Ivete Rosa de Souza: Crônica ‘Patriotismo’
Uma coisa que sempre me chamou a atenção foi o apego à bandeira, ao patriotismo. Digo isso, por causa do orgulho que demonstra o povo norte americano (USA – United States of América), ao menos o que é demonstrado em filmes, livros e na mídia em geral.
Todo esse apego em defesa do país acho bonito. É primordial amar o país, defender os costumes, o povo. E por outro lado o exacerbado conceito, de que são os melhores sobre a face da Terra, do jeito que demonstram os esportistas, que sempre almejam a medalha de ouro, fazendo pouco dos que estão abaixo dessa premiação. Se por um lado demonstram patriotismo, no outro pecam pelo exagero, de se sentirem mais que o resto da humanidade.
E falam do radicalismo, mas ao mesmo tempo praticam, expurgando qualquer outra raça. São sempre visados por terroristas, sempre vítimas, em nome da Nação, estão presentes em todas as guerras do mundo.
Tenho a impressão de que toda população americana é, foi ou será fuzileiro. Sempre fiel. Usam como escudo, se autodenominando eu sou melhor que você (no caso dos que não foram para a das guerras), notoriamente o que é mostrado nas películas, me deixa assustada o grande número de militares com problemas psicológicos no pós-guerra.
Bom, vou mudar de assunto porque este anterior todos conhecem e sabem o desfecho.
O ponto aqui é patriotismo, não do modo arraigado do povo americano. Mas o patriotismo da alma e coração brasileiro. Uma nação é grande, quando todos lutam por dias melhores. Tenho a impressão de que somos descuidados com a nossa História. Temos memória curta, e passamos isso adiante.
Quando fazia o primário há sessenta anos, no início das aulas ficávamos perfilados perante a Bandeira Nacional, cantávamos o Hino à Bandeira todos os dias, antes do início das aulas. Nossa, falando por mim, me sentia especial, brasileira até as entranhas. Porque cantávamos os Hinos da nossa Nação. Sabíamos de cor outros Hinos brasileiros.
Conhecia o Hino da Independência do Brasil. O Hino da Proclamação da República, não só cantávamos, sabíamos a história de cada um deles. Tomei gosto pela História. Procurei, pesquisei, não tinha Google, Internet que facilita tudo, como nos dias de hoje. Eram bibliotecas, com carteirinha, empréstimos de livros, e multa se não entregasse no tempo determinado.
Adorava o Hino da Marinha do Brasil! A frase de início é poesia pura. “Qual cisne branco em noite de Lua, vou navegando de Norte a Sul” e a continuação é linda, cantada em uníssono pelo corpo da Marinha do Brasil. O Hino do Exército Brasileiro: “Nós somos da Pátria a guarda, fiéis soldados por ela amados”.
Ou o hino da Força Aérea Brasileira: “Vamos, filhos altivos dos ares/ Nosso voo ousado alçar,/ Sobre campos, cidades e mares,/Vamos nuvens e céus enfrentar”
Quero deixar claro que ninguém é obrigado a saber os hinos das forças armadas brasileiras. Mas o Hino à Bandeira acho obrigatório sim.
Somos uma nação e assim deveríamos aprender e aceitar nossa brasilidade, com respeito, carinho, união. Dizem que a força vem com a união. Não chego ao exagero de todos terem na porta de casa a bandeira do Brasil. Apesar que ela só aparece na Copa do Mundo de Futebol. Entendem o que eu quero comparar?
Esse conceito acirrado de brasilidade no cotidiano. Na defesa de nossas crianças, nossas famílias, nossa gente, nossa terra, enquanto existam matas, rios e mares. Que possamos ter orgulho das riquezas naturais e preservá-las. Que possamos ter respeito pelos primeiros habitantes de nossa terra “indígena”, habitantes expropriados e escravizados pelos colonizadores.
Que possamos andar de cabeça erguida, como uma nação grandiosa em território e amor à Pátria. Que possamos valorizar e conhecer nossa História, nossos heróis, os grandes mestres da literatura, as mulheres pioneiras na política, artes, literatura, música.
Que possamos mostrar às nossas crianças o valor do conhecimento, do patriotismo, o valor de sermos brasileiros. Em defesa da terra, do mar, das florestas, fauna e flora. Acima de tudo de nossa casa, nossa gente. Sempre fiéis à nossa Bandeira, e a nossa honra de ser um país de contrastes e diversidades. Um País de todos por um, e um por todos.
Ivete Rosa de Souza
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024