Amigos e autoridades de Campina do Monte Alegre participaram do pré-lançamento do documentário “João da Filmadora”, no último sábado (19), no Centro do Saber, região central da cidade
Dirigido pela professora e pesquisadora Drª Míriam Cris Carlos, o documentário de 36 minutos traz a saga de João Gomes Neto, mais conhecido como João da Filmadora, comunicador informal, morador de Campina do Monte Alegre, que não mede esforços para emplacar pautas nos telejornais mais expressivos do Brasil e do mundo.
Mesmo sem muita escolaridade, graças à sua astúcia e persistência, João da Filmadora tornou-se a referência local para assuntos jornalísticos, garimpando pautas sérias e outras nem tanto, mas sempre obtendo sucesso nas suas empreitadas jornalísticas, tendo emplacado dezenas de reportagens em famosos programas de tevê.
O comunicador nato chamou a atenção da professora Míriam Cris, que desenvolveu uma pesquisa de pós-doutorado baseada nesse personagem real. E por já ter experiência na produção de documentários, Míriam resolveu levar para a grande tela um pouco da pesquisa.
No filme é possível observar várias cenas da pacata cidade do interior de São Paulo que possui 6 mil habitantes, bem como trechos de várias reportagens realizadas em Campina do Monte Alegre. Prefeito e ex-prefeito, familiares, amigos e o próprio João da Filmadora narram a história deste inquieto morador, que não é unanimidade, mas é muito conhecido na região e nas redações de tevê.
Neste primeiro momento, o documentário foi apresentado aos personagens que aparecem no vídeo, autoridades, familiares e amigos. Após a exibição, os aplausos mostraram que a obra foi bem recebida. O vídeo será inscrito em festivais de cinema do Brasil e exterior e deve ter seu lançamento para a população nos próximos meses.
Dentre as autoridades, estiveram presentes o atual prefeito Carlos Eduardo Ribeiro, o ex-prefeito José Benedito Ferreira e a vereadora Elenice Silvestre Ghiraldini, a Gibinha.
Carlos Eduardo Ribeiro comentou sua impressão acerca do vídeo. “O João não é só importante para a cidade, mas para o Brasil e quem sabe para o mundo, porque tem muitas reportagens internacionais pautadas por ele. Sendo uma pessoa simples, de um lugar simples, transforma-se em um pauteiro que leva o nome de nossa cidade para o Brasil inteiro, de uma maneira lúdica, sem maldades, enfim de uma maneira caipira. O documentário é excepcional porque conta a história do nosso povo, das nossas raízes, do tropeirismo, dos nazistas, dessas coisas da nossa terra. E como um cidadão simples, do mato, caipira, torna-se tão importante assim, levando notícias ao mundo? Como uma cidade igual a nossa torna-se tão importante? É só pelo João e pela sua criatividade. Quero agradecer muito, em nome do povo de Campina do Monte Alegre, aos produtores. O filme é lindo”, relatou o prefeito.
Com as lágrimas ainda escorrendo pelo rosto, João da Filmadora comentou como observou-se sendo pela primeira vez o personagem principal da pauta. “Ao mesmo tempo que fiquei emocionado, fiquei honrado, nem eu sabia dessa grandeza que eu tinha pelas mídias regionais, nacionais e internacionais. Eu não sabia que tinha essa potência toda. Isso foi um reconhecimento para mim e para a pesquisadora Míriam Cris. O documentário foi sensacional, não faltou nada no filme, e eu agradeço muito aos realizadores”, comentou João.
A escolha do tema, segundo a professora Míriam Cris, foi uma indicação de pessoas próximas que o conheciam e perceberam nele um bom personagem para ser pesquisado, sobretudo pela sua simplicidade e grande capacidade de apropriação dos meios de comunicação. “Ao fazer a pesquisa, notei que a própria história dele poderia interessar para outras pessoas fora do meio acadêmico, pois além de levar personagens interessantes para as mídias, ele mesmo era um personagem interessante. Queremos levar o filme para vários locais, não só para mostrar a história João e sua narrativa, mas também para discutir um pouco como é o jornalismo produzido hoje, quais são as transformações que o jornalismo vem sofrendo, e o João é bem característico dessas transformações, de um jornalismo horizontalizado, colaborativo, com tecnologias empregadas por pessoas comuns, então vale também pra essa discussão”, disse a documentarista.
Míriam Cris é professora pesquisadora do Mestrado em Comunicação e Cultura da Universidade de Sorocaba, UNISO. Roteirista, produtora cultural, é também graduada em Letras, especialista em Teoria Literária, Mestre e Doutora em Comunicação e Semiótica e pós doutora em Comunicação Social. Nesta produção ela dividiu a direção com o premiado documentarista Werinton Kermes. Os cinegrafistas foram Jorge Silva e Israel Filho, o editor foi Marcos Vaz e o áudio ficou por conta de Caio Kermes, numa produção da Provocare Comunicações, de Votorantim. Imagens de making off das gravações podem ser conferidas no blog: http://www.docjoaodafilmadora.blogspot.com.br/
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.