Nesta entrevista ao Editor-Geral do ROL, Lilian Oliveira, ou Lee Oliveira, como é mais conhecida na área cultural, fala sobre a infância, adolescência, primeiros trabalhos, a importância de uma bookstagram e muito mais!
SD – Lilian, você se apresenta como Tecnóloga em Processos Gerenciais, artesã, poetisa e bookstagram. Antes de adentrarmos nessas áreas, fale sobre a sua infância, as brincadeiras de criança, a vida escolar, o início da adolescência e a escolha da futura profissão.
LO – Sou paulista de Mauá, Grande ABC. Minha infância foi muito boa, na minha inocência de achar que tudo era as brincadeiras na rua com as crianças da vizinhança e com meus irmãos. Até que um dia entendi que as coisas não estavam bem, porque minha mãe estava triste e meu pai no hospital.
Eu tinha dez anos quando, por causa de um problema na coluna, meu pai foi operado, e posteriormente, aposentado por invalidez e fomos morar em Ubari, um distrito de Ubá, em Minas Gerais.
Eu imaginava que tudo seria só morar num sítio, cheio de bichos e ir para a escola.
Na escola sempre fui a que falava muito, coloria meus desenhos de forma diferente e tinha notas medianas, menos em Português, História e Geografia que eram as melhores matérias para mim.
Na adolescência eu comecei a sentir que a vila era pequena demais para mim. Isso me fez querer abrir as asas.
Quando completei 17, resolvi fazer um curso de Cabeleireira em Volta Redonda no Rio de Janeiro. Ficando lá por um ano até finalizar o curso.
Voltei, trabalhei por um tempo na profissão em casa mesmo. Mas não me adaptei à falta de liberdade e escassez de horários livre para cuidar de mim, e na primeira oportunidade que tive, fui trabalhar em São Paulo, num banco. E lá fui eu de novo para o ABC, de mala, cuia e felicidade.
A escolha da profissão foi muito tardia. Fiz faculdade, um tempo depois de passar num concurso para Secretaria de Educação de Minas Gerais, já com 42 anos. Queria cursar Direito ou Administração, e fui para um ‘braço’ da Administração cursando Processos Gerenciais, na Unopar-Universidade do Norte do Paraná.
SD – Qual o âmbito de atuação de um Tecnólogo em Processos Gerenciais?
LO – O campo de atuação da minha Graduação em Tecnóloga em Processos Gerenciais é amplo. Podemos desempenhar qualquer atividade administrativa em qualquer tipo de empresa, seja ela de qual porte for, e até mesmo em instituições públicas.
O foco é liderança, habilidade em resolver problemas, criar novas tendências, analisar situações e propor resoluções práticas.
Na época em que estava cursando minha graduação, já trabalhava na secretaria de uma escola estadual em Coimbra-MG, onde morava com minha mãe. Lá desempenhava trabalhos ligados à administração.
Uma área da qual que sempre gostei.
SD – Você é Bookstagram e proprietária do Instagram @o.que.li, onde escreve resenha de livros de autores nacionais e/ou independentes. O que a levou a essa atividade e qual tem sido a repercussão desse trabalho?
LO – Meu marido, J. H. Martins, é escritor, e quando lançou seu primeiro livro, e o ajudei fazendo leitura crítica e leitura beta.
Eu sempre amei ler, sempre li muito. Sempre amei falar sobre livros. Amo falar. Então pensei: deve ser perfeito trabalhar com livros! Depois comecei a acompanhar diversos profissionais da literatura que eram bookstagram e aprender com eles.
Até então, não tinha me imaginado trabalhando na área, por ter que gravar vídeos e tal. Não me sentia preparada. Mas, com apoio do meu marido, um pouco de treino e muita força de vontade, fiz o primeiro vídeo, e achei que eu tinha tino para o negócio.
E assim foi, até me sentir segura para criar a marca @O.QUE.LI e começar a trabalhar.
A escolha do nicho, literatura nacional, de novos escritores e/ou independentes, é pelo fato de ter muitos bookstagrams que falam de obras de autores estrangeiros, mas os novos autores nacionais não têm tanto espaço na mídia. Esse pessoal precisa de luz para sua potência!
Precisam ser vistos, lidos, elogiados, queridos!
Esse é o intuito da @O.QUE.LI. Dar luz a estas obras!
A repercussão tem sido maravilhosa, vários comentários, muitos elogios e curtidas, além do trabalho conjunto com os autores(as) de divulgação de seus livros nas mídias sociais e de comunicação. Esse é um trabalho de equipe. Eles me confiam a obra, eu faço o meu melhor, entrego e partilhamos (na essência, é isso!).
Tenho muito a agradecer a cada autor(a) que confia em meu trabalho. E aprendo mais a cada dia, sempre buscando o melhor para os escritores.
SD – Quando surgiu a Lilian poetisa e artesã? E quais escritores e artistas a influenciaram?
Quem veio primeiro foi a artesã. Minha tia ensinou, a pedido da minha mãe, vários trabalhos manuais que ela fazia. E eu, muito antes disso, já incomodava meus colegas de classe no Primário, com meus desenhos coloridos “diferente”.
