e aniquilação dos inimigos, indesejáveis na vida civil.
Depois de virar de pernas pro ar uma cidadezinha cujo xerife o maltratou, ele é repreendido por seu velho coronel. E se defende: “Quem derramou o primeiro sangue não fui eu”.
É deprimente ao extremo ver Lula sendo conduzido à força para depor. Para destruírem o mito, estão expondo o homem ao opróbrio. Gostaria que ele não passasse pelos dissabores que está passando na fase final de sua vida.
Marina faria. Dilma fez. Trabuco aplaudiu. |
Mas, não posso deixar de refletir sobre como a coisa chegou a tal ponto.
Quando os petistas começaram a satanizar Marina Silva na campanha eleitoral de 2014, adverti que as consequências seriam muito nefastas. Mas, confesso, pensava apenas na união da esquerda, que ficaria em frangalhos se deixássemos de respeitar como adversários os antagonistas pertencentes ao nosso campo, reservando o tratamento de inimigos apenas aos representantes da direita e do capitalismo.
O vencer a qualquer preço da campanha de Dilma, ao utilizar como armas políticas as falácias e a propaganda enganosa, abriu um precedente ainda pior: o outro lado sentiu-se autorizado a partir também para o liberou, geral, passando a assassinar as reputações dos grãos petistas por meio do uso oportunista e malicioso de investigações policiais.
Ao derramar o primeiro sangue, o PT esqueceu que o poder de fogo da burguesia e de sua indústria cultural é muito maior. Jogo sujo contra jogo sujo, a derrota era praticamente certa.
Bem melhor seria ter mantido algum fair play e civilidade na política, ao invés de haver concorrido para que ela descesse ao esgoto.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.