setembro 18, 2024
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Andreia Caires: 'Um diário especial'

Andreia Caires

Um diário especial

https://pixabay.com/pt/illustrations/lixo-di%c3%a1rio-placa-mestra-ef%c3%aamera-7003635/

Joana abriu as cortinas que fizeram algumas mariposas voarem desesperadas. Abriu a velha escrivaninha que rangia tão feio que dava sensibilidade em todos os seus dentes. Parecia um móvel esquecido, abandonado há muitos anos, sujo demais e que logo na primeira gaveta tinha, além de um velho par de óculos, luvas de frio e um caderno de capa dura.

A moça tentou limpar as manchas de mofo e poeira que estavam sobre a capa daquele diário.
_Um diário! – empolgou-se, mas, conteve-se em não abri-lo naquele momento. Concentrou-se na capa enquanto procurou por um frasco de álcool e, achando juntamente com um paninho úmido, começou a limpar a capa passando bem devagar.

Joana estava admirada do tecido que forrava a capa do velho diário. Estava bastante sujo, mas ainda conservado.

_O tecido ainda não desbotou! – dizia para si mesma. Ela bateu na capa e comprovou que era dura como madeira. Parecia um livro artesanal feito à mão. Joana observava as costuras laterais ainda bem feitas.

O que deveria conter dentro daquele diário? De quem seria? Porque eu hesito tanto em abrir? – Joana sentia um frio na barriga mas sabia que não resistiria contemplar apenas a capa do velho diário. Houvesse o que fosse escrito naquele caderno, com certeza sua dona já seria falecida há muitos anos. Ainda assim, o medo de abrir suas páginas a apavorava. Joana já havia escrito um diário quando era adolescente, e sabia que era algo muito pessoal e secreto. Não como hoje em dia que as meninas fazem questão de postar suas vidas instantaneamente em redes sociais. Diário hoje em dia se tornou uma coisa pra lá de ultrapassada. Mas ler histórias e, ainda mais um diário antigo era como voltar no tempo. Numa época da vida onde tudo era inocente, bobo e de uma magia indecifrável. Talvez se ela lê-se o diário começaria a reviver tudo novamente e isso Joana não queria, nunca mais!

Suspirou fundo e deixou o velho diário sobre a escrivaninha e ameaçou sair; imediatamente voltou, fechou a porta para ficar mais à vontade e decidiu abrir. Logo na primeira página lia-se:
“Querido diário …Tem muita coisa nova acontecendo na minha vida. Não pensei jamais que fosse passar por isso… São coisas boas e más. Tudo se confunde, se é que me entende.

“Estou ouvindo vozes e, essas vozes me mandam fazer coisas para o bem do meu País. Não posso negar esse chamado…” ( Joana Darc )

Joana fechou rapidamente o Diário, pois ela descobrira finalmente de quem se tratava. Enfiou o diário em sua mochila e saiu apressada do quarto.

Andreia Caires

 

 

 

 

 

Sergio Diniz da Costa
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