A poetisa veio na adolescência. Queria falar, expor meus sonhos, minhas vontades, minha revolta juvenil (sim, fui terrível, dei trabalho). Mas tudo que fiz nessa época se perdeu numa fogueira no quintal.
Minhas amigas falavam para que eu escrevesse um livro, e eu ria. Então, esporadicamente, escrevia, rasgava, esquecia em qualquer lugar.
Mas, na pandemia, aflorou, como em muita gente, a vontade de dizer, de expor de alguma forma, o que estava trancadinho aqui dentro de mim.
Não sei se com todos foi por isso, mas a mim pareceu justo que se algo tinha de ser deixado nesta vida, que fosse o que eu penso, então decidi recomeçar, já que aflorava sempre algo para pôr no papel.
Nas artes, há várias referências: minha mãe e as mulheres tão inspiradoras, cheias de habilidades da família, que me ensinaram os trabalhos manuais, como crochê, pintura em tecido, bordado a mão e noção de costura, (apesar de ser uma família de costureiras, nunca fiz curso, o que sei aprendi vendo e xeretando).
Minhas lindas amigas, Silvana Francisco, me ensinou um pouco sobre velas e bijuterias. Crismassinha Lima, que me ensinou tudo que sei sobre decoupage e origami. E Astrid Sekkel, que vem me ensinando sobre faiança, um trabalho lindo e delicado de pintura em cerâmica. Cada qual de seu jeito, deixou em mim sua marca. E sou só gratidão.
Na literatura, por mais estranho que possa parecer, os ‘causos’ contados pelos meus avós, tios e pelo meu pai, me influenciam até hoje. O gosto pelo sobrenatural e o mistério vem das histórias de assombração que ouvi desde muito nova. Tinha medo depois de andar sozinha noite pela casa, mas amava!!!
Tem as referências famosas como Edi Lima, autora do primeiro livro que ganhei e tenho até hoje, Guimarães Rosa, Paulo Coelho, Cecilia Meireles, Zíbia Gasparetto, J.J.Benítez e muitos outros.
SD – Como você vê a Literatura Brasileira Contemporânea?
Eu vejo que existe muita gente boa, que não faz todo sucesso que merece, porque ainda há muita gente que prefere literatura estrangeira.
“Ah, mas vc só lê livro nacional?” Não, mas não leio só livro estrangeiro. Esta é a diferença.
No Brasil existem muitos escritores ótimos, esquecidos nas próprias estantes, porque não são lidos, não são valorizados. E isso é triste.
Mas a minha esperança é que isso mude, tenho fé. E que eu consiga, mesmo que devagar, levar nomes ainda desconhecidos para o gosto e admiração dos que me seguem e gostam do meu conteúdo.
È para isso que foi criado o @o.que.li
SD – Deixe uma mensagem para os leitores do Jornal Rol.
LO – Primeiramente, que bom que vocês estão aqui, lendo este jornal maravilhoso, que trabalha a favor da cultura e das artes.
Num país de dimensões continentais como o nosso, a cultura nacional é vasta, é linda e poderosa. Valorizem! Desfrutem! Inspirem-se! Deem asas a imaginação! Criem!
Leiam os autores nacionais. Eles são potentes e inspiradores!
E se inscrevam, curtam e compartilhem os conteúdos da página do Instagram @o.que.li, além do youtube, TikTok e principalmente a minha coluna no Jornal Cultural ROL: Resenhas com Lee Oliveira.
Assim você também dará luz a estes escritores e escritoras da literatura Brasileira.
Muito obrigada!!!!
CONHEÇA MAIS SOBRE LEE OLIVEIRA
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024
Bom dia!
Que bacana, uma entrevista com a Lilian, que cuida tão bem de nós, autores independentes.
Senti que ela tinha muito mais a dizer, mas quem sabe em outra entrevista futura.
Parabéns.
Muito obrigada, meu amigo.
O meu objetivo promover vocês, autores nacionais e todo trabalho maravilhoso que vocês fazem.
Amor da minha vida, parabéns. Tenho muito orgulho de você. Desejo muito sucesso nesta nova jornada. Suas resenhas são maravilhosas e principalmente tem sentimento. Sucesso
Lee Oliveira fez a resenha de meu livro, “culinária literária e outras reflexões poéticas.” Foi um primor de análise, considerando que até, detalhou questões que não tinha observado. Sou muito grato a sua capacidade de observação; um afago na alma que marejou meus olhos.
Bom dia Lilian:
Só hoje tive a oportunidade de ler sua entrevista ao jornal rol cultural. Quero deixar aqui registrado a excelência de seu trabalho como bookstagram. Tive a grata oportunidade de ter meus livros lidos por você com resenhas maravilhosas.
Fiquei muito feliz em conhecer um pouco mais de sua história e desejo muito sucesso em todos os ramos de suas atividades.
Mais uma vez, obrigado por prestigiar e incentivar os autores nacionais.
Sucesso e mais sucesso.