Cristina Mantovani:
‘As origens históricas dos sobrenomes no quadro da evolução da língua italiana’
Il cognome è la denominazione di una famiglia discendente dallo stesso ceppo, trasmessa di padre in figlio. La parola deriva dal latino cum nomine, cioè ‘unito al nome’, che è l’appellativo particolare di ogni individuo.
O sobrenome é a denominação de uma família descendente do mesmo tronco, transmitido de pai para filho. A palavra deriva do latim ‘cum nomine’, que significa ‘unido ao nome’, sendo o apelido particular de cada indivíduo.
Gli antichi Romani, alcuni secoli prima di Cristo, furono i primi ad affiancare al nome individuale (praenomen), corrispondente al nostro nome di battesimo, il nome della famiglia di origine (gens) e un cognome (“cognomen”) specifico della linea genealogica di appartenenza, cioè la paternità. Ad esempio, Marco Tullio Cicerone, Lucio Cornelio Silla, ecc. Con la fine dell’Impero Romano, questa usanza venne dimenticata e, all’inizio del Medioevo, nessun particolare appellativo distingueva una famiglia dall’altra.
Os antigos romanos, alguns séculos antes de Cristo, foram os primeiros a adicionar ao nome individual (‘praenomen’), correspondente ao nosso nome de batismo, o nome da família de origem (‘gens’) e um sobrenome (‘cognomen’) específico da linha genealógica de pertencimento, ou seja, a paternidade. Por exemplo, Marco Túlio Cícero, Lúcio Cornélio Sula, etc. Com o fim do Império Romano, esse costume foi esquecido e, no início da Idade Média, nenhum apelido específico distinguia uma família da outra.
L’uso del cognome affiancato al nome riprese intorno all’anno 1000 d.C., quando la nascita dei Comuni e lo sviluppo dei commerci introdussero la necessità di distinguere le persone con lo stesso nome. Tuttavia, l’uso del cognome si consolidò stabilmente e definitivamente solo nel periodo 1400-1500 d.C.
O uso do sobrenome acompanhado do nome ressurgiu por volta do ano 1000 d.C., quando com a criação dos Comuni e das atividades comerciais introduziram a necessidade de distinguir as pessoas com o mesmo nome. No entanto, o uso do sobrenome se consolidou de forma estável e definitiva apenas no período de 1400-1500 d.C.
Le origini etimologiche dei cognomi sono molteplici. Alcuni proprietari di feudi e territori adottarono come cognome il nome della città o del territorio di loro dominio. Altri presero il nome della città di provenienza della loro famiglia, o il luogo particolare di abitazione, come un quartiere o una frazione alle porte della città. Diventarono cognomi i nomi di castelli, chiese, monti, fiumi vicini all’abitazione della famiglia. Oppure, i nomi di alberi o boschi presenti nelle vicinanze e rilevanti nella storia familiare.
As origens etimológicas dos sobrenomes são múltiplas. Alguns proprietários de feudos e territórios adotaram como sobrenome o nome da cidade ou do território de seu domínio. Outros adotaram o nome da cidade de origem de sua família ou o local específico de residência, como um bairro ou uma vila às portas da cidade. Tornaram-se sobrenomes os nomes de castelos, igrejas, montanhas, rios próximos à residência da família. Ou então, os nomes de árvores ou bosques presentes nas proximidades e relevantes na história familiar.
Molti cognomi derivano da soprannomi basati su qualità fisiche, vizi o virtù, o su animali in qualche modo somiglianti alla persona. Altri cognomi di animali derivano dai disegni sullo scudo di un soldato o dalle insegne della lancia. Altri ancora furono suggeriti da armi, mobili, vestiti e utensili di vario tipo. Molto diffuso era l’uso di cognomi derivati da mestieri e professioni, così come dal nome del padre o di un antenato illustre. Anche l’unione di due o più parole, spesso soprannomi, diede origine a una grande varietà di cognomi. Altre volte, furono dati per cognomi soprannomi e aggettivazioni strane, immorali, vergognose o ridicole.
