Célio Pezza – Crônica # 334 – ‘O ato de votar’
Na democracia, as eleições são fundamentais, pois representam um ato de cidadania e possibilitam a escolha de um próximo governante. Sabemos que essa escolha, muitas vezes, é bem complicada, pois nem sempre temos os candidatos de nossa preferencia. Mesmo nesse caso, temos que escolher uma das opções existentes. O voto branco ou nulo em nada contribui para o nosso futuro e quem deixa de votar não tem o direito de opinar sobre as politicas governamentais. Se hoje não temos boas opções, nos cabe a tarefa de incentivar pessoas de nosso convívio para que surjam nomes diferentes na próxima eleição. Esse é o processo democrático.
Apesar de todas as campanhas do Tribunal Superior Eleitoral e do próprio governo, incentivando o voto, Lula e Dilma não votaram no segundo turno dessas eleições, pois não tinham candidatos do PT participando. Foi uma forma de protesto, tão criticada pelos verdadeiros defensores da democracia. Lula disse que resolveu não votar, pois tem 71 anos e nessa idade o voto é facultativo. Já Dilma alegou que estava visitando sua mãe em Belo Horizonte, fora de sua Zona Eleitoral, que é em Porto Alegre. Sabemos que a verdade é que nas cidades em que deveriam votar, os candidatos do PT não foram para o segundo turno, como aconteceu em enorme parte do país. Eles não conseguem digerir a verdade das urnas que mostrou que o povo brasileiro não quer mais o PT e seus aliados.
Para quem já foi presidente e deveria dar um bom exemplo, foi um desrespeito ao sistema eleitoral e mostrou que não aceitam a derrota. Eles só respeitam resultados em que são vencedores. Lula e Dilma mostraram mais uma vez que não dão a mínima para a democracia e não aceitam suas regras. Para eles só a vitória é legítima e todo o resto é “golpe”. Agiram como o garoto mimado dono da bola, que quando está perdendo, pega a bola e vai para a casa acabando com o jogo. Assim pensam, assim são.
Após o segundo turno das eleições municipais, Lula declarou para estudantes da Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, que “ cada vez mais, em vez de negar a política, a gente tem que fazer política, porque a desgraça de quem não gosta de política é ser governado pela elite”. A crítica de Lula aconteceu após a derrota estrondosa de seu partido, inclusive no “cinturão vermelho” na Grande São Paulo. Ele não entendeu que o povo acordou e se lembrou que a cor do Brasil é verde-amarela e não vermelha. Em seu discurso, ele voltou a dizer que os ataques recebidos por ele são “mentiras”.
Lula deveria escutar a sugestão do ex-governador petista Olívio Dutra, com 75 anos e que votou no segundo turno em Porto Alegre. Ele sugeriu que o PT “peça desculpas ao povo brasileiro, por ter tido condutas de pessoas que fugiram do patrimônio ético, moral e político. O PT deve parar de se fazer de vítima e expulsar todos os envolvidos em esquemas fraudulentos”. Também disse que votar é sempre um ato simbólico para quem exerceu ou exerce cargo público, para estimular o eleitor a exercer a sua cidadania. Só Lula e Dilma não sabem disso.
Célio Pezza
Outubro, 2016
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.