Loide Afonso: Poema ‘Morte antes da vida’


Com quantos paus se constrói uma canoa, afinal?
Os tais faróis
Da cidade
Quase não brilham
Piscam
Cima
Baixo afinal
Eles não são obrigados
A nos eluminar
Os fios corridos
De cores variadas
São a prova
De que a vida
Também tem sua
Vida
Eu não fico calada
Por querer falar pouco
Aprendi a gostar
Da voz do silêncio
Quem falou que a vida termina quando alguém morre?
Loid Portugal
- Dia feio - 26 de novembro de 2025
- Morte antes da vida - 18 de novembro de 2025
- Vazia - 13 de novembro de 2025
Mais conhecida no meio literário como Loid Portugal, 26, é natural de Conda, província do Cuanza Sul, Angola, e atualmente reside em Windhoek, Namíbia, onde trabalha e estuda. É bacharel em Comunicação Social, pela Universidade ISPPU. Foi radialista por cinco anos, na sua província de origem, no qual apresentava o programa Camdengues e, depois, Sons e Tons. Estreou no mundo do stand up comedy em 2022, no palco do Goza Aquí, num show de Mulheres e, no ano seguinte, participou das eliminatórias, classificando-se em segundo lugar das eliminatórias. É colaboradora como editora no portal de informação KSN. Autora de dois livros, ainda não publicados. Coautora de uma coletânea que sairá em breve.


Qual é a relação entre a ideia de “morte antes da vida” e a criação de arte, especialmente na poesia e nas artes visuais? Existe uma ligação entre o tema da mortalidade precoce e a inspiração criativa em nossas obras?
Ainda no processo criativo, existem várias mortes por parte do artista, por exemplo morre uma Loid quando idealiza e recolhe dados pra escrever um texto, e nasce outra depois da conclusão. Existe, me arrisco em dizer que, caminham quase sempre juntas.