Muitos sobrenomes derivam de apelidos baseados em qualidades físicas, vícios ou virtudes, ou em animais de alguma forma semelhantes à pessoa. Outros sobrenomes de animais derivam dos desenhos no escudo de um soldado ou dos emblemas da lança. Outros ainda foram sugeridos por armas, móveis, roupas e utensílios de vários tipos. Era muito comum o uso de sobrenomes derivados de ofícios e profissões, bem como do nome do pai ou de um ancestral ilustre. Até mesmo a união de duas ou mais palavras, muitas vezes apelidos, deu origem a uma grande variedade de sobrenomes. Outras vezes, foram dados como sobrenomes apelidos e adjetivos estranhos, imorais, vergonhosos ou ridículos.
Nei testi antichi, il cognome era scritto e usato al singolare, oppure preceduto da particelle come ‘de’, ‘di’, ‘dei’, ‘degli’, ‘delle’. Con il passare del tempo, molti singolari diventarono plurali e molte particelle scomparvero. È importante precisare, inoltre, che spesso i cognomi nacquero autonomamente in varie località, anche se identici, e pertanto l’omonimia non significa appartenenza allo stesso ceppo.
Nos textos antigos, o sobrenome era escrito e usado no singular, ou precedido por partículas como ‘de’, ‘di’, ‘dei’, ‘degli’, ‘delle’. Com o passar do tempo, muitos singulares se tornaram plurais e muitas partículas desapareceram. É importante esclarecer, ainda, que muitas vezes os sobrenomes surgiram autonomamente em várias localidades, mesmo que idênticos, e, portanto, a homonímia não significa pertencimento ao mesmo tronco.
Infine, quasi tutte le parole, e quindi anche i cognomi, hanno subito modificazioni di scrittura e pronuncia nel corso dei secoli, a seguito delle trasformazioni della lingua di origine. L’italiano di oggi è il risultato della costante evoluzione del latino degli antichi Romani, quel popolo che, tra il V secolo a.C. e il III secolo d.C., conquistò buona parte del mondo allora conosciuto. Quando l’Impero Romano si disgregò, tra il IV e il V secolo d.C., anche la lingua si frammentò in diverse lingue locali, mentre il latino classico continuava solo nell’uso scritto. In Italia nacque così il ‘latino volgare’, che prendeva il nome da ‘vulgus’, cioè ‘popolo’.
Por fim, quase todas as palavras, e portanto também os sobrenomes, sofreram modificações de escrita e pronúncia ao longo dos séculos, em decorrência das transformações da língua de origem. O italiano de hoje é o resultado da constante evolução do latim dos antigos romanos, aquele povo que, entre o século V a.C. e o século III d.C., conquistou boa parte do mundo então conhecido. Quando o Império Romano se desintegrou, entre os séculos IV e V d.C., a língua também se fragmentou em várias línguas locais, enquanto o latim clássico continuava apenas no uso escrito. Na Itália, surgiu assim o ‘latim vulgar’, que derivava de ‘vulgus’, ou seja, ‘povo’.
Questo latino parlato subì nei secoli successivi continui e molteplici influssi, differenziati per zone geografiche, dalle lingue parlate dai popoli che a più riprese invasero ed attraversarono la penisola: nel Medioevo i Goti, Longobardi, Franchi e Arabi, successivamente Spagnoli, Austriaci e Francesi. Così ebbero origine e si svilupparono i numerosi dialetti regionali, tutti nati dal latino parlato e ciascuno frutto di diverse combinazioni linguistiche.
Esse latim falado sofreu nos séculos seguintes contínuos e múltiplos influxos, diferenciados por áreas geográficas, das línguas faladas pelos povos que repetidamente invadiram e atravessaram a península: na Idade Média, os godos, lombardos, francos e árabes; posteriormente, espanhóis, austríacos e franceses. Assim surgiram e se desenvolveram os numerosos dialetos regionais, todos originados do latim falado e cada um fruto de diferentes combinações linguísticas.
Dal 1300 in avanti, il ‘dialetto toscano’ iniziò ad affermarsi come lingua parlata superiore, grazie alla civiltà di cui la Toscana fu culla nel Rinascimento, producendo scrittori di altissima fama, come Dante Alighieri, Francesco Petrarca, Giovanni Boccaccio e Niccolò Machiavelli. Tuttavia, fu solo a partire dal 1700 che il toscano cominciò a diventare la vera e propria lingua italiana, strumento di comunicazione nelle università, sulla stampa e nella corrispondenza, mentre il latino rimaneva la lingua ufficiale della Chiesa. L’unificazione della lingua andò di pari passo con il processo di raggiungimento dell’unità nazionale (1860) e di consolidamento dell’indipendenza nazionale, fino a prevalere definitivamente sui dialetti locali grazie alla scolarizzazione della popolazione e all’influsso di giornali, radio e televisione.
A partir de 1300, o ‘dialeto toscano’ começou a se afirmar como língua falada superior, graças à civilização de que a Toscana foi berço no Renascimento, produzindo escritores de altíssima fama, como Dante Alighieri, Francesco Petrarca, Giovanni Boccaccio e Niccolò Machiavelli. No entanto, foi apenas a partir de 1700 que o toscano começou a se tornar a verdadeira língua italiana, instrumento de comunicação nas universidades, na imprensa e na correspondência, enquanto o latim permanecia a língua oficial da Igreja. A unificação da língua caminhou lado a lado com o processo de alcance da unidade nacional (1860) e de consolidação da independência nacional, até prevalecer definitivamente sobre os dialetos locais graças à escolarização da população e à influência dos jornais, rádio e televisão.
In conclusione, possiamo dire che la lingua italiana, nella sua lunga evoluzione, ha assimilato e trasformato molti altri idiomi, pur rimanendo sostanzialmente la lingua neolatina più vicina al latino antico, rispetto al francese, spagnolo e portoghese, che pure hanno evidenti radici latine. Tuttavia, non bisogna dimenticare che lo stesso latino antico affondava le sue radici nella più antica lingua delle popolazioni greche, che dominarono il Mar Mediterraneo fino al VII secolo a.C., solcando le sue acque fino allo Stretto di Gibilterra.
Em conclusão, podemos dizer que a língua italiana, em sua longa evolução, assimilou e transformou muitos outros idiomas, permanecendo substancialmente a língua neolatina mais próxima do latim antigo, em comparação com o francês, espanhol e português, que também têm evidentes raízes latinas. No entanto, não devemos esquecer que o próprio latim antigo tinha suas raízes na língua mais antiga das populações gregas, que dominaram o Mar Mediterrâneo até o século VII a.C., navegando suas águas até o Estreito de Gibraltar.
Per questo motivo, molte parole italiane moderne, così come numerosi antichi termini latini, hanno le loro radici nella lingua della civiltà greca. La grandezza dei filosofi greci e la raffinatezza della loro struttura sociale e culturale rappresentano una pietra miliare nella storia dell’umanità, una luce che ancora oggi è in grado di illuminare gli uomini e di guidarli verso nuove scoperte.
Por este motivo, muitas palavras italianas modernas, assim como numerosos termos latinos antigos, têm suas raízes na língua da civilização grega. A grandeza dos filósofos gregos e a sofisticação de sua estrutura social e cultural representam um marco na história da humanidade, uma luz que ainda hoje é capaz de iluminar os homens e de guiá-los para novas descobertas.
Cistina Mantovani é correspondente do Jornal Cultural ROL pela cidade de Siena (Itália)
Contatos com a autora
- Le origini storiche dei cognomi nel quadro della evoluzione della lingua italiana - 27 de agosto de 2024
- Cristina Mantovani: 'Italia e la carta igienica/ A Itália e o papel higiênico' - 9 de outubro de 2022
- Cristina Mantovani: Cinema Sperimentale Italiano – Intervista a Egidio Carbone - 23 de outubro de 2021
Advogada especializada em direito da imigração, genealogia e cidadania italiana. Mora há muitos anos na Toscana, Itália, onde vive e trabalha.
Mediadora linguistico-cultural e membra do Conselho de Administração de Filitalia International, com sede em Filadelfia, USA – organização que tem como missão preservar e divulgar a língua e cultura italiana no mundo.
É apaixonada pelo novo conceito de turismo lento como experiência de genuína imersão na vida local italiana; é coproprietária, junto com a filha Bianca, da Pousada ”Il Giardino di Cristina”, estrutura imersa nas colinas do Chianti em um antigo Borgo medieval na cidade de Siena.