Em A Menina que conversava coma Estrela, a personagem Lara enxerga, sente e fala coisas que só conseguimos entender quando aprendemos Coraçonês, a língua oficial das estrelas do céu
Marcio Trinchinatto é ator, diretor, professor de teatro, chef de cozinha e confeiteiro. Em seu primeiro livro, ele traz uma receita que desenvolveu durante anos e mistura palco, conversas, despedidas, alunos, risadas, medos, choros, amores e silêncios. Pisciano e tímido, esse viajante do mundo só encontrou coragem para mostrar essa iguaria depois de generosas conversas com sua amiga Sônia Nolasco e o encantador encontro com Victor Grizzo, esse ilustrador que conseguiu traduzir o pedido de “etéreo” em imagens tão significativas que habitam as páginas do livro.
Em A MENINA QUE CONVERSAVA COM AS ESTRELAS, a personagem Lara enxerga, sente e fala coisas que só conseguimos entender quando aprendemos Coraçonês, a língua oficial das estrelas do céu. Da janela do seu quarto no sótão, nossa personagem conversa com uma estrela e acaba se inspirando para sugerir transformações na vida de algumas crianças do condomínio do lago. Uma língua diferente, sem nenhuma palavra, mas que pode ser traduzida para o Português, Finlandês, Maori ou qualquer outra língua. Até quem não pode falar, enxergar ou mesmo fazer um único movimento consegue ser fluente.
Coraçonês é um mistério que está a ponto de ser desvendado: Por não conter palavras, só sabemos que estamos falando essa língua quando olhamos bem no fundo dos olhos do outro e descobrimos, maravilhados, que os dois seres possuem aquele mesmo brilhozinho especial que vemos nas estrelas. Esse brilho, que dá origem ao Coraçonês, só nasce quando respiramos quatro letras: a-m-o-r. E nunca, nunca mais acaba.
Marcio Trinchinatto conta que o processo de escrita deste livro passou por memórias e aprendizados especiais, “Lembro-me que ainda criança achava fabuloso fazer redações usando os nomes dos meus colegas de classe. Todos ficavam esperando minha vez de ler em voz alta para saber onde e como eles se encaixavam na história.
A ideia de escrever A MENINA QUE CONVERSAVA COM A ESTRELA, no entanto, nasceu durante um período de muito recolhimento, depois de acompanhar uma aluna com um sério problema de saúde, justamente na idade que eu tinha quando escrevi as primeiras redações nas aulas de Português. Testemunhar a luta e a fé de sua mãe mexeu em algo valioso em mim, e pouco tempo depois de vencerem a doença fui eu que perdi minha mãe, o meu coração do lado de fora.
A partir daí, a ideia foi criando forma. Juntei alguns nomes e voltei no tempo, reescrevendo minha própria história pelo olhar de Lara.”
Trechos do livro
“Juliano entendeu tudo, e dos seus olhos que não enxergavam saíram lágrimas quando Lara perguntou por que ele, que era capaz de entender os cinco sentidos, ficaria triste em não ter um deles.
Juliano segurou a mão de Lara e agradeceu. Disse que as pessoas o chamavam de anjinho porque ainda não sabiam o quanto Lara era especial. Lara ficou vermelha e sentiu que seu coração estava quase explodindo, mas preferiu não falar mais nada. Tomou um copo inteiro de suco de laranja para disfarçar.
Lara ensinou a Juliano que ele não podia mais ter sua mãe por perto, mas podia encontrar sua voz nas músicas que ela adorava. Sua pele permanecia suave como os vestidos que estavam guardados; seu cheiro permanecia no perfume das macarronadas, e ela estaria sempre atenta, lá de cima, onde moram as estrelas, para ouvir suas risadas.”
O autor, que também é ator, está em cartaz com o espetáculo A Confissão de Leontina, de Lygia Fagundes Telles, com direção de Kleber Montanheiro. O solo está no Teatro Eva Herz, de 11 de março a 29 de abril, toda sexta às 20h.
FICHA TÉCNICA
Autor: Marcio Trinchinatto
Ilustrações: Victor Grizzo
Revisão: Maria Eugênia Macedo
Dados de publicação
Autor: Marcio Trinchinatto
Ano de Edição: 2022
ISBN: 9893721601
Ano: 2022
Edição: 1
Origem: Nacional
Formato: Livro
Encadernação: Capa Dura
Idioma: Português
País: Brasil
Páginas: 52
EAN: 9789893721605
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Verônica Kelly Moreira Coelho, natural de Caratinga/ MG, é mais conhecida no meio cultural e acadêmico como Verônica Moreira. Autora dos livros ‘Jardim das Amoreiras’ e ‘Vekinha Em… O Mistério do Coco’. Baronesa da Augustissima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente. Acadêmica Internacional e Comendadora da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes e Delegada Cultural. Acadêmica Correspondente da ACL- Academia Cruzeirense de Letras. Acadêmica da ACL- Academia Caxambuense de letras. Acadêmica Internacional da AILB. Acadêmica Efetiva da ACL- Academia Caratinguense de Letras. Acadêmica Fundadora da AICLAB e Diretora de Cultura. Embaixadora da paz pela OMDDH. Editora Setorial de Eventos e colunista do Jornal Cultural ROL e colunista da Revista Internacional The Bard. Coautora de várias antologias e coorganizadora das seguintes antologias: homenagem ao Bicentenário do romancista e filosofo russo Fiódor Dostoiévski, Tributo aos Grandes Nomes da Literatura Universal e Antologia ROLiana. Instagram: @baronesa.veronicamoreira