Suicídios culturais ideológicos
A história da moralidade brasileira passa por um cotidiano de transformações, onde se tem grande necessidade de tratamento formal e informal em ser classificado como o que é indiferentes ou que é ser diferentes.
Não se trata de um pedantismo gramatical, e sim uma forte análise de como grande parcela das pessoas se comporta em grupo populacional colossal.
Um grupo que em muitos momentos eleva o indivíduo para uma massificação em destruir sua capacidade de abstração do real, e que vai psicoticamente elevando padrões comportamentais ociosos, onde concomitantemente se aceita de tudo, e se pode “imaginar”, se fizer de tudo.
Usando de Stephen Hawking, “se pode realizar de tudo, refazendo uma história do quase tudo”, que vai minando um falsificacionismo de amor pela humanidade, que faz com que a mente crítica seja forçada em determinados momentos a realizar uma práxis de suicídios culturais, defronte, em agastar há se fazer presente em torno de um senso-comum extasiante, em destruir uma moral questionadora poliforme.
O cidadão tupiniquim está de maneira silábica, abraçado ao manuseio da palavra em se, menorizado quase sendo classificado como um quase emancipado politicamente, sendo que ainda carrega traços fortes do seu passado colonial, que é quase ético em respeitar miscigenações e suas heranças multiculturais, mas que ainda sofre com o descaso da sociedade civil em se consolidar uma história indígena e africanista, como forma de realçar um respeito de cidadania constitucional que seja assim aberta e acalentada para todos os seus membros.
E em meio à pré-campanhas e pré – prévias eleitoreiras, para a indicação de candidatos a concorrerem nas próximas eleições federais e estaduais, está um sentido de também buscar um discurso que se aproxime da ação discursiva enfadonha que se aproxime de um deleite cultural – partidário ético, com os setores mais miseráveis tanto mentalmente como socialmente.
É necessário certa prioridade de conservação de uma condição humana, havendo um invólucro argumentativo depreciativo, para que assim se possa trabalhar e disseminar dialéticas de um abuso moral e espiritual, que muitas vezes a política feita em pedaços, contenha clareza em seu objeto de conhecimento propedêutico.
Um conhecimento que, ao invés da valorização da razão, promova um entorpecimento intelectual, na sedição dos “menos letrados”, refazendo uma reescrita de sua história que não seja unicamente baseado em promessas e com poucas realizações profícuas de mudanças de paradigmas sociais discriminadores.
Dentro da factologia contemporânea, a República Brasileira, passou por períodos onde a esperança de uma igualdade classicista, foi ficando mais encarcerado dentro de um sentido ideológico utópico e tirânico.
O que não deixa também de ser um suicídio cultural, já que dentro dos bancos escolares, em boa parte de suas unidades, a história, bem como a filosofia, geografia e a sociologia, são vistas como disciplinas subversivas, e com base a promover exclusivamente assuntos para debates nada prolixos de “resultados de metas de aprendizagens” que favoreçam o crescimento de índices educacionais nefastos, sem ter a centelha de subjetividades críticas e indagadoras.
Não se há um projeto congênito, de uma valorização da leitura, deixando suas aulas engessadas, baseadas nos antigos métodos da “memorização e decoreba”, que vem assim a promove, uma distorção do sentido moral em se entender a democracia, como um sistema político, que venha valorizar a interpretação pessoal e interpessoal em torno de suas métricas ideológicas.
A Escola, não está preparando, em grande parte o jovem, tanto para sua inserção no mercado de trabalho, como também, em elencar enfrentamentos intelectuais contra um senso-comum retardatário, na disseminação de uma informação, que possa ter tanto ludicidade, como também em labutar um pensamento científico e social, que venha a apresentar uma sublime formatação do livre – pensar de maneira respeitosa e empática entre os diferentes competentes étnicos e culturais que formam o povo da antiga Ilha de Vera Cruz.
Ou passando por um “conceito deleuziano”, uma repetição cultural nefasta, que venha, a contaminar a construção do afeto coletivo, não resplandecendo indiferenças, que vão atomizando uma ética por todas as manifestações culturais existentes nos seus espaços psicossociais.
O suicídios culturais, se perdem em meio a ideologias, que não colocam o fator do respeito pela opinião alheia, como um elo de ligação, que transmita que o princípio universal de exercer seu poder particular argumentação.
Uma argumentação que vai se perdendo no meio, de um caos globalizante, que não venha a humanizar, que um acariciar mental, que esteja postergado, para uma abertura de novas virtudes de um pensamento filosófico disseminador, e que não seja somente uma conceitualização burocrática de bons hábitos, e que venha a revelar uma mordaça existencial, limitando as pessoas, a terem que concordar com tudo aos quais sejam inseridos em torno de seus cotidianos.
O brasileiro ficou mal acostumado a ser sempre o “dono do poder”, usando de um aforismo que submete em recordar os estudos classicistas e sociológicos de Raymundo Faoro.
O povo brasileiro detém em sua grande parcela comportamental, a questão de ser domesticado, de ter alguém que o leve pelas cordas, em torno do sentimento de inferiorização, que é mordaz, em se fazer, como se sentir sempre menor, em se viver plenamente um caminho de liberdade, que não seja exclusivamente existencial, e que se reinvente uma retroalimentação binária de um sentido de vida, que detenha reflexão, assim como ação.
Uma ação que seja encarcerada, contra páralógicos sentimentais, em se desenvolver princípios filosóficos ativos, na forma de se viver, e de angariar reflexões, no sublime desejo individualista, de não se projetar novos suicídios coletivos diários, construídos em meio a ideologias políticas e sociais, que venham a concentrar uma forte concentração de classe, conduzindo para uma responsabilidade política que abarque todos os nichos humanos em torno da “nossa” imensa disparidade étnica.
Sendo assim nossos suicídios culturais ideológicos, são um alerta para uma consternação do livre – pensar, que leve para uma organicidade de intelectualidade fugindo, de “tecnicismos e achismos”, que venham a contaminar a formação de opinião própria cativante e consciente.
Faz-se jus e necessário se provocar, mas sem tirar um saciar, em deixar cada um se perder e também se encontrar nas suas próprias respostas de compreensão dos milhares de dilemas sociobiológicos que diariamente assolam boa amplitude de nossa nação.
Clayton Alexandre Zocarato
claytonalexandrezocarato@
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Natural de São Paulo, Capital, possui Licenciatura em História pelo Centro Universitário Central Paulista – Unicep – São Carlos/SP e graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano – Ceuclar – Campus de São José do Rio Preto/SP. Escreve regularmente para o site Recanto das Letras (www.recantodasletras.com.br) usando o pseudônimo ZACCAZ, mesclando poesia surrealista, com haikais e aldravias. É Comendador da Ordem Cultural Beethoven.