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Sandra Albuquerque: 'Segundo tempo'

Sandra Albuquerque

Segundo tempo

Aquele dia parecia não ser dos melhores, afinal, Eduardo não havia dormido bem, preocupado com os problemas da empresa.
Os negócios iam de mal a pior e as contas pessoais e jurídicas não paravam de chegar e ele precisava cumprir com os compromissos de seus funcionários.
Tudo começou quando Eduardo herdou de seu pai uma grande empresa e, por falta de experiência, somada à crise financeira que o país vinha enfrentando, a tendência foi cogitar bater o martelo da falência. Afinal, ele não estava preparado para assumir a direção dela, pois seu pai nunca havia dado uma chance a ele de fazer parte da empresa porque pensava ser eterno e via nele apenas um ser inexperiente e esse foi o seu grande erro e, agora, de nada adiantava, pois ele não passava, apenas, de cinzas jogadas ao mar.
Eduardo sempre teve tudo o que quis e era o verdadeiro retrato do playboy: só sabia gastar com farras e mulheres.
Um dia, estando ele viajando com a turma, o celular tocou e ele ficou pálido e logo os que estavam ao seu redor perceberam que alguma coisa estava errada. E foi quando ele disse:
– A farra acabou, pois meu pai acabou de falecer e eu preciso voltar.
Todos o olharam perplexos, pois já imaginavam o decorrer da história por ele ser filho único e nunca ter posto os pés na empresa.
Foi, então, que surgiu a grande realidade e ele pode perceber o peso que seria tornar-se um grande empresário.
No início, o poder lhe subiu a cabeça e ele não queria aceitar opiniões, e foi assim que as coisas a cada dia foram de mal a pior, pois uma empresa não sobrevive a uma liderança onde não há diálogos.
Enfim, o fracasso estava abraçado a ele e a pergunta que não queria calar era: e agora?
Pedir concordata, decretar falência?
Ele precisava de tempo e este era o problema.
Seus amigos viraram as costas quando souberam do que estava acontecendo.
Eduardo, muito abatido psicologicamente naquela manhã chuvosa, com pouca visibilidade, devido à neblina, pegou o seu carro para fazer o seu percurso diário, como de costume.
Ele sempre parava na cancela e esperava, calmamente, o trem passar.
Porém, por ironia do destino, naquela manhã ele ficou algum tempo ali esperando o trem passar e como isso não aconteceu, simplesmente tentou atravessar com o espaço em que havia ao lado esquerdo entre a cancela e as árvores.
De repente, ele ouviu um som estridente! Era o trem que vinha e ele desmaiou.
Porém, bem atrás do carro dele estava um carro em que o motorista aguardava, pacientemente, a cancela abrir e achou uma loucura o que Eduardo fez e manteve distância e com celular e gravava toda a cena, mas quando viu que ele não abria a porta do carro, rapidamente, correu e o puxou fortemente e só deu tempo de se afastarem do carro e o trem passar.
E o trem levou consigo aquele carro, o destroçando.
Logo, surgiu uma multidão e Eduardo foi levado ao hospital.
A única coisa que sobrou do seu carro foram os seus documentos.
Eduardo ficou durante sete dias em choque e todos os dias aquele homem que o socorreu o visitava no hospital, até que, ao término de 7 dias, teve a feliz notícia de que Eduardo havia acordado na noite passada e estava bem e fez questão de visitá-lo:
-Eduardo, sou Antônio, o moço que o salvou de um grande desastre de trem. Eu trouxe o meu celular para mostrar a você a gravidade que foi. Tomei a liberdade de ir na empresa e soube que era apenas você e seu pai, então eu comuniquei na portaria sobre o acontecido, mas fica tranquilo porque está tudo sobre controle e tenho certeza de que seus funcionários dão as suas vidas pela empresa.
Antônio mostrou o vídeo a ele, e Eduardo fez uma grande análise de tudo e repensou, chegando à conclusão que o ser humano não poderia viver sozinho e que, juntos, tornar-se-iam mais fortes.
Na manhã seguinte, Eduardo teve alta.
Voltando à empresa, decidiu fazer tudo diferente e para começar marcou uma reunião com a diretoria que antes era inoperante e novas ideias surgiram e pouco a pouco a empresa conseguiu sair da crise e, enfim, ele tornou-se um empresário tão respeitável quanto o seu pai e quanto ao seu salvador da linha do trem, Eduardo não pensou duas vezes e o trouxe para trabalhar lado a lado com ele.

Autora: Comendadora Poetisa Sandra Albuquerque
Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2022.

 

 

 

 

 

 

 

Sergio Diniz da Costa